
Em live no canal do YouTube Ch� com Leveza, a jornalista Paula Takahashi foi convidada a falar sobre sua experi�ncia no Nepal, onde viveu oito meses reclusa em um monast�rio budista.
Nessa viagem em busca de si mesma, ela recebeu a instru��o de assumir at� cinco votos, esp�cie de combinados a ser cumpridos no dia a dia de sua caminhada espiritual. Os desafios j� come�aram no n�mero um da lista: n�o matar.
Nessa viagem em busca de si mesma, ela recebeu a instru��o de assumir at� cinco votos, esp�cie de combinados a ser cumpridos no dia a dia de sua caminhada espiritual. Os desafios j� come�aram no n�mero um da lista: n�o matar.
Ou seja, o n�o matar j� estaria garantido. Os outros pareciam mais preocupantes: n�o roubar, n�o mentir, n�o cometer conduta sexual e rrada e n�o usar nenhum tipo de intoxicantes – incluindo os socialmente aceitos, como cerveja.
� s�rio. Nunca imaginei o tamanho da dificuldade de colocar em pr�tica o primeiro dos 10 mandamentos da t�bua sagrada de Mois�s. O conceito de ‘n�o matar�s’ inclui, por exemplo, poupar a vida dos animais, dos maiores aos menores.
Vale tanto para um elefante quanto para uma formiga, por exemplo. (Nem vamos entrar no m�rito da impossibilidade de comer carne ou peixe, que na vis�o de Paula constituem animais mortos. � melhor pular essa parte.)
Vale tanto para um elefante quanto para uma formiga, por exemplo. (Nem vamos entrar no m�rito da impossibilidade de comer carne ou peixe, que na vis�o de Paula constituem animais mortos. � melhor pular essa parte.)
“Fulano � incapaz de matar uma formiga.” A julgar pela quantidade de coment�rios obtidos na live, o direito � sobreviv�ncia das formigas � uma quest�o que intriga muita gente. O que fazer nesse caso?
“N�o vamos ser radicais. Uma coisa � poupar a vida de uma �nica formiga que est� passando por perto. Outra, bem diferente, � encarar uma infesta��o delas em sua casa”, afirmou a jovem, dando in�cio ao julgamento.
“N�o vamos ser radicais. Uma coisa � poupar a vida de uma �nica formiga que est� passando por perto. Outra, bem diferente, � encarar uma infesta��o delas em sua casa”, afirmou a jovem, dando in�cio ao julgamento.
Segundo Paula defende, conv�m voc� se policiar para n�o matar um indiv�duo que, a rigor, n�o est� incomodando. Se acontecer de voc� pisotear uma formiga, sem ter a inten��o de matar, OK.
� diferente de sair catando formigas pelo quintal, sentindo um prazer quase s�dico de eliminar as inocentes, uma a uma, mesmo sabendo que elas s�o organizadas, d�o duro para abastecer o formigueiro e trabalham em equipe.
� diferente de sair catando formigas pelo quintal, sentindo um prazer quase s�dico de eliminar as inocentes, uma a uma, mesmo sabendo que elas s�o organizadas, d�o duro para abastecer o formigueiro e trabalham em equipe.
Com sua bondade infinita, Paula admitiu que se acontecer de esmagar o bichinho inadvertidamente, ela pede perd�o. N�o apenas em fun��o do voto budista, mas por que sempre acreditou no valor de cada ser vivo, por menor que ele seja.
“� um ser que tem uma mente e que, como todos n�s, quer comer, quer ser feliz, precisa de seguran�a. Ent�o, pe�o para que ele tenha um renascimento auspicioso, que venha na forma humana na pr�xima vida”, afirma.
“� um ser que tem uma mente e que, como todos n�s, quer comer, quer ser feliz, precisa de seguran�a. Ent�o, pe�o para que ele tenha um renascimento auspicioso, que venha na forma humana na pr�xima vida”, afirma.
Ainda n�o cheguei a esse n�vel de serenidade budista. Enquanto redigia esse texto, fui obrigada a reagir contra um pernilongo. Al�m de picar a minha perna duas vezes, o mosquito estava tirando a minha concentra��o para escrever. Espantei-o uma, duas, tr�s vezes. Na quarta, perdi a cabe�a. Leg�tima defesa?
Sim, o zumbido dos pernilongos � extremamente irritante. Concordo. Mas tamb�m sofro com a postura de algumas pessoas que, ao avistar um par de asas na frente, acionam o lado escuro da alma. Tornam-se raivosas, perdem o controle de si mesmas e saem pela casa furiosas at� conseguir exterminar o min�sculo inimigo.
Com raquetes em punho, feito armas, n�o descansam at� ouvir o �ltimo chiado da v�tima. Apanhada na rede, est� condenada a morrer na cadeira el�trica. Eletrocutada.
Com raquetes em punho, feito armas, n�o descansam at� ouvir o �ltimo chiado da v�tima. Apanhada na rede, est� condenada a morrer na cadeira el�trica. Eletrocutada.
Por favor, n�o me julguem. Sou do tipo que ignoro lagartixa no teto, durmo com ela no quarto, nem ligo. Ajudo pequenos invasores a escapar pela janela, rumo � liberdade. Valorizo a visita das borboletas, que, gra�as � beleza, despertam sentimentos bons nos seres humanos.
Adoro as joaninhas, embora tenha lido algo a respeito da sanha sanguin�ria dessas criaturas. Se n�o me engano, elas se fingem de inocentes embaixo de sua carapa�a vermelha com pintinhas pretas.
Adoro as joaninhas, embora tenha lido algo a respeito da sanha sanguin�ria dessas criaturas. Se n�o me engano, elas se fingem de inocentes embaixo de sua carapa�a vermelha com pintinhas pretas.
Por falar em seres asquerosos, o que dizer a favor das baratas? S� pelo fato de existirem, provocam avers�o e nojo. Al�m de reler A metamorfose, de Franz Kafka, voc� pode acompanhar a argumenta��o final de Paula Takahashi nesse link do Ch� Com Leveza: https://youtu.be/9dmOByKqXK8.