As semanas do in�cio do ano continuam movimentadas no Am�rica com a dan�a das cadeiras dos jogadores. Alguns saindo, alguns chegando e, at� agora, nada de muito impacto, embora tenham vindas algumas pe�as importantes, como o goleiro Jailson, que vem para a dur�ssima miss�o de substituir Cavichioli. F�bio, que desde o princ�pio na minha vis�o n�o era a pe�a ideal, felizmente n�o vem.
Mas o que quero dizer � que foi nesta segunda-feira que acordei com o que considero a melhor not�cia de movimenta��o de elenco desde o come�o do ano: a cria da base do Coelho, Matheusinho, destaque das categorias de base, est� de volta e explico porque isso importa.
Primeiro, como Mauro Z�rate provavelmente n�o vai ficar (as condi��es s�o muito complicadas financeiramente), vamos precisar de um talento fora da curva e que traga valor agregado diferenciado ao futebol do time – aquele cara que sabe fazer diferente.
E eu cravo aqui: Matheusinho, quando quer, sabe jogar bola demais. A despontada no profissional foi muito r�pida e, infelizmente, essa sa�da para o pouco tradicional futebol israelense trouxe certa estagna��o na carreira do menino. Ali�s, n�o foi s� no lado profissional. O atleta, meses atr�s, de forma muito corajosa, chegou a admitir um estado de depress�o no Oriente M�dio, o que comoveu jogadores, torcida e meio esportivo.
Ainda com apenas 23 anos, o meia avan�ado (ou ponta dependendo do esquema t�tico) tem muita lenha para queimar ainda e, mais maduro f�sica e mentalmente e bem menos franzino, tem agora a chance que faltava para brilhar e fixar sua marca na galeria dos craques do Deca. E a grande sorte dele foi chegar justamente para jogar uma Libertadores, e entrar em um Am�rica bem maior do que era quando ele saiu. Vai ter que suar a camisa, claro, mas tem bola para a titularidade.
Para quem n�o confia tanto, ou para aqueles torcedores que insistem em boicotar a base, o meu argumento � simples. �s vezes, o craque s� precisa ter incentivo e paci�ncia, e ser orientada por uma equipe t�cnica que potencialize suas principais caracter�sticas e o deixe jogar de forma livre. � assim que os craques tendem a brilhar.
Afinal, n�o sei se voc�s lembram, mas Ademir custou a pegar no tranco. Passou quase dois anos como coadjuvante, com poucas chances no Campeonato Mineiro e na S�rie B, at� que, em 2020, fixou na equipe de Lisca depois de receber uma chance de mostrar seu futebol com const�ncia e encaixado no esquema que favorece o seu jogo. O resto � hist�ria.
Entendo que eles possuem caracter�sticas diferentes, mas sugiro que Matheusinho n�o seja usado como um meia est�tico, de liga��o. Sempre enxerguei ele como um driblador que sabe muito bem, quando tem espa�o, escapar pelas pontas, fazer o fac�o e partir para cima. N�o adianta coloc�-lo para marcar no meio ou esperar dele a maestria em passes e arma��o.
Matheus Leonardo tem em sua caracter�stica principal, desde a base, ser agudo e jogar em dire��o ao gol. Claro que n�o tem a velocidade de Ademir e algumas caracter�sticas diferentes, mas passou pelo mesmo processo: muito habilidoso, mas leve e f�cil de ser derrubado. No entanto, no caso do Fuma�a, depois que ganhou maturidade em campo e perdeu a timidez, passou a usar isso a seu favor. � o que espero que ocorra com o Matheusinho. Que venha n�o apenas para somar, mas para fazer hist�ria. � o que toda na��o americana deseja.