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Estado de Minas MEM�RIA

Serra do Curral: refer�ncia local desde o s�culo 18

Serra era considerada marco geogr�fico usado pelo governador Ant�nio de Albuquerque para demarcar os limites das principais fontes de abastecimento


08/05/2022 04:00 - atualizado 10/05/2022 17:41

Muro de pedras
Muro de pedras com mais de 2 quil�metros de extens�o est� em �rea protegida do conjunto paisag�stico da Serra do Curral (foto: Euler J�nior/EM - 8/9/2015 )


A Serra de Curral del-Rei, depois apenas Serra do Curral, sempre impressionou viajantes pelos sert�es do Brasil e forasteiros que chegavam ao arraial devido � “sua paisagem inesquec�vel, um local agrad�vel e aconchegante”, conforme relatos registrados em di�rios e anota��es.

Assim, passou a fazer parte da mem�ria individual e coletiva daqueles que viviam ou passavam pela localidade.

No dossi� de tombamento – o conjunto paisag�stico da Serra do Curral foi protegido pelo Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural do Munic�pio por meio da Delibera��o 147/2003, publicada no Di�rio Oficial do Munic�pio de 7 de janeiro de 2004 –, est� a pesquisa sobre os prim�rdios da regi�o do Rio das Velhas, com seu conjunto montanhoso, desbravada pelos bandeirantes paulistas em busca de ouro e pedras preciosas.
 
Seguindo os passos dos pioneiros, a bandeira de Jo�o Leite da Silva Ortiz (1674-1730) alcan�ou os contrafortes da Serra das Congonhas, “que, mais tarde, pelas constantes levas de gado que ali estacionavam para o com�rcio, e, principalmente para pagamento de impostos, deveria adaptar a designa��o que ainda conserva de Serra do Curral del-Rei”.

O bandeirante, surpreendido pela magn�fica paisagem que avistara e com os aspectos atraentes da Serra das Congonhas, apossou-se dessas terras.

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Nas encostas da Serra das Congonhas foi ent�o fundada a Fazenda do Cercado por Ortiz, dedicada � lavoura e � cria��o de gado.

“A posse das terras, onde mais tarde seria assentada parte da cidade de Belo Horizonte, foi oficialmente concedida a Ortiz, por meio de Carta de Sesmaria, pelo governador Ant�nio de Albuquerque Coelho de Carvalho, passada no Arraial de Caet� aos 19 de janeiro de 1711”.

O documento estabelecia ser da posse do bandeirante “toda a terra da fazenda, come�ando sua data ao p� da Serra das Congonhas at� Lagoinha, estrada que vai para os currais da Bahia”.

O dossi� explica ainda que “desde o s�culo 18, j� se tornava percept�vel que a Serra do Curral havia se constitu�do como refer�ncia local, sendo considerada marco geogr�fico usado pelo governador Ant�nio de Albuquerque Coelho de Carvalho para demarcar os limites das principais fontes de abastecimento das zonas aur�feras”.

Enquanto Vila Rica (atual Ouro Preto), Sabar�, Serro Frio (Serro) e outras localidades se tornavam centros populosos e ricos pela explora��o permanente das minas de ouro, o local da Fazenda do Cercado se desenvolvia em torno das atividades agropastoris, abastecendo as zonas aur�feras.

O progresso das terras de Ortiz logo atraiu moradores para a regi�o do Cercado.

“Admitindo agregados em seu latif�ndio, o bandeirante deu in�cio ao povoamento dessa regi�o, e, aos poucos, um pequeno arraial come�ou a se estruturar ao longo do territ�rio pr�ximo � Fazenda do Cercado, originando pequenos aglomerados urbanos devido � abund�ncia de �gua, topografia adequada, solos f�rteis e uma bela paisagem”.



Curral del-Rei 

Por volta de 1707, o arraial que havia se formado em torno da Fazenda do Cercado, tendo como refer�ncia o alinhamento montanhoso da Serra das Congonhas, recebeu o nome de Curral del-Rei devido ao “cercado ou curral ali existente, formado pelas encostas e conforma��es rochosas pr�ximas da Serra das Congonhas”.

Batizado com o nome de Curral del-Rei, o arraial pertencente � Capitania de Minas, e posteriormente inclu�do na comarca do Rio das Velhas, cuja sede era Sabar�, continuou a crescer gradativamente “agora n�o apenas em fun��o da fama das minas de ouro que ganhava estrada, mas em consequ�ncia do desenvolvimento da agricultura, pecu�ria e com�rcio”.

Virou ponto de parada de viajantes e forasteiros”. Come�ou ali o processo ainda incipiente de migra��o e de crescimento demogr�fico em fun��o “da salubridade do lugar, o pitoresco do panorama e a boa posi��o para interc�mbio comercial”.

No centro do arraial, foi erguida pelos devotos uma capela dedicada a Nossa Senhora da Boa Viagem (padroeira de Belo Horizonte), “cuja evoca��o bem exprimia as particularidades da regi�o, de onde partiam diariamente, entregues aos azares da sorte, bandeirantes e  aventureiros”.



Surpresas nas alturas da Serra do Curral

A Serra do Curral � muito mais do que s�mbolo de BH, local escolhido em plebiscito em 1995, cart�o-postal e testemunha do crescimento urbano. De forma surpreendente, por ser alvo de atividades miner�rias e especula��o imobili�ria, ainda guarda tesouros escondidos.

� o caso de um muro de pedras, com mais de dois quil�metros de extens�o, que se estende no alto da Regi�o Leste da capital.

Conforme o Estado de Minas mostrou aos leitores em 2011, trata-se de monumento entremeado por flores roxas e amarelas e os cactos t�picos da vegeta��o no Quadril�tero Ferr�fero.

Tem cerca um metro de altura ao longo de mais de dois quil�metros de extens�o, seguido de um valo, com cerca de dois metros de profundidade.

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Funda��o Municipal de Cultura, informa que o muro est� inserido na �rea protegida do conjunto paisag�stico da Serra do Curral, tombado pelo munic�pio em 2003.

Investiga��es de um estudo pr�vio realizado pelo Laborat�rio de Arqueologia da UFMG, em 2011, indicam que a �rea faz parte da estrutura de uma antiga fazenda, servindo como divis�o de propriedades ou para impedir a passagem de gado.

Al�m disso, h� um processo de tombamento espec�fico em aberto, pelos  ind�cios de que o bem se enquadra na categoria de patrim�nio arqueol�gico urbano.


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