Imagina se torcedor fosse um ser racional moldado na base da tecnologia de dados? Todo mundo iria ser Real Madrid. Mas o legal do futebol � que ele ultrapassa, e muito, as barreiras do bom senso – e que bom! Mais do que isso, a paix�o pelo esporte pode salvar vidas, sem qualquer exagero. E n�o adianta voc� se iludir e achar que seu time � especial e que voc� � �nico, torcedor. Ali�s, n�o adianta, mas entendo que mesmo assim voc� vai achar. Eu, por exemplo, munido de todo clubismo insensato que me atormenta, tenho a certeza de que o torcedor do Am�rica n�o � um ser comum. E n�o � mesmo!
Mas, claro, � preciso ponderar que h� muitos casos parecidos, aqueles de torcedores que n�o deixaram seu clube em momentos vexat�rios, nem optaram por ser mais um “ondinha”, nem escolheram na inf�ncia pular para um rival que ganhava t�tulos. E sabe por qu�? O futebol � uma bela met�fora de como nos comportamos desde a inf�ncia, carregando nossas aspira��es, frustra��es, nos confrontando com a derrota, com a incapacidade, com a gl�ria. Imagina ent�o que voc� cres�a em um ambiente mais complicado, com menos oportunidades e problemas sociais, e seja impedido de vivenciar essa magia?
Digo isso pois o ponto aqui � que o que o mundo da bola faz a gente transcender muito a quest�o das vit�rias, dos t�tulos, dos jogos. O futebol, esporte mais popular do Brasil e do mundo, � mesmo capaz de transformar realidades e de mudar completamente a vida de crian�as carentes, por exemplo. E poucos sabem e investem nisso, principalmente na �rea executiva de ponta, onde na maioria das vezes est�o todos muito ocupados em expandir lucros e neg�cios. Mas tem muita gente fazendo a diferen�a.
Um exemplo que merece ser citado e que me comoveu � o apoio do Bruno da Matta Machado, da Tailor, a um projeto que traz esperan�a a crian�as carentes do Aglomerado da Serra, a escolinha GDI. A iniciativa foi criada para tirar os pequenos dos becos e das m�s influ�ncias e lev�-los � op��o do esporte e cultura. Os pr�prios moradores idealizaram sem qualquer verba inicial e j� est�o recebendo incentivos da iniciativa privada. Agora, tento aqui fazer a minha parte colocando-os na m�dia, com prazer.
“Quando a gente entra em iniciativas como esta, n�o quer nem falar do nosso neg�cio. S� de sentirmos que estamos, de alguma forma, impactando positivamente uma nova gera��o, sabemos que estamos fazendo o certo – e o m�nimo ainda. O esporte �, sem d�vidas, um caminho. Eu penso que n�s, como empres�rios empenhados em fazer a economia girar, precisamos devolver isso de alguma forma � sociedade, e essa tem sido uma das minhas formas de contribuir”, afirma Matta Machado.
Vaquinha do bem
A Escolinha precisa agora arrecadar uma quantia m�nima para participa��o em um torneio que conta com a presen�a de todas as categorias, contemplando 85 crian�as, que ter�o custos em transporte, alimenta��o e taxas de inscri��o. Para ajudar nesta causa e manter o projeto vivo, � s� acessar no Instagram o perfil @escolinha.gdi e conhecer todos crit�rios legais e sociais deste s�rio projeto. Mas porque estamos falando disso hoje, torcedor americano? Penso que, �s vezes, temos que dar um tempo dos jogos. E, ainda, principalmente para n�o esquecermos que, antes de torcedor e apaixonado, podemos tamb�m ser agentes da mudan�a por meio do esporte. Quem tem o Coelho tatuado na alma e todos os outros torcedores de Minas devem estar juntos nessa. Vamos fazer a diferen�a.