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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

Arena MRV: n�meros superlativos n�o encantam o Poder P�blico, mas deveria

O Atl�tico e a Arena est�o fazendo sua parte, bem como a massa de trabalhadores dedicados. Al�, prefeitura de BH, governo do estado e Minist�rio P�blico


16/12/2022 06:30 - atualizado 16/12/2022 07:43
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Arena MRV
A arena mais moderna da Am�rica do Sul (foto: Arthur William/Ag�ncia Espacial de Comunica��o)
Sim, sou atleticano fan�tico e conselheiro eleito, com muita honra, do Clube Atl�tico Mineiro. Mas tamb�m sou, deixe-me ver, empres�rio, jornalista, pai, marido, irm�o, tio, genro, padrinho, amigo, viciado em torresmo, coca-cola, picanha, enfim…

Se por causa de todas estas, digamos, qualidades acima, eu me tornasse incapaz, ou suspeito, para comentar a respeito, teria - assim como voc�, leitor amigo, leitora amiga - que me manter mudo ao longo da vida. Por que tal digress�o? Explico.  

Escrevo diariamente neste site e tamb�m no da revista Isto�, al�m de participar do programa Conversa de Reda��o, da R�dio Itatiaia, sobre pol�tica, economia e outros assuntos de interesse geral, sempre na condi��o de cidad�o e espectador do cotidiano, nunca como especialista de nada (pois n�o sou).

Esporadicamente, escrevo tamb�m sobre o Galo, uma das grandes paix�es da minha vida. E quando o fa�o, certos leitores me “acusam” de ser “suspeito”. Ora, basta confrontar meus textos com os n�meros, dados e fatos apresentados, e ver�o que jamais faltei com a verdade - como fa�o, ali�s, com qualquer outro assunto. 

ARENA MRV


Dias atr�s, escrevi sobre a verdadeira saga que enfrenta a Arena MRV, para conseguir ficar pronta e ser finalmente inaugurada em mar�o de 2023. Prefeitura de Belo Horizonte, pandemia, infla��o, disrup��o da cadeia produtiva, burocracia estatal, contrapartidas e at�, pasmem!, STF, juntos, formaram um time dif�cil de ser batido.

Contudo, do lado de c� da hist�ria, vestindo o manto sagrado alvinegro, profissionais ultra capacitados e atleticanos abnegados, mantendo a tradi��o do Clube, jogam com “muita ra�a e amor”, e em poucos meses dar�o aos mais de oito milh�es de torcedores do Galo e � cidade de Belo Horizonte, a mais moderna arena multiuso da Am�rica do Sul.

Ao escrever a coluna anterior, que voc� pode ler aqui, abordei n�meros relativos � obra e �s contrapartidas (absurdas e abusivas, a meu ver) exigidas pela administra��o anterior da cidade, entregue ao ex-prefeito Alexandre Kalil. Dessa vez, por�m, vou me debru�ar sobre os ganhos s�cio-econ�micos que a Arena MRV trouxe, traz e trar� � BH.

Para come�ar, o est�dio est� sendo constru�do em uma �rea de 192 mil metros quadrados e ter� investimentos de cerca de 1 bilh�o de reais (em obras diretas e de contrapartidas). Estamos falando de mais de 4 mil empregos diretos, mais de 2 mil empregos indiretos, mais de 6 mil empregos induzidos e quase 13 mil novas ocupa��es no total.

CIFRAS ESPANTOSAS E PODER P�BLICO


Os investimentos, ao final, poder�o gerar mais de 350 milh�es de reais de renda direta, sob a forma de sal�rios, rendimentos de aut�nomos, lucros das empresas e pagamento de tributos. Considerando os fornecedores diversos, a renda indireta � de mais de 200 milh�es de reais. A renda induzida, em fun��o dos efeitos sobre a economia em geral,  ultrapassa os 500 milh�es de reais.

Portanto, considerando os efeitos diretos, indiretos e induzidos, o investimento de 1 bilh�o de reais na obra da Arena MRV poder� gerar uma renda total de mais de 1.3 bilh�o de reais. Senhoras e senhores, � dinheiro pra chuchu! Dinheiro que o Clube Atl�tico Mineiro e sua casa est�o trazendo para toda a cidade e estado.

Ex-prefeito e prefeito de BH, Alexandre Kalil e Fuad Noman
Contrapartidas: Ex-prefeito e prefeito de BH, Alexandre Kalil e Fuad Noman (foto: Ascom PBH)
Infelizmente, ainda assim, o Poder P�blico, sobretudo o municipal, n�o parece muito disposto a caminhar de m�os dadas, em benef�cio da popula��o de BH, e mais especificamente da regi�o em que se encontra o est�dio, com a iniciativa privada (como sempre, ali�s), ao contr�rio do que ocorre em outras cidades no Brasil e mundo afora.

Em que pese os esfor�os da turma do “ch�o de f�brica” (servidores p�blicos capacitados e dotados de boa f� e boa vontade), os “andares de cima” da m�quina municipal precisam trabalhar com mais afinco e velocidade. O plano vi�rio, por exemplo, foi inicialmente apresentado � BHTrans em mar�o de 2000, e somente aprovado recentemente, em meados deste ano.

ENCERRO


Como informei no in�cio deste texto, ser atleticano e conselheiro do Galo n�o muda a verdade dos fatos. Todos os dados aqui utilizados foram fornecidos pela Arena MRV, tiveram como base fontes oficiais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a Funda��o Jo�o Pinheiro e a Secretaria Especial de Previd�ncia e Trabalho do Minist�rio da Economia, e foram atualizados de forma aproximada (por mim) a valor presente.

Os c�lculos de gera��o de emprego e renda utilizaram, como refer�ncia, os multiplicadores do setor da Constru��o Civil, calculados pela Funda��o Get�lio Vargas, dispon�vel em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101604.pdf. J� os multiplicadores de renda e emprego s�o setoriais. Sendo assim, os resultados podem apresentar diferen�as em fun��o de produtividade e outros fatores de cada empresa.

Na pr�xima coluna, abordarei os impactos sociais e econ�micos na regi�o de influ�ncia da Arena MRV, notadamente os bairros Camargos, Santa Maria e Calif�rnia, onde vivem aproximadamente 30 mil habitantes. E mais uma vez, antes de encerrar, clamo �s autoridades envolvidas - al�, prefeitura de BH, governo de Minas e Minist�rio P�blico!! - o olhar parceiro que deve ter o Poder P�blico em benef�cio da sociedade.

N�o h� f�rmula para se superar uma crise econ�mica sen�o muito investimento (privado, j� que o p�blico � limitado pela situa��o fiscal calamitosa em que se encontram munic�pios, estados e Uni�o) e muito trabalho. O Atl�tico e a Arena est�o fazendo sua parte, bem como a massa de trabalhadores dedicados. Mar�o se avizinha ligeiro, e os 46 mil lugares do est�dio do CAM n�o veem a hora de pulsar forte e ecoar o hino t�o alto, mas t�o alto, que o Mineir�o e o Independ�ncia ter�o de tampar os ouvidos - ou gritar Gaaaaaloooo tamb�m.

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