
Em tempo: por muitos anos me senti personagem da bel�ssima can��o “A Vida do Viajante”, do imortal Luiz Gonzaga: “minha vida � andar por esse pa�s, pra ver se um dia eu descanso feliz”. D�cadas depois, se n�o estou descansando, mais feliz imposs�vel.
Eu estava em Fortaleza (CE) e, enquanto me vestia, assistia ao notici�rio local. Sim, naquele tempo era comum se informar pela TV, hehe. A reportagem era sobre a alt�ssima inadimpl�ncia das contas de luz e um mutir�o da companhia el�trica cearense.
Cerca de 1/3 das fam�lias consumidoras estava com a energia cortada por falta de pagamento. A empresa, ent�o, precisando atrair mais clientes para o sistema, decidiu ofertar o parcelamento dos d�bitos e excluir as multas e os juros, facilitando a quita��o.
Passados tantos anos, ainda me lembro de uma senhorinha entrevistada. Feliz da vida, ela mostrou � rep�rter o acordo celebrado. O d�bito era de pouco mais de 100 reais, que poderia ser quitado em 24 meses, ou algo como 5 reais mensais (mais o consumo do m�s).
Lembro-me de pensar: caramba, 5 reais por m�s? Pois �. Quem vive nos grandes centros urbanos, principalmente nas regi�es Sul e Sudeste, n�o faz ideia do que s�o 5 reais - por m�s!! - para milh�es e milh�es de brasileiros pa�s afora - o chamado “Brasil Profundo”.
APLAUSOS
O governo Lula, pelo qual, quem me conhece sabe, n�o morro de amores, lan�ou um programa para ajudar as pessoas endividadas em at� 100 reais. A ideia � retirar milh�es de pessoas do cadastro negativo, lembrando que mais de 60 milh�es de brasileiros se encontram nesta condi��o.
Este, sim, � um programa que merece aplausos. Este, sim, � um programa que apoio com gosto, ao contr�rio do “aux�lio montadora” que est� em curso. A� est� um excelente lugar para empregar dinheiro p�blico: ajuda �s pessoas e fam�lias de baix�ssima renda.
Muito mais do que retir�-las, ainda que provisoriamente, dos cadastros negativos, isso poder� ser a “ficha limpa” que permitir� um emprego formal, por exemplo, ou a abertura de cr�dito para comprar um fog�o novo e voltar a cozinhar sem utilizar lenha.
Uma coisa, meu caros e minhas caras, � populismo eleitoreiro ou assistencialismo eleitoral, t�o comuns � nossa pol�tica. Outra, bem diferente, s�o programas tempor�rios, assertivos, com foco e objetivo definidos como este. Est� de parab�ns, finalmente!, o governo federal.