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Estado de Minas O BRASIL VISTO DE MINAS

H� not�cias promissoras, mas s� na virada de 2022 voltamos ao normal

Mesmo com vacinas contra a COVID, o retorno � normalidade ainda demora. Que encontremos os meios para chegar inteiros at� l�


07/12/2020 04:00 - atualizado 07/12/2020 07:30

Propagação do coronavírus provocou situações de lockdown em vários países, e segunda onda surge como nova ameaça(foto: Michal Wachucik/AFP - 5/8/20)
Propaga��o do coronav�rus provocou situa��es de lockdown em v�rios pa�ses, e segunda onda surge como nova amea�a (foto: Michal Wachucik/AFP - 5/8/20)
 
Poucos anos no horizonte de nossas vidas ter�o chegado ao fim de modo mais melanc�lico do que este ano de 2020. O aparecimento da COVID-19 provocou uma mudan�a na vida das pessoas t�o grande como n�o se via desde a 2ª Guerra Mundial.

Al�m de ter infectado mais de 66 milh�es de pessoas em todo o mundo e causado mais de 1,5 milh�o de mortes at� agora, a pandemia provocou tamb�m a maior contra��o econ�mica j� registrada desde a grande crise de 1929.

Nunca em tempos modernos a vida humana se revelou t�o fr�gil e vulner�vel, apesar de todo o progresso que julgamos ter alcan�ado.

Como sempre fizeram, as sociedades humanas t�m resistido ao flagelo da natureza. Do ponto de vista da economia, tanto o Brasil como a maioria dos pa�ses chega ao final do ano com uma retra��o econ�mica menor do que havia sido antecipado nos primeiros meses do ano.

As previs�es iniciais de organiza��es internacionais de primeira classe apontavam para uma queda do PIB mundial entre 6% a 7,6%, sendo que agora a estimativa � de 4,2%. No Brasil, no in�cio da pandemia previa-se que o PIB recuaria entre 7,4% a 9,1%.

A proje��o atual da OCDE � que teremos uma queda menor, de 6 %, mas, segundo as estimativas do governo e dos mercados, a retra��o ser� ainda menor.

Essa atenua��o dos efeitos econ�micos da doen�a n�o decorreu da m� qualidade das previs�es. Na verdade, todas as na��es atingidas reagiram � altura diante dos efeitos do confinamento social na renda e na produ��o.

Governos e bancos centrais lan�aram m�o de imensos recursos fiscais e de grande expans�o monet�ria para transferir renda �s fam�lias que perderam suas rendas e fornecer cr�dito �s empresas que se viram subitamente sem mercado para sua produ��o.

Nas palavras do economista americano Zachary Karabell, este n�vel de gasto p�blico n�o tem precedente na hist�ria – nem em tempo de guerra nem em tempo de paz.

Em abril deste ano, ele perguntava se esta escala de gastos iria de fato funcionar, pois, segundo ele, jamais houve um experimento desta monta. Como sabemos agora com certeza, as interven��es funcionaram e o pior foi evitado.

Nossas pr�prias institui��es reagiram com efetividade aos efeitos da pandemia, apesar dos discursos desencontrados e da falta de coordena��o.

A a��o do Congresso, do Banco Central e, em menor grau, seguramente, do governo, propiciaram um esfor�o fiscal de cerca de 8% do PIB, o mesmo n�vel da China e dos Estados Unidos.

Como o aux�lio teve excelente focaliza��o, destinando-se quase integralmente �s popula��es mais pobres e mais afetadas pela paralisa��o da economia, o resultado foi n�o somente um maior equil�brio social, mas principalmente uma forte reativa��o da economia.

A escala das transfer�ncias de renda, cerca de R$ 350 bilh�es, � grande demais para se tornar permanente mas, pelo menos, mostrou com clareza que um crescimento que privilegie as grandes popula��es de baixa renda do pa�s � a melhor maneira de impulsionar o desenvolvimento de toda a economia e o �nico caminho para nos tornarmos uma na��o mais civilizada.

Por causa desse esfor�o fiscal extraordin�rio, o d�ficit e o endividamento p�blico subiram �s alturas. No entanto, qualquer tentativa prematura de iniciar um corte de despesas pode abortar a fr�gil recupera��o que no momento est� se esbo�ando.

Mesmo com as not�cias promissoras sobre as vacinas, a imuniza��o em massa e a volta da vida ao antigo normal s� vir�, na melhor das hip�teses, na virada de 2022.

Partir j� agora para a tentativa de equil�brio fiscal vai provocar uma retra��o dentro da retra��o, uma esp�cie de segunda onda de decl�nio que pode p�r em risco a pr�pria estabilidade social e pol�tica, afora os custos humanos irrepar�veis.

N�o temos o governo certo para a hora certa, � poss�vel reconhecer. Contudo, este � o governo que temos. N�o resta �s pessoas em posi��o de responsabilidade sen�o possibilitar ao governo os meios que forem necess�rios para uma aterrissagem suave na tempestade em que estamos. Nem que seja apenas para dar tempo de chegarmos inteiros a 2022.

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