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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

Elite da elite: estudantes de medicina e um repugnante caso de preconceito

Mal chegamos � metade da semana e um novo caso de estupidez humana estapeia nossas fu�as j� t�o surradas


12/10/2022 07:30 - atualizado 12/10/2022 08:59
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Formandos pela Faculdade de Medicina de Campos
Formandos pela Faculdade de Medicina de Campos: o bolsonarismo presente (foto: Reprodu��o/Facebook)
Caramba! Parece mesmo que abriram-se todos os port�es do inferno, ou infernos, v� saber, simultaneamente, libertando dem�nios que jamais poderiam dar as caras em nosso mundo, deixando seus horrores restritos � nossa imagina��o e aos nossos piores pesadelos. Mas j�, h� tr�s ou quatro dias, fatos lament�veis n�o me permitem mudar o rumo da prosa e escrever sobre o que mais gosto, que � xingar os pol�ticos que merecem.

Mal chegamos � metade da semana e um novo caso de estupidez humana estapeia nossas fu�as j� t�o surradas. Estudantes de medicina do Rio de Janeiro, durante um jogo de futebol de sal�o em um torneio entre faculdades, gritaram contra seus colegas, do Esp�rito Santo, refr�es do tipo: “�, eu sou playboy, n�o tenho culpa se seu pai � motoboy”, ou ainda, “meu dinheiro n�o acaba”. Assistam ao v�deo abaixo, pois a sonoriza��o d� a exata dimens�o dessa verdadeira trag�dia social que estamos experimentando como na��o.

O pior � que n�o se trata de um fato isolado. Primeiro, foi a cena grotesca de pr�-adolescentes de um col�gio nobre de Belo Horizonte, gritando o lema do movimento integralista de 1930, oriundo do fascismo italiano de Mussolini, adaptado por Jair Bolsonaro, “Deus, P�tria e Fam�lia”, fazendo “arminha” com as m�os para, na sequ�ncia, espancar um colega que ousou, vejam voc�s que crime hediondo, gritar “Lula l�” perto deles.

Depois, foi a vez dos estudantes de um outro col�gio de meninos ricos, desta vez em Curitiba, tomarem indevidamente para si uma bandeira do PT e urinarem sobre ela, enquanto filmavam a cena fascist�ide e espalhavam, em seguida, o v�deo por suas redes sociais, para deleite dos, como � mesmo?, cidad�os de bem.

Quase simultaneamente, uma professora, tamb�m no Paran�, em plena sala de aula, vestida com a camisa do Brasil, ouvindo aparentemente uma marchinha militar, bateu contin�ncia para, logo ap�s, de forma estupidamente abjeta, fazer a sauda��o nazista (com os bra�os esticados e a m�o espalmada) aos seus alunos. Em todos estes casos, notem, o bolsonarismo extremo esteve presente.

Em seguida, foi a vez da ex-ministra do governo Bolsonaro, eleita senadora, Damares Alves, proferir palavras dram�ticas sob supostos - at� o momento n�o provados - casos de estupro infantil, onde rec�m-nascidos foram violentados, e crian�as traficadas para o Haiti, a partir do Par�, tiveram, segundo esta senhora, os dentes arrancados, para facilitar o sexo oral, e a alimenta��o adaptada (pastosa), para facilitar o sexo anal, at� que o salvador, Messias Bolsonaro, com sua “compreens�o espiritual inacredit�vel”, terminou com a carnificina ped�fila.

Voltando aos estudantes cariocas, estamos falando n�o mais da elite brasileira, mas da elite da elite. N�o h� faculdade de medicina, no Brasil, que custe menos do que R$ 5 mil ou R$ 6 mil por m�s. Ao contr�rio! H� escolas que cobram at� R$ 12 mil mensais. Estamos falando de um Pa�s, que essa garotada s� ouviu falar “en passant”, onde mais de 30 milh�es de pessoas passam fome; 78% das fam�lias est�o endividadas; 65 milh�es de brasileiros est�o com os nomes sujos por inadimpl�ncia; e que ocupa os �ltimos lugares em todos os testes internacionais de Educa��o.

� o mesmo Pa�s em que milh�es de crian�as v�o � escola apenas para se alimentar, e l� encontram, no m�ximo, sardinha em lata e ovo cozido (para dividir com o colega). Mas que se danem essas pessoas, essas crian�as e esse Brasil, pois o que vale mesmo � a zoeira, � a livre manifesta��o de express�o e de pensamento, � o direito de ser politicamente incorreto, afinal, chega de mimimi, porra!, v�o ficar chorando at� quando? E quem n�o gosta, que v� para Cuba ou Venezuela, porque somos a maioria, e � a minoria (pobres, pretos, judeus, gays, nordestinos etc) que t�m de se submeter ao novo Brasil, aquele de “Deus, P�tria e Fam�lia”.

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