
Um estudo realizado pela Toluna, fornecedora de insights do consumidor sob demanda, identificou as principais mudan�as nos h�bitos e comportamentos dos brasileiros, ap�s a chegada do novo coronav�rus no pa�s e a recomenda��o dos �rg�os oficiais de sa�de quanto as medidas de isolamento social. A pesquisa apontou, tamb�m, as tend�ncias que, possivelmente, se tornar�o o “novo normal” no cen�rio p�s-pandemia.
Para a psiquiatra Jaqueline Bifano, a necessidade de permanecer em casa por mais tempo fez com que as pessoas ressignificassem suas atitudes, passando a ter contato e adquirir somente o necess�rio, a analisar, em termos nutricionais e informativos, o que consomem e, tamb�m, a terem maior cuidado com a sa�de f�sica e mental.
“A pandemia colocou toda a popula��o em alerta sobre v�rios aspectos e h�bitos do dia a dia. Sendo assim, alguns costumes, que antes n�o eram tidos como importantes, come�aram a ser experimentados. Al�m disso, a necessidade de higieniza��o de objetos, uso de m�scaras e demais equipamentos de prote��o imp�s uma nova realidade �s pessoas.”
Neste contexto, Jaqueline comenta que, ao reinventar e criar novas habilidades e hobbies, uma nova ideia de futuro foi criada. “O mundo que existia antes do coronav�rus ficou para tr�s. Mesmo que, de maneira hipot�tica, o v�rus sumisse ou uma vacina e cura para a COVID-19 fosse encontrada na pr�xima semana, o Brasil e o mundo n�o seria mais o mesmo. E, as pessoas tamb�m n�o.”
Por isso, a psiquiatra ressalta que um “novo normal” tende a surgir. “Todo esse cuidado com a pr�pria sa�de, f�sica e mental, a aten��o com a higiene e o consumo de forma mais ponderada e menos capitalista v�o continuar presentes.”
Jaqueline considera, ainda, essa tend�ncia positiva. Isso porque, segundo a psiquiatra, as pessoas t�m pensado e agido de forma mais humana, e percebido a fragilidade presente em cada vida, contato e rela��o. E, sendo assim, a percep��o de falta de controle sobre a situa��o � constitu�da e toda a situa��o ressignificada.
“O que antes n�o d�vamos tanta import�ncia, passa, agora, a ser essencial, como os h�bitos de higiene mais minuciosos. O consumismo excessivo d� espa�o para aquilo que � considerado de necessidade. As rela��es familiares ganham mais aten��o, j� que grande parte das fam�lias agora s� conseguem se ver por v�deo ou se falarem por telefone.”
"O povo brasileiro � conhecido por ser quente e gostar de abra�ar e beijar, mas, infelizmente, estes ter�o que deixar essa normalidade para tr�s como parte do 'velho normal', pelo menos at� que seja desenvolvido um medicamento ou vacina."
Luca Bon, diretor-geral da Toluna para a Am�rica Latina
Al�m disso, Jaquelique destaca que, ao se preparar para tempos dif�ceis, as pessoas tendem a se organizar e realocar as prioridades, dando, assim, maior valor a pontos que antes eram considerados sup�rfluos e deixados de lado.
Para Luca Bon, diretor-geral da Toluna para a Am�rica Latina, ao analisar os resultados da pesquisa classifica essa tend�ncia como um “acelerador do futuro”, ou seja, muitas mudan�as ocorridas no modo comportamental das pessoas, em meio � pandemia, j� seriam previstas, mas s� seriam notadas a longo prazo. E, quanto a isso, acredita que alguns desses costumes tendem a ser ben�ficos.
“N�s j� dever�amos limpar tudo que entra em casa, dever�amos usar mais o trabalho e estudo remoto, principalmente nas grandes cidades, dever�amos j� estar habituados ao ‘menos � mais’, tanto em consumo, quanto em atitudes”, ressalta.
No entanto, Bon pontua que h� ressalvas a serem feitas quanto a positividade desses novos h�bitos, visto que o estudo feito aponta que mais de 50% das pessoas afirmam que n�o voltariam a frequentar shows, bares, shoppings, hot�is e/ou academias, sem antes tem certeza da exist�ncia de uma cura ou vacina contra a COVID-19.
“Um ponto negativo � que os neg�cios ter�o de se reinventar, tanto estabelecimentos para shows, quanto eventos esportivos, para que novas formas de arrecadar dinheiro sejam aplicadas. Para a economia, os novos h�bitos podem significar um problema.”
