
Eu costumo falar enquanto ainda h� tempo. Afinal, depois que o leite � derramado de nada adianta chorar. E ainda d� tempo! Mas o sinal amarelo est� quase passando para o vermelho e o p�ssimo e inesperado resultado contra o Bragantino em casa nos trouxe de novo um velho fantasma.
O Am�rica �s vezes n�o tem explica��o – ali�s, muitas vezes. Parece mais do que bipolar, parece mesmo dois times completamente diferentes nas duas competi��es. Um cinco a zero em cima do Botafogo, na soma dos confrontos, e agora um tr�s a zero (contra) em uma goleada muito estranha sofrida nos nossos dom�nios.
N�o faz o m�nimo sentido, mas n�o � novidade tamb�m dizer que o futebol n�o tem muita l�gica – como verbalizavam os clich�s dos saudosos cronistas antigos, respaldados pelas repeti��es eternas dos narradores de plant�o. Quanta canseira.
A verdade � que, embora a Copa do Brasil seja uma baita vitrine, gere grana (e da boa) e seja o caminho mais curto para chegar a uma final in�dita de um grande torneio, o Coelho n�o pode esquecer que uma queda no Campeonato Brasileiro colocaria por �gua abaixo anos de reabilita��o.
N�o � apenas o fato de a S�rie B ter menos audi�ncia e peso, mas principalmente a condi��o financeira que esta competi��o nos imp�e. Para um time que se profissionaliza cada vez mais e j� � um dos 15 (ou um dos dez) maiores do Brasil, voltar � Segunda Divis�o seria um retrocesso, um atestado de um Am�rica fogo de palha que n�o mais queremos ser.
Por isso, � preciso acender todos os sinais de alerta e jogar o campeonato de pontos corridos com a m�xima seriedade, imaginando que todo jogo � uma final. Contra o Bragantino, o time estava com sono, desanimado, parecia certo de que uma vit�ria natural viria. Ledo engano.
Fomos tra�dos pela velha m�xima que insiste em persistir: a bola pune e o salto alto n�o funciona, nunca! Perdemos de forma vexat�ria e assustadora, mas, al�m da derrota, o mais duro foi ter assistido a um time muito pouco combativo, pregui�oso.
Tudo bem, sabemos que faz parte do jogo. A quest�o � que esse tipo de resultado n�o pode virar uma const�ncia e precisamos nos recuperar antes que seja tarde. Repitam comigo: voltar para a B � uma trag�dia da qual n�o queremos participar mais!
Agora, � colher os cacos e tentar encarar os pr�ximos desafios com vontade de correr atr�s do preju�zo. E o desafio � contra “apenas” o Palmeiras. Deus salve o Am�rica. O torneio � longo, mas � arisco, � ardiloso. Alguns descuidos e pimba, o time acaba ficando ali, estagnado, no Z-4. E isso � tudo que n�o pode acontecer. Vamos recuperar, Coelho!