(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas RICARDO KERTZMAN

Exclusivo: vem a� uma bomba at�mica no Galo, envolvendo a Arena MRV

Em novembro de 2017, o Conselho Deliberativo analisava quest�es relacionadas ao or�amento do ano seguinte, at� que uma quest�o fora da pauta entrou em vota��o


16/10/2022 12:50 - atualizado 16/10/2022 18:17

Por Ricardo Kertzman

Letreiro da Arena MRV
A casa do Gal�o da Massa (foto: Divulga��o/Arena MRV)
O Galo coleciona “bombas” hist�ricas em seus quase 115 anos de vida - dentro e fora do campo, ali�s. Nelinho, �der e Hulk explodiram goleiros e fizeram a alegria da Massa com seus petardos certeiros. J� os in�meros processos judiciais de outrora e a auditoria recente de 2020, feita pela Kroll, empresa especializada em investiga��es corporativas, sobre as administra��es anteriores, detonaram artefatos bem menos agrad�veis para o torcedor.
 
 
 
Agora, uma outra explos�o de grandes propor��es se avizinha, e o Clube Atl�tico Mineiro promete viver novos dias de grande emo��o e embate pol�tico. O assunto � delicado, pois envolve o passado (um presidente hist�rico), o presente (a nova casa em constru��o) e o futuro (como ser� registrada a Arena) do atual campe�o brasileiro, mineiro e da Copa do Brasil. Talvez tenha chegado ao fim o per�odo de calmaria na sede de Lourdes.

JABUTI

Em 6 de novembro de 2017, o Conselho Deliberativo analisava e votava quest�es relacionadas ao or�amento do ano seguinte. Durante o encontro, contudo, uma quest�o fora da pauta, portanto n�o comunicada aos membros, entrou em vota��o, surpreendendo os presentes e, mais ainda, nos dias seguintes, os n�o presentes. Na pol�tica, isso recebe o nome de “jabuti”, quando parlamentares infiltram temas para serem votados.

Imaginem os leitores, por exemplo, que v� ao plen�rio da C�mara dos Deputados uma vota��o para, sei l�, aumento dos benef�cios dos congressistas. Como � garantido o “sim”, j� que nunca votariam contra as pr�prias regalias, um deputado qualquer inclui na pauta um assunto do interesse dele, que n�o foi debatido previamente com os colegas, e, aproveitando-se do descuido dos demais, v� aprovado aquilo que gostaria.

NOME DO EST�DIO

Foi mais ou menos isso que ocorreu na assembleia que citei acima. O nome oficial do novo caldeir�o do Galo, a Arena MRV, � Est�dio Elias Kalil, um ex-presidente do Clube e pai de Alexandre Kalil. Por qu�? Bem, porque, a despeito de n�o constar na ordem do dia, a escolha do nome foi sugerida (por um �nico) e votada pelos demais presentes. Eis o jabuti alvinegro, ainda que n�o “contrabandeado” em uma outra vota��o.

O torcedor atleticano pode - e deve! - estar se perguntando: a homenagem � merecida? Totalmente. Em que pesem as in�meras situa��es, digamos desabonadoras, relacionadas � gest�o do clube pelo ex-presidente Alexandre Kalil, Elias, que n�o tem nada com isso, foi inegavelmente um dos maiores e melhores presidentes da hist�ria do Atl�tico, e seu legado n�o se confunde com o de seu filho, nem muito menos diminui.

ASSEMBLEIA

Por�m, o que ter� de ser discutido em algum momento, podendo alterar radicalmente a hist�ria, � se houve irregularidade estatut�ria, ou n�o, na referida vota��o. Muitos conselheiros ouvidos por esta coluna encontram-se bastante contrariados por terem sido sumariamente exclu�dos da decis�o sobre o nome do est�dio. E mais: por que outros nomes hist�ricos como Walmir Pereira e Nelson Campos n�o foram lembrados?

Se, oportunamente, ap�s franco e amplo debate sobre o tema, for considerada nula a vota��o anterior por infra��o estatut�ria (o estatuto do Atl�tico � claro sobre convoca��o, pauta e delibera��o das reuni�es do Conselho), em uma poss�vel e pr�xima assembleia, os conselheiros atuais, devidamente cientes do assunto, ter�o de definir, em pauta especifica, o nome oficial da Arena MRV. Inclusive, e por que n�o?, at� mesmo manter o de Elias Kalil. 

ALEXANDRE

Kalil, o filho, � sempre reativo a qualquer contrariedade, por menor e mais banal que seja. Imaginem, ent�o, a possibilidade de n�o ter o sobrenome no registro da Arena. Ali�s, a meu ver, ainda que o nome seja o do pai, �, de certa forma imerecida a honraria, pois Alexandre foi prefeito de BH e, indiretamente, respons�vel por anos de atraso na obra e por milh�es de reais em custos n�o previstos, como as contrapartidas espantosas exigidas pelo munic�pio.

Al�m disso, se � fato que venceu a Libertadores (2013) e Copa do Brasil (2014), igualmente fato foi a delicada situa��o em que entregou o alvinegro a seus sucessores, com in�meros “sen�es”, muitos deles relacionados a temas, no m�nimo, discut�veis, envolvendo a contrata��o de familiares e despesas desnecess�rias. O Atl�tico s� n�o quebrou gra�as aos tais 4 Rs (Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimar�es e Renato Salvador).

ARENA MRV

H� uma m�xima de que gosto muito: quem n�o conhece o passado est� fadado a repetir os erros no futuro. O grupo que hoje comanda o Atl�tico inaugurou uma era de grau m�ximo em governan�a corporativa. Processos rigorosos, inclusive de “compliance”, ditam as regras no Galo. Por que, ent�o, permitir que um poss�vel v�cio estatut�rio formal prevale�a em favor de mera homenagem a uma fam�lia que passou pelo Clube?

O novo est�dio do Galo j� � e ser�, ao menos pelos pr�ximos dez anos, Arena MRV. O Mineir�o, para quem n�o sabe, chama-se Est�dio Governador Magalh�es Pinto. Pode parecer, portanto, assunto de menor import�ncia o nome oficial, mas, assim como nossos nomes s�o escolhidos por nossos pais, nada mais justo que a escolha do nome da arena seja feita por todo o Conselho Deliberativo do Clube, e n�o apenas por alguns conselheiros.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)