
Segundo o Instituto Endeavor, em seu estudo anual sobre o ambiente de neg�cios no Pa�s - o �ndice de Cidades Empreendedoras - Belo Horizonte aparecia na quinta posi��o do ranking em 2022, ficando atr�s de S�o Paulo, Florian�polis, Curitiba e Vit�ria. Isso porque BH subiu nove posi��es em rela��o a 2020, quando ocupava o 14º lugar geral.
EXECUTIVO E LEGISLATIVO
Boa parte, ou melhor, a grande parte dos nossos problemas - e, �s vezes, das solu��es - v�m dos poderes legislativo e executivo locais, ainda que Bras�lia e Minas Gerais (dinheiro, principalmente, e legisla��o ambiental) e o judici�rio (estadual e federal) tenham relevante import�ncia em tudo que ocorre por aqui, afinal de contas, “ningu�m � uma ilha”.
Neste sentido, alegra-me dizer que, em minha modesta opini�o, contamos hoje com duas grandes e positivas lideran�as pol�ticas: o prefeito Fuad Noman e o vereador Gabriel Azevedo, presidente da CMBH. Ambos est�o � frente de equipes muito melhores que em passado recente, principalmente a C�mara dos Vereadores, renovada para melhor.
PREFEITURA E PREFEITOS
Se hoje contamos com um prefeito t�cnico, homem p�blico com larga experi�ncia na administra��o p�blica (municipal, estadual e federal), cordato, sens�vel e adepto ao di�logo, infelizmente, seu antecessor Alexandre Kalil transformou a PBH em uma esp�cie de feudo, onde apenas ele mandava - ou gritava! - e nenhum setor da sociedade era ouvido.
N�o � � toa a vis�vel melhora do ambiente de neg�cios na cidade - e o estudo citado acima mostra isso com clareza -, bem como, ainda que com diverg�ncias pontuais, algo normal em uma democracia, a rela��o pol�tica da Prefeitura com a C�mara e a Assembleia. Ali�s, diga-se de passagem, a rela��o com o governo mineiro (Zema) � muito boa tamb�m.
A ARENA MRV
O maior empreendimento de Minas Gerais, desde a constru��o da Cidade Administrativa, � o novo est�dio do Galo. Uma obra que, como o Clube, luta com muita ra�a para deixar o papel e ser inaugurada, aos trancos e barrancos, torcendo n�o apenas contra o vento, mas contra politicagens, abusos de toda a ordem, juros acachapantes e at� uma pandemia.
A Arena MRV, que jamais contou com um �nico centavo dos cofres p�blicos, est� prestes a receber jogos de futebol e espet�culos culturais, trazendo divisas para Belo Horizonte, gerando empregos, distribuindo renda, arrecadando impostos para o munic�pio, valorizando os im�veis da regi�o e deixando como legado melhorias diversas na infraestrutura urbana.
GEST�O MARCIO LACERDA
Respons�vel por receber o projeto do novo est�dio do CAM, Lacerda determinou de imediato, diante da import�ncia do empreendimento para a cidade - e n�o apenas para o Atl�tico e os atleticanos -, a cria��o de um grupo especial de trabalho, a fim de otimizar o andamento legal e superar (de acordo com a lei) as barreiras burocr�ticas municipais.
Sempre dentro das regras e sem nenhum tipo de favorecimento, ou privil�gio, a PBH de Lacerda, em cronograma oficial acordado com o Galo, previu o fim do processo legal para dezembro de 2015, com o in�cio das obras em janeiro de 2016. Ap�s uma s�rie de “idas e vindas”, totalmente pertinentes, um novo prazo foi estipulado, para o fim de 2016.
GEST�O ALEXANDRE KALIL
Com absolutamente tudo pronto e aprovado pela gest�o anterior, o ex-presidente do Atl�tico assumiu em janeiro de 2017. Faltava apenas o envio do necess�rio Projeto de Lei para a C�mara dos Vereadores, onde Kalil contava com amplo apoio (mais de 30 dos 41 vereadores eleitos). Contudo, infelizmente, foi justamente o contr�rio o que ocorreu.
CONTRAPARTIDAS ABUSIVAS
Se j� n�o bastasse o rein�cio total - ap�s mais de tr�s anos, milhares de horas trabalhadas e milh�es de reais gastos -, uma “coincidente e providencial” mudan�a na legisla��o ambiental, imposta pelo STF, alinhada aos anseios da Prefeitura, reduziu o tamanho do est�dio e o n�mero de vagas, e ceifou ou um shopping ou um centro de conven��es.
