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Estado de Minas RICARDO KERTZMAN

Desabafo: X�, elei��es! Belo Horizonte precisa voltar a respirar em paz

Analistas s�o un�nimes em dizer que, independentemente de quem ven�a, o Pa�s continuar� dividido e a sociedade manter� a viol�ncia atual


13/10/2022 14:23 - atualizado 13/10/2022 14:23

Presidenciáveis
Cinco j� foram. N�o vejo a hora de os dois �ltimos se mandarem tamb�m (foto: Reprodu��o)
Uma amiga muito querida, esposa de um amigo mais querido ainda, me relatou o “clim�o” em um almo�o entre colegas quando uma das convidadas chegou, e antes mesmo de dizer “boa tarde”, disparou: “gente, voc�s acreditam que a fulana de tal vai votar no Lula?”, sendo imediatamente rebatida: “e da�?, eu tamb�m vou”. Pronto. Foi para o brejo o encontro festivo da mulherada, que s� queria tomar umas e fofocar sobre amenidades.

Meu meio social � 99% antipetista (me incluo a�), sendo 90% bolsonarista (me excluo a�). Ou seja, atualmente, ou melhor, j� h� algum tempo, vivo no limbo, hehe. Anos atr�s, durante a cleptocracia do lulopetismo, eu era o “�dolo da galera”. Logo ap�s a elei��o do devoto da cloroquina, quando imediatamente percebi a estupidez do meu “voto-v�mito”, perdi tal condi��o e me tornei, como � mesmo?, comunista, e da� para fora.

No Mineir�o, a treta n�o � mais Cuca x Turco, mas Lula x Bolsonaro. Atleticanos que deveriam estar abra�ados, gritando “Galo”, est�o de cara feia um para o outro. Como no almo�o acima, n�o h� mais clima (ameno) para nada que n�o seja elei��o. Ontem, no Santu�rio de Aparecida, antigo local de todos, para todos, uma horda bolsonarista “exorcizou” os hereges que n�o idolatrassem - n�o Nossa Senhora! -, mas o “mito”.

A festa de 15 anos da filha tinha tudo para ser feliz, e n�o foi. L� pelas tantas, o tio da aniversariante, petista hist�rico, ouviu do pai do namorado da mo�a: “tomando black label, n�, esquerdinha caviar?”, e levou como resposta, “com o dinheiro do meu irm�o, n�o de rachadinhas”. Foi o suficiente para os tios e tias do zap esquecerem a ocasi�o e transformarem o evento num show de horrores a la Nikolas x Boulos.

Jantando com minha filha e uma amiga dela, ao lado de minha esposa, o gar�om me reconheceu e falou sobre o segundo turno. Disse que n�o gosta do Bolsonaro, mas acha o Lula pior. Perguntou minha opini�o e o convidei para o “Churrasco dos Nem-Nem” (lhe disse que n�o votei nem votarei em um ou em outro). A colega da minha filha emendou: “votei no Lula, minha m�e, na Tebet, e meu pai, no Bolsonaro”. 

Na hora de trazer a conta, o rapaz disse: “gostei muito de voc�s, vou pensar sobre isso, cada um tem uma opini�o, mas todo mundo se respeita, l� em casa n�o est� dando pra falar sobre pol�tica, o jantar j� teria terminado”. Foi mais ou menos o que a Maria, convidada do Eduardo Costa, no R�dio Vivo, da Itatiaia, nos falou sobre a Igreja que frequentava. Ou seja: n�o importam idade, local ou classe social; todos est�o de saco cheio!

Ali�s, todos n�o. Lula e Bolsonaro, Nikolas e Boulos, Gleisi e Zambelli, enfim, todos estes “profissas” da pol�tica, que movimentam milh�es de militantes nas redes sociais, que vivem de imagem e dinheiro p�blicos, n�o est�o de saco cheio, ao contr�rio. Quanto mais nos odiarmos, mais felizes e bem-sucedidos estar�o. Sem contar que, amanh� ou depois, poder�o estar abra�ados (Lula e Alckmin e Bolsonaro e Moro est�o a� para provar).

Analistas s�o un�nimes em dizer que, independentemente de quem ven�a, o Pa�s continuar� dividido e a sociedade manter� a viol�ncia atual. N�o imagino nada diferente nos pr�ximos dias ou meses. Mas acredito - e espero!! - que este ambiente insuport�vel arrefe�a e as rela��es se tornem ao menos suport�veis. Se eu estiver enganado, j� era. Terei de ir para Paris (com o Ciro) ou para Cuba (como dizem meus amigos).

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