Mais trag�dia: da Raja Gabaglia ao BNDES, Brasil � privatizado por extremos

Esta coluna nasceu sob encomenda. Explico: Um amigo querido, cansado do caos que tomou conta da Av. Raja Gabaglia em Belo Horizonte (desde que Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, foi desalojado do desgoverno por Lula da Silva, o meliante de S�o Bernardo), por causa da turba da terceira idade branca e de classe m�dia que pede golpe militar �s portas do quartel do Ex�rcito, deixando livre apenas uma faixa de tr�nsito, me pediu para escrever - outra vez!! - a respeito. 

Por�m, como de meu feitio, juntei l� com cr� (outro de meus defeitos ao escrever, al�m de me alongar bastante e digredir em demasia) e, ap�s ouvir o discurso desta ter�a-feira (13) do presidente eleito, anunciando Alo�zio Mercadante para a Presid�ncia do BNDES e o fim das privatiza��es no Brasil (me pergunto, inclusive, quais?), c� estou a resmungar - como sempre!! -, misturando alhos com bugalhos e descendo a borduna no chef�o petista, em complemento � encomenda feita pelo meu amigo.

O Brasil �, hist�rica e indiscutivelmente, um pa�s de castas e privil�gios onde o assalto � popula��o, pelo Estado, se d�, via de regra, pelos impostos abusivos e a ocupa��o da corte (e seus amigos) na m�quina estatal. Se voc� faz parte da casta do funcionalismo p�blico nas tr�s esferas (municipal, estadual e federal), nos tr�s poderes (executivo, legislativo e judici�rio) e/ou pertence ao seleto grupo de profissionais e empres�rios ligados ao rei, parab�ns! N�o tem nada do que se queixar.

Agora, se, ao contr�rio, voc� � apenas mais dos burros de carga, como o ot�rio que vos escreve, pode come�ar a apertar ainda mais o cinto, cumpadi, porque, como bem disse um ministro do STF, “perdeu, man�”. Sim, l� do Planalto, Lula mandou avisar: “vai acabar as privatiza��es nesse pa�s (sic)”. Bem, ainda que jamais tenhamos tido tantas privatiza��es assim desde Fernando Henrique Cardoso, n�o deixa de ser mais uma m� not�cia para os pagadores de impostos - e uma �tima not�cia para os donos do poder.

Paulo Guedes, o ex-Posto Ipiranga, acertadamente, j� chamou de “parasitas” a casta do funcionalismo, e disse mais: “Somos 200 milh�es de trouxas sendo explorados por seis bancos, seis empreiteiras, seis empresas de cabotagem e seis distribuidoras de combust�veis”. Faltou completar a lista com seis partidos pol�ticos, mas tudo bem. O fato � que, a despeito do diagn�stico correto, nada fez para mudar a realidade dos trouxas. Ao contr�rio! Ele e seu patr�o pularam para dentro do “sistema”.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), ao lado da Petrobras e de outras estatais, foram fonte de recursos ilimitados para a corrup��o generalizada da cleptocracia lulopetista durante 14 intermin�veis anos, e, ao que parece, o tempo das raposas no galinheiro voltou, e reconhe�amos: o patriarca do cl� das rachadinhas e das mans�es milion�rias, compradas com panetones de chocolate e dinheiro vivo, estancou a sangria. Bolsonaro e Guedes recuperaram as estatais e as livraram da (grande) corrup��o.

“P�, Ricardo, cad� as privatiza��es do t�tulo?”. U�, est�o a�, leitor amigo, leitora amiga. Lula e o PT privatizaram, para si, outra vez, o aparelho do Estado, e os golpistas grisalhos e barrigudos privatizaram ruas, avenidas, estradas e port�es dos quart�is Brasil afora, onde pedem SOS �s For�as Armadas e aos ETs, infernizando o tr�nsito e a vida de quem mora e trabalha nos locais onde se encontram para jogar domin�, beber �gua de coco e comer churrasquinho de gato, at� poderem voltar para a triste realidade de suas casas.

Estou sendo duro e ofensivo  com a turba? Sim, estou. E o relato de uma senhora, que enfrenta diariamente mais 20 ou 30 minutos de tr�nsito, presa em um �nibus lotado ap�s trabalhar o dia inteiro, tentando voltar para casa, por causa dessa porcaria de manifesta��o, como � mesmo?, antidemocr�tica, n�o apenas me incentiva como me habilita a ser desrespeitoso com quem tamb�m o �. O Brasil, meus caros e caras, h� muito deixou de ser “nosso” e passou a ser “deles”. O pa�s foi privatizado e n�o nos contaram, apenas nos mandaram a conta.