Al�m disso, contrapartidas previstas pelo Atl�tico, na ordem de 40 a 60 milh�es de reais (n�mero j� tr�s, quatro, cinco vezes maiores que outras obras equivalentes, em outras cidades e estados), transformaram-se, atualmente, em mais de inacredit�veis - e impag�veis! - 330 milh�es de reais. N�o h� precedentes de algo assim na hist�ria do Pa�s.
INVIABILIDADE ECON�MICA
Qualquer estudo de viabilidade financeira apontaria, sem a menor margem de d�vida, a impossibilidade de um n�mero assim. Imaginem o prazo do chamado “payback” (retorno financeiro) de um est�dio de 1 bilh�o de reais no Brasil: 50 anos?!? Pois � da� para pior, se mantidas as atuais condicionantes e demais premissas abusivas contra o Clube.
Exig�ncia de paisagismo sem amparo legal; obra municipal com condicionante vi�ria em rodovia federal; edifica��o e manuten��o de um parque linear; plantio de mais de 50 mil mudas (10% do que h� em toda a cidade, em 125 anos)… As arbitrariedades cometidas contra o CAM e a Arena s�o muitas, gritantes e na casa de centenas de milh�es de reais.
GEST�O FUAD NOMAN
T�o logo assumiu a prefeitura, em 29 de mar�o de 2022, ap�s ren�ncia de Alexandre Kalil, que se candidatou - e perdeu - ao governo de Minas, o atual chefe do executivo da capital mineira, Fuad Noman, imp�s, mais do que seu ritmo de trabalho, seu jeito cordial e colaborativo de ser. N�o h� um ente p�blico, ou privado, que n�o reconhe�a isso.
BH PRECISA CRESCER
Ao longo das �ltimas d�cadas, infelizmente, fomos perdendo import�ncia econ�mica e influ�ncia pol�tica no Pa�s. J� fomos a terceira cidade em popula��o e em PIB no Pa�s, e hoje ocupamos, respectivamente, a sexta e a quarta posi��es. A gest�o Kalil nos afastou completamente de Bras�lia; a gest�o Fuad, ao contr�rio, nos aproximou.
Alexandre Kalil tamb�m distanciou Belo Horizonte do governo de Minas, j� que inimigo pol�tico declarado do governador Romeu Zema (de quem Kalil n�o � inimigo, ali�s?). Fuad, se n�o � o melhor parceiro do “Chico Bento”, est� longe de qualquer inimizade. O chefe do executivo de uma cidade como BH precisa ser construtor de pontes; n�o o oposto.
NA ROTA DO MUNDO
Para muito al�m dos jogos de futebol - do Atl�tico e at� mesmo da Sele��o Brasileira - e do faturamento milion�rio deste setor, a inaugura��o da Arena MRV trar� para Belo Horizonte shows de artistas internacionais que hoje n�o olham para a cidade, pois o Mineir�o e o Independ�ncia n�o s�o locais adequados. Traduzindo: empregos e renda.
Al�m disso, o est�dio possui equipamentos sociais como escola de l�nguas, unidade de pronto atendimento, �rea de lazer e parque ecol�gico, tudo gratuito � popula��o. Sem falar, como j� se sabe, na valoriza��o dos im�veis do bairro e do entorno. Ou seja, estamos falando de um jogo onde todo mundo ganha - e ningu�m, al�m dos abutres, perde.
CPI E FUTURO
Os depoimentos e as provas colhidas na CPI “Abuso de Poder”, em curso na C�mara dos Vereadores de Belo Horizonte, desnudaram os abusos e preju�zos causados pelo Poder P�blico Municipal ao Atl�tico, por conta da constru��o do seu est�dio. S�o cifras na casa das centenas de milh�es de reais. Dinheiro que o Clube n�o tem, obviamente.
A Arena poderia ser utilizada em sua totalidade. Para isso, contudo, um esfor�o conjunto de PBH e CAM dever� ocorrer, para ordenar o tr�nsito e garantir a seguran�a dos torcedores. Sim, � poss�vel e vi�vel. Basta boa vontade de todos! Ato cont�nuo, a “justi�a econ�mica” precisar� imperar. Se n�o colocou um �nico centavo na obra - e isso � aceit�vel -, a PBH n�o pode, ou n�o deve, retirar nada que n�o seja dela. Se canja de galinha n�o faz mal, honestidade e boa-f�, tamb�m n�o.