Arena MRV: agora o Galo tem um terreiro; e para sempre

Foi uma jornada �pica de sangue, suor, l�grimas, dedica��o e muito, mas muito amor. Do imposs�vel a 15 de abril de 2023, passaram-se nove anos e quase seis meses. Muita gente boa e querida chegou, e muita gente boa e querida se foi. 

No meio do caminho, entre a dor e a frustra��o de dezembro de 2013, no Marrocos, e a gloriosa manh� deste s�bado passado, inimigos inimagin�veis postaram-se aguerridos contra o sonho de um grupo de obstinados e abnegados atleticanos.

Em menos de dez anos, epis�dios que n�o assist�amos h� s�culos como uma pandemia, ou uma guerra envolvendo nada mais nada menos que R�ssia e, indiretamente, Estados Unidos. Afora anos perigosamente inst�veis no Brasil.

“Alguns tentaram impedir que esta Arena estivesse de p�. Eles perderam; o Galo ganhou”, resumiu o vereador Gabriel Azevedo, presidente da CMBH em seu discurso. Tem raz�o. Muita gente lutou contra e com muito afinco. E perdeu.

Dentre os inimigos inimagin�veis, um atleticano not�rio, com grande influ�ncia, que no uso do Poder fez o poss�vel e o imposs�vel para impedir, atrasar e encarecer ao m�ximo a conclus�o do est�dio alvinegro, por puro recalque.

Nos discursos proferidos durante a cerim�nia de inaugura��o, sem qualquer menosprezo e desconsidera��o aos demais, duas passagens me chamaram sobremaneira a aten��o. O prefeito Fuad Noman disse: “Agora este Galo tem um terreiro”.

Sim. � isso! O Galo tem um terreiro, o seu terreiro, e ganhar do Atl�tico em sua casa ser� tarefa dur�ssima para qualquer clube do Brasil e do mundo. Fuad, um grande atleticano que tem feito o poss�vel para colaborar, marcou um gola�o.

Eu recebi dezenas de mensagens e fotos (no WhatsApp) de gente muito querida, na Arena, emocionada com o que estava vivendo. E sempre que havia crian�as nas fotos, eu chorava feito beb�, imaginando o tamanho daquele dia para todos.

Essas crian�as - e seus pais - jamais esquecer�o essa data. Assim como eu jamais esqueci a primeira vez que assisti a um jogo do Galo no Mineir�o. � uma mem�ria eterna, que ficar� para sempre marcada na vida de muitas fam�lias atleticanas.

E � sobre eternidade minha reflex�o final. � sobre eternidade a segunda passagem que me chamou a aten��o nos discursos. Renato Salvador, um dos 4Rs, definiu: “a Arena � o passaporte do Galo para a eternidade”. Perfeito!

Se n�o existe imortalidade (ainda), existe eternidade, feita de hist�ria, de s�mbolo, de legado. A Arena � a representa��o f�sica do “nosso time � imortal”, fincada sobre um magn�fico plat� no Bairro Calif�rnia, em Belo Horizonte.

Freddy Mercury � eterno. Einstein � eterno. Pel� � eterno. Para os atleticanos, os 4Rs s�o eternos. Sergio Coelho e Dr. Jos� Murilo Proc�pio, tamb�m. Seus nomes se fundiram para sempre com a hist�ria do Clube. N�o precisam de s�mbolos, pois s�mbolos de si mesmo.

Mas h� outro nome, sen�o an�nimo, porque de an�nimo n�o tem nada, menos emblem�tico, e por isso precisa de representa��o (sempre os s�mbolos!!). E aqui fa�o um apelo aos 4Rs e a toda diretoria do Atl�tico:

Uma placa enorme, vis�vel, linda, ou um busto como antigamente se fazia em homenagem aos grandes nomes, ou ainda uma est�tua - n�o sei, que algu�m pense e descubra a melhor forma. Mas encontrem uma maneira de homenagear, na dimens�o e import�ncia que merece, Bruno Muzzi. Daqui a vinte, trinta, quarenta anos, todos ter�o de saber quem ele foi.