Jaqueline destaca, tamb�m, que alguns costumes podem se tornar negativos ao serem condicionados de forma “paranoica”, a considerar que algumas pessoas j� t�m diagn�stico obsessivo e este pode ser um fator capaz de potencializar esse quadro.
Outro ponto ressaltado pela psiquiatra diz respeito ao exagero de proximidade, visto que o contato limitado durante a pandemia pode tornar as pessoas mais afetuosas, podendo, inclusive, invadir a privacidade e o espa�o do outro quando esse contato for reestabelecido.
Outro ponto ressaltado pela psiquiatra diz respeito ao exagero de proximidade, visto que o contato limitado durante a pandemia pode tornar as pessoas mais afetuosas, podendo, inclusive, invadir a privacidade e o espa�o do outro quando esse contato for reestabelecido.
“A acomoda��o tamb�m pode ser negativa. Atualmente, muitas pessoas est�o trabalhando e realizando diversas atividades de casa. � muito importante entender que isso est� acontecendo, hoje, pela necessidade, mas que, aos poucos, as atividades voltar�o ao normal. N�o podemos nos isolar por completo quando a pandemia acabar, seja no querer apenas o home office, seja no n�o querer mais frequentar academia ou mesmo no n�o ver os amigos.”
Novos h�bitos
De acordo com a pesquisa realizada pela Toluna, os entrevistados apontam que alguns dos costumes adquiridos durante o isolamento social devem continuar a fazer parte de seus cotidianos. Entre eles, o h�bito de higieniza��o das m�os (59,5%), cozinhar (49,6%), fazer cursos online (43%) e ir ao mercado ou farm�cia somente em casos essenciais (40,6%).
Jaqueline acredita que a manifesta��o do desejo de dar continuidade a esses h�bitos mostra que as pessoas s�o capazes de se reinventar, e que, por isso, se adaptam a situa��es e as transforma em pontos produtivos.
Al�m disso, a psiquiatra acredita que devido a maior aten��o destinada aos cuidados f�sicos e mentais, algumas pr�ticas destinadas a esse prop�sito tamb�m tendem a ganhar o t�tulo de “novo normal”.
Al�m disso, a psiquiatra acredita que devido a maior aten��o destinada aos cuidados f�sicos e mentais, algumas pr�ticas destinadas a esse prop�sito tamb�m tendem a ganhar o t�tulo de “novo normal”.
Ainda, para a psiquiatra, as vendas on-line e os servi�os delivery tamb�m tendem a continuar no cen�rio p�s-pandemia.
O diretor-geral da Toluna para a Am�rica Latina, Bon, destaca, tamb�m, o home office como um novo costume a ser inserido no cotidiano do trabalhador brasileiro. Isso porque a produtividade n�o sofreu interfer�ncias e os gastos se tornaram menores.
“Muitos empres�rios perceberam que, durante o isolamento social, houve uma produ��o igual ou melhor �quela que era obtida no escrit�rio, e ainda existe uma grande chance de economizar em custo fixo, como luz, aluguel, vale-transporte, entre outros”, comenta.
“Muitos empres�rios perceberam que, durante o isolamento social, houve uma produ��o igual ou melhor �quela que era obtida no escrit�rio, e ainda existe uma grande chance de economizar em custo fixo, como luz, aluguel, vale-transporte, entre outros”, comenta.
A pesquisa
O estudo foi feito ente os dias 14 de fevereiro e 17 de abril deste ano e a princ�pio buscava entender o posicionamento e a rela��o do brasileiro com o isolamento social. No entanto, Bon conta que os dados n�o apresentavam mudan�as e apontavam para um constante medo da popula��o quanto ao novo coronav�rus. Por isso, a pesquisa passou a ser destinada a abranger as novas tend�ncias no cen�rio p�s-pandemia.
Os resultados apresentados pelo estudo apontam que 63,6% das pessoas acreditam que o trabalho remoto ir� se manter. Al�m disso, os �ndices indicam que 58% dos entrevistados acham que a educa��o a dist�ncia ser� postergada e 57% que a busca por novos conhecimentos continuar�.
Ainda, 54,3% afirmam ser percept�vel que novos modelos de neg�cios para restaurantes surgir�o e 49,6% consideram a revis�o de cren�as e valores uma nova atribui��o ap�s o fim da pandemia.
Ainda, 54,3% afirmam ser percept�vel que novos modelos de neg�cios para restaurantes surgir�o e 49,6% consideram a revis�o de cren�as e valores uma nova atribui��o ap�s o fim da pandemia.

A pesquisa apresenta confiabilidade de 95% e margem de erro em torno de 3%. E, pode ser acessada pelo site da Toluna.
* Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram