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Protegida na terra dos feij�es

Talvez a popula��o seja mais consciente ou resiliente, n�o sei dizer. Quem sabe seja culpa do nosso jeitinho brasileiro de ser


24/01/2021 04:00 - atualizado 22/01/2021 13:19

 

O segundo retiro espiritual do M�xico estava marcado para ocorrer em setembro, durante o per�odo do equin�cio no hemisf�rio norte. N�o era a �poca mais indicada para viajar ao exterior, embora a pandemia j� estivesse suavizada no fim do ano passado, tanto no Brasil quanto no M�xico. Fiz as malas e embarquei, levando na bagagem o sobrepeso do medo. Voltei com outro tipo de peso extra, devido � maravilha da gastronomia local.

Era para ser uma aventura arriscada, mas a verdade � que me senti mais protegida l� do que aqui. Por precau��o, fiz o teste de COVID-19 j� no desembarque. N�o ficaria tranquila sabendo que poderia expor meus filhos e meu marido ao coronav�rus. Felizmente, n�o deu nada no resultado. S� al�vio.

No fundo, eu j� esperava ser aprovada. Para minha surpresa, o M�xico aplica todas as regras de prote��o da quarentena, embora o presidente de l� tenha um discurso semelhante ao do nosso. Tamb�m debocha da pandemia. Para sorte dos mexicanos, por�m, n�o passava de bravata do governante da terra dos frijoles, que nada mais s�o do que feij�es em espanhol.

Diferentemente dos tacos ou nachos, oferecidos nos restaurantes ditos mexicanos no Brasil, a comida t�pica deles � outra. S�o as pastas de feij�o, presentes em todas as refei��es, inclusive no caf� da manh�, servidas sobre tortillas de milho. Apesar de causar estranheza comer feij�o logo ao acordar, os tais frijoles s�o deliciosos. O mesmo n�o posso dizer da guacamole de aguacate (abacate), que n�o me caiu bem. Quest�o de gosto.

J� a pimenta faz jus � fama, especialmente a jalape�a, que em algumas regi�es chega a ser comida crua por eles. Minha coragem n�o chegou a tanto. No m�ximo, experimentei a salsa, que nada tem a ver com o nosso cheiro-verde. Acompanha todos os pratos e � superpicante. Cheguei a achar que fosse sin�nimo de pimenta, mas, em espanhol, salsa significa molho. Se voc� quiser provar da pimenta de fama mundial, dever� pedir chile.

Voltando ao assunto do coronav�rus, as medidas de prote��o s�o para valer na terra dos cactos e sombrero, desde a chegada ao aeroporto. Nenhum banheiro, restaurante ou banco permite a entrada de usu�rios sem antes limpar os sapatos, medir a temperatura e borrifar �lcool em gel nas m�os. Nas mesas e filas, o distanciamento social � real, ao contr�rio do que vinha acontecendo em nossa capital dos botecos, antes do novo lockdown. Os lugares s�o separados por um X, quer sejam ou n�o pessoas da mesma fam�lia ou amigos. N�o adianta argumentar. Lei � lei.

Os crit�rios n�o s�o v�lidos apenas para a Regi�o Metropolitana da Cidade do M�xico, a segunda mais populosa do mundo, com seus mais de 20 milh�es de habitantes. � maior que a Grande S�o Paulo, com seus 19,5 milh�es de pessoas. Desde a cidade ‘m�s grande’ at� os pequenos pueblos, as normas s�o iguais. No pernoite, a pra�a principal do munic�pio contava com uma estrutura sanit�ria completa: cabine de desinfec��o, tapete para limpar os sapatos e pia para lavar as m�os, com sabonete l�quido e �lcool em gel.

J� ia me esquecendo dos cubrebocas, tapabocas ou mascarillas. Ningu�m anda pelas ruas sem as m�scaras, o uso � efetivamente obrigat�rio. Ao contr�rio daqui, elas n�o s�o simples acess�rios, podendo ser dependuradas nas orelhas, deixadas com o nariz para fora ou carregadas nas m�os. Talvez a popula��o seja mais consciente ou resiliente, n�o sei dizer. Quem sabe seja culpa do nosso jeitinho brasileiro de ser.

No final das contas, d� uma certa tranquilidade ou, para justificar o t�tulo da coluna, leveza viver em cidades mais cuidadosas, protegidas. A pandemia continua no ar, mas existir se torna mais leve at� que a vacina efetivamente chegue a todos n�s.

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