
Sim, falo dela agora porque estou ouvindo “Mother”, e se um humano com mais de dois neur�nios em perfeito estado de conserva��o ainda n�o ouviu essa m�sica, acreditem, n�o apenas n�o sabe o que est� perdendo como � irrecuper�vel o tempo que perdeu. A letra, a melodia, os solos de guitarra, o compasso meio angustiante, a hist�ria, o tom choroso… O melhor � que serve a todos os tipos de almas penadas, perdidas entre as emo��es e as fantasias, de filhos (�rf�os ou n�o) a pais, passando por qualquer um que tenha a capacidade de olhar para dentro e aceitar o vazio brutal que nos habita.
Um trecho em especial sempre me tocou sobremaneira: "Mama is gonna put all of her fears into you”. Traduzindo: mam�e ir� colocar todos os medos dela em voc�. A minha, certamente, o fez com extremo louvor e, claro, sem a menor inten��o e a menor ideia do que estava fazendo. Ocorre que n�s, pais, somos assim mesmo. Queremos tanto acolher e proteger nossas crias que acabamos as entupindo de - e com nossos - receios. Em um mundo perfeito, que n�o “equisiste”, como diria o Padre Quevedo (onde anda o doid�o, hein?), criar�amos os filhos sem os nossos medos, e eles seriam mais felizes.
Eis uma boa reflex�o para este domingo: sente-se sozinho(a), beba algum �lcool para ajudar, ou�a “Mother”, lendo a letra, lembre-se da juventude e de sua m�e, deixe o pensamento ir longe, chore bastante (pois extremamente produtivo nestes momentos) e depois tente ser uma m�e (ou um pai) melhor.
Passo por um momento pra l� de interessante - e desafiador para mim - com minha filha, e s� eu sei a dor (passageira) que estou sentindo. N�o � toa come�ar este texto por um motivo, ou uma desculpa, e terminar assim, falando n�o da minha m�e e dos meus medos, mas da minha filha e… dos meus medos! Sempre eles.
Passo por um momento pra l� de interessante - e desafiador para mim - com minha filha, e s� eu sei a dor (passageira) que estou sentindo. N�o � toa come�ar este texto por um motivo, ou uma desculpa, e terminar assim, falando n�o da minha m�e e dos meus medos, mas da minha filha e… dos meus medos! Sempre eles.