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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

Nenhum pai, ou m�e, deveria enterrar um filho

A paternidade vem acompanhada de um medo sobre-humano. E por mais forte o pai, ou a m�e, fato � que ningu�m est� pronto para perder um filho


23/06/2023 15:33 - atualizado 23/06/2023 15:33
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Pai abraça filha
O maior amor do mundo (foto: Google Images)
N�o h� dor maior nesse mundo que a perda de um grande amor. E o maior deles, acredito, talvez ainda maior que o amor pelos pais, � o amor por um filho. Meu Deus! Penso em minha filha, no caso a perda de minha filha, e um buraco se abre dentro de mim, imediatamente - felizmente! - interrompido pelo choque da realidade: “est� tudo bem”.

Digo isso porque acabei de assistir a um v�deo que viralizou, em que uma m�e se reencontra com o filho, de 8 anos, rec�m-desperto de um coma de 16 dias. Confesso que n�o dei conta de assistir a tudo, ainda que ciente do final feliz. H� certas cenas insuport�veis para mim. Quando se trata de crian�as e idosos, ent�o, � que n�o d� mesmo.

A paternidade vem acompanhada de um medo sobre-humano, se � que isso existe. E por mais forte o pai, ou a m�e, fato � que absolutamente ningu�m est� pronto para perder um filho. Lado outro, a orfandade - sobretudo a plena, de pai e m�e -, no tempo certo, acaba produzindo, dadas algumas condi��es e particularidades, at� mesmo um certo conforto.

Um admir�vel novo amigo, fil�sofo e escritor dos bons, ou melhor, dos �timos, me enviou um texto seu, escrito no Portal UAI, do Estado de Minas (Di�rios Associados). Coincidentemente o li hoje de manh�, antes de assistir ao tal v�deo agora h� pouco - motivo pelo qual escrevo para voc�s. � uma esp�cie de terapia em letras, palavras e frases.

Renato de Faria, o amigo e autor, aborda com extrema sabedoria o tema “inseguran�a dos pais”. Leiam isso: “Ao contr�rio do que muitos pensam, coragem n�o significa aus�ncia de medo, mas a habilidade de conviver com eles. Nos tornamos corajosos quando aprendemos a dialogar com nossos temores, cham�-los pelo nome e registrar sua presen�a em momentos importantes”.

Confesso que, aos 56 anos de vida, se fosse avaliado neste quesito tiraria, no m�ximo, uma nota 6. Com extrema boa vontade do avaliador, 7. Ao fantasiar sobre a morte de minha filha, tentei “dialogar” com meu p�nico, mas n�o consegui. O m�ximo, dentro do que nos ensina o Renato, que consigo, � conviver com ele (p�nico). Acho que, ao menos para ir tocando o dia a dia, � suficiente.
 
 
 

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