
O ex-secret�rio municipal de Meio Ambiente da gest�o Alexandre Kalil, M�rio Werneck, concedeu uma entrevista em que dissertou - a meu ver, erroneamente - sobre a poss�vel libera��o da Arena MRV, que est� sendo discutida em conjunto entre Atl�tico, Prefeitura, C�mara Municipal e Minist�rio P�blico estadual.
A mim me parece curiosa uma entrevista de um ex-secret�rio, justamente o respons�vel por aquilo que o Galo, a CMBH e todos os paralelep�pedos de Belzonte entendem como abusivo (certas contrapartidas), para ouvi-lo sobre um assunto que: 1) n�o lhe diz mais respeito; 2) cria confus�o onde n�o h� e atrapalha, certa maneira, a alegria do torcedor atleticano, euf�rico pela not�cia da SAF e pela proximidade da conclus�o da casa pr�pria.
Como conselheiro atento e atuante, tenho acompanhado muito de perto as tratativas em torno da, digamos, regulariza��o da Arena MRV. Como jornalista, manifesto com relativa frequ�ncia minhas opini�es a respeito, n�o na base do achismo e do “diz que me diz”, mas como “testemunha ocular” dos fatos e contumaz estudioso do assunto.
ESPANTOSO
Por isso, foi com extrema surpresa que li algumas ila��es e distor��es na entrevista, motivo que me faz, respeitosamente e embasado em fatos inequ�vocos, contrapor o ex-secret�rio de Alexandre Kalil, o ex-prefeito investigado em uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI), na C�mara de Vereadores de Belo Horizonte (CMBH), cujo t�tulo � “Abuso de Poder”, justamente tendo parte desse inqu�rito relativo a supostos abusos contra o Clube Atl�tico Mineiro.
Werneck parte de premissas atualmente inexistentes, ou equivocadas. Como esclarecido na pr�pria entrevista pelo vereador Cesar Gordin (Solidariedade), “as falhas do Projeto de Lei (PL) anterior foram corrigidas no novo texto”, ou seja, n�o h� que amea�ar, digo falar em “judicializa��o” sobre fatos inexistentes. Ali�s, neste sentido, conclui o vereador Bruno Miranda (PDT): “a licen�a � provis�ria, aprovada evento a evento, com plano de trabalho que precisa passar pela prefeitura. N�o acredito que a proposta resulte em problemas com a legisla��o ambiental”.
Ao manifestar sua vis�o, repito, a meu ver, errada, o ex-secret�rio acaba colocando em xeque a compet�ncia e responsabilidade dos atuais gestores da PBH, como se todos ali n�o fossem zelosos e cientes de suas obriga��es funcionais, e estivessem agindo de forma ilegal, o que comprometeria, no limite, os pr�prios CPFs. Sem falar no desprezo pelo MPMG, que acompanha atentamente todos os passos, al�m do Corpo de Bombeiros, Pol�cia Militar e BHTrans.
S� WERNECK EST� CERTO?
Al�m disso, ou tr�s vereadores (Gabriel Azevedo, Presidente da C�mara, Bruno Miranda, l�der do governo na Casa, e Cesar Gordin, autor do projeto), tr�s reconhecidos secret�rios municipais (Josu� Valad�o, Ant�nio Fleury e Leonardo Castro), o CEO da Arena MRV e do CAM, Bruno Muzzi, e o pr�prio prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, est�o loucos - ou agindo de forma ilegal - ou � o pr�prio ex-secret�rio que n�o sabe o que fala e, pior, antev� “poss�vel judicializa��o”.
Segundo a entrevista, Werneck admite que partiu da prefeitura a ideia de transformar a Arena MRV em um empreendimento de Utilidade P�blica: sem essa declara��o, n�o seria nem poss�vel levar o licenciamento � frente. N�s trabalhamos para liberar a constru��o”.
Que bom! Finalmente algu�m da antiga PBH admitiu que atirou todo o processo de licenciamento anterior, iniciado e conclu�do - pronto para ser enviado � CMBH para aprova��o - na gest�o Marcio Lacerda, e depois paralizado por mais de um ano, dormindo em alguma gaveta da gest�o Alexandre Kalil, na lixeira, ao impor (conforme explicou detalhadamente Bernardo Farkasvolgyi, arquiteto da Arena, em sua oitiva na CPI) uma nova forma de aprova��o.
