(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas MAIS LEVE

Vamos soltar a voz neste momento de pandemia

Falta pouco para ganhar a guerra contra a quarentena. Juntos, unidos no confinamento social, jamais seremos vencidos


postado em 28/06/2020 04:00 / atualizado em 25/06/2020 12:03




Hoje vamos ser revolucion�rios. Aplicar, literalmente, os versos da m�sica de Geraldo Vandr�: caminhar e cantar. Se n�o podemos ir para as ruas, vem, vamos andar dentro de nossas casas, sem precisar ir embora. Quem sabe faz a hora de convocar a sua passeata interna. Manifestar sentimentos presos no peito, clandestinos na alma, sufocados na garganta. Ent�o, cantemos!

Contra tudo e contra todos, vamos aproveitar o domingo para soltar a voz, ainda que tardia, por entre as grades das janelas. Cantar e cantar e cantar para celebrar a vida. Se estamos aqui, escrevendo ou lendo este texto, significa que estamos vivos, que vencemos a batalha. Falta pouco para ganhar a guerra contra a quarentena. Juntos, unidos no confinamento social, jamais seremos vencidos.

Alegria, alegria, cantaria Caetano diante das multid�es do Festival de M�sica Popular Brasileira. Contra o vento, vamos caminhar dentro de casa, em disparada, agora. Dar voltas e voltas no alpendre, marcar territ�rio nas varandas, ocupar nossos terreiros. Em nosso quintal, cabe o mundo.

� proibido proibir a gente mesma de se expressar. Chega de praticar a autocensura. Fim aos pr�prios julgamentos e cobran�as internas. Vamos colocar na cadeia os inimigos mais implac�veis: n�s mesmos. Nem adianta vir chorando desculpas, querendo ganhar um bocado de mel. Apesar de n�s, amanh� h� de ser outro dia.

Vamos soltar a voz nas estradas, n�o podemos parar. Resgatar as letras que marcaram nossa linda juventude e botar a boca no trombone. Convocar velhos companheiros a se alistarem em nossa festa interior. Os meninos do Clube da Esquina. Toda a Legi�o Urbana. Os Her�is da Resist�ncia, o Ira e os Tit�s. “N�o � o que n�o pode ser que n�o �.”

Veja bem, vamos enviar nosso grito de alerta � Maria Bet�nia, reivindicar de Elis um ‘al� al�, marciano’ ou fazer uma can��o de amor com a Gal para gravar num disco voador. Ou, quem sabe, acordar nossa fera ferida, tigresa ou, que surpresa, apelar ao Kid Abelha, pois o mundo � muito injusto nos tempos do coronav�rus: “Ser� que existe algu�m ou algum motivo importante, que justifique a vida ou pelo menos esse instante?”.

O que ser� que me bole no peito? Pergunto ao Chico, que entrega a bandeira branca e convida a ver a banda passar, contando hist�rias de amor. Pois ca�a a tarde feito um viaduto, o que me lembrou Carlitos, fazendo irrever�ncias mil. J� eu, estava � toa na vida, debru�ada de pijamas na janela lateral do quarto de dormir. Ent�o, eu vi um menino correndo, eu vi o tempo, pois o tempo n�o para. N�o para n�o. N�o para.

Ent�o eu canto, porque o instante existe. N�o sou alegre, nem triste. Minha vida est� completa. S� me resta jogar palavras ao vento, � ventania, deixando que a vida me leve em seu destino. Deixo a vida me levar. Vida leve.

Eu, ca�adora de mim, deixo a tristeza de lado e me acabo no balacobaco. Saio rodopiando pela casa, com o chocalho amarrado na canela, pro meu corpo ficar odara. Feito joia rara, vou entrando sem pedir licen�a a Gonzaguinha, pois eu sei que viver � n�o ter a vergonha de ser feliz!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)