O EX-SECRET�RIO DE KALIL TAMB�M AFIRMOU:
- “A regi�o � muito complicada para constru��o de um est�dio de futebol daquele tamanho”. Sim. E foi isso o que disse a Farkasvolgyi a ex-secret�ria Maria Caldas, o que obrigou o Atl�tico a abandonar o projeto inicial de um est�dio para 60 mil lugares, com shopping ou centro de conven��es em anexo, sem qualquer argumento t�cnico sen�o a pr�pria m�-vontade. Parab�ns, secret�rio, secret�ria e ex-prefeito! Voc�s fizeram um bem enorme ao Galo e � cidade (aviso: cont�m 100% de ironia os cumprimentos).
- “� uma �rea �ngreme, que depende de acesso. Existem medidas que devem ser elaboradas sen�o fica invi�vel acontecer um jogo de futebol num local daquele”. Sim. E � por isso que obras vi�rias NECESS�RIAS n�o apenas foram apresentadas pelo pr�prio Atl�tico como est�o em execu��o. Conforme declarou o pr�prio Bruno Muzzi, “o Atl�tico jamais questionou as contrapartidas necess�rias, mas sim os exageros”.
- “Quem passa por aquele local em hor�rio de grande movimento sabe que aquela localidade j� tem situa��o delicada. O funcionamento hoje da Arena com sua capacidade m�xima, 45 mil pessoas, certamente levar� ao colapso do tr�nsito na regi�o”. Sim. � verdade. Desde de 1996 a PBH concluiu que aquela regi�o � problem�tica e nunca fez nada. Seriam agora dois jogos do Atl�tico, por m�s, numa quarta-feira � noite, os respons�veis pelo caos que o Poder P�blico jamais cuidou e que espetou a solu��o, maldosamente, no lombo de um ente privado (CAM), Sr. Werneck?
PLANO MAL�FICO DOS 4 RS
Eu n�o estou acusando ningu�m nem afirmando que tal entrevista tenha cunho pol�tico, mas n�o deixa de ser curioso - repito - o momento de sua publica��o, principalmente quando ocorre simultaneamente a outras ila��es que circulam fartas por blogs e redes sociais. Uma delas, em especial, chega a ser ris�vel: uma que afirma que a SAF do Galo beneficiaria os investidores, notadamente os 4 Rs, pois “transformaram um terreno sem valor em uma Arena, e agora ser�o os donos”.
Fico imaginando, aqui, estes maldosos 4 Rs, l� em 2014, quando iniciou-se o projeto do est�dio, planejando tudo: “vamos dar entrada no projeto agora (gest�o Pimentel), depois combinamos com um prefeito (Lacerda) de aprovar, em seguida, pedimos para um outro (Kalil) atrasar e encarecer bastante a obra, da�, anos depois, criamos uma lei (SAF), e no final ficamos com tudo, depois de enfiar 300 milh�es de reais no Atl�tico e avalizar, pessoalmente, mais 500 ou 600 milh�es de reais”. Na boa, haja burrice e m�-f� para criar essas teorias, viu?
UMA VEZ AT� MORRER
Em sua “defesa”, de que n�o atuou sob as ordens de Kalil para prejudicar o Atl�tico, Werneck disse: “ “Eu sou atleticano, eu j� tive um infarto por causa do Atl�tico. Mas eu n�o posso deixar de fazer a coisa certa. N�s nunca fugimos daquilo que rege a pol�tica ambiental nacional”. Bem, ex-secret�rio, come�ando pelo fim:
- Aponte-me o artigo da lei que obriga o Atl�tico a edificar e manter um parque linear por 30 anos.
- Aponte-me o artigo da lei que obriga o Atl�tico a plantar e cuidar do ciclo de crescimento de 46 mil mudas (uma para cada assento).
- Aponte-me o artigo da lei que obriga o Atl�tico a construir quatro jardineiras na esplanada da Arena, “porque est� muito �rida”.
- Aponte-me o artigo da lei que obriga o Atl�tico a intervir em uma passarela de rodovia federal concessionada.
Ah! Especificamente sobre pol�tica ambiental nacional, o Galo jamais questionou uma �nica v�rgula.
- Aponte-me o artigo da lei que obriga o Atl�tico a edificar e manter um parque linear por 30 anos.
- Aponte-me o artigo da lei que obriga o Atl�tico a plantar e cuidar do ciclo de crescimento de 46 mil mudas (uma para cada assento).
- Aponte-me o artigo da lei que obriga o Atl�tico a construir quatro jardineiras na esplanada da Arena, “porque est� muito �rida”.
- Aponte-me o artigo da lei que obriga o Atl�tico a intervir em uma passarela de rodovia federal concessionada.
Ah! Especificamente sobre pol�tica ambiental nacional, o Galo jamais questionou uma �nica v�rgula.