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Estado de Minas Psicologia positiva

O trauma em sua sabedoria

Estamos todo tempo com nosso sistema de alarme ligado em luta ou fuga... e isso s� traz mais doen�a e falta de seguran�a


11/07/2021 04:00 - atualizado 08/07/2021 14:59


Em tempos de pandemia, estuda-se cada vez mais a gravidade das sequelas ps�quicas futuras. Nunca se estudou tanto como, na �ltima d�cada, sobre trauma e, tamb�m, sobre felicidade. Os neurocientistas, bem como psiquiatras e psic�logos, buscam desvendar os mist�rios que t�m adoecido tanta gente.

A grande maioria desses estudiosos concordam que trauma n�o � o fato em si que se passa de forma tr�gica, mas sim, o que acontece dentro de cada um como resultado do que ocorreu. Para alguns mais resilientes, o mesmo fato pode passar e se tornar uma for�a, uma sabedoria. Enquanto outros v�o adoecer pouco tempo depois ou mais tarde na vida.

O que estamos vivendo no momento desta pandemia, tamb�m para muitos est� marcado como um trauma. E o corpo vai responder de alguma forma. “O corpo guarda as marcas”, � o nome do livro do Dr. Bessel van der Kolk, psiquiatra holand�s que reside e leciona nos EUA, e trabalha com traumas desde os anos 70. Como o nome j� sugere, as marcas indel�veis de uma situa��o mal resolvida ou n�o solucionada, trar� suas marcas no corpo.

Entre elas est�o a depress�o, o p�nico, o TDAH (transtorno de d�ficit de aten��o e hiperatividade), compuls�es e v�cios graves como drogas, �lcool, comida, compras etc.

Trauma � uma situa��o na qual quem vive, no momento sente-se desprotegido e sem condi��es de reagir ao que acontece. Assim, dentro da neuroci�ncia, j� se observou que nosso c�rebro resolve e soluciona problemas no c�rtex pr�-frontal (CPF). “O trauma traz uma desconex�o de si mesmo, porque � muito doloroso ser n�s mesmos diante das circunst�ncias de inseguran�a e falta de acolhimento. N�o conseguindo lidar com tais situa��es, quem entra em jogo � o nosso sistema nervoso aut�nomo (SNA).

E, assim, ficamos dominados pela nossa vulnerabilidade, o medo, a tristeza, a raiva. Queremos um acolhimento, n�o achamos. Queremos um reconhecimento e n�o achamos. E diante do quadro que nos traz a amea�a resta lutar ou fugir, ou, pior, se congelar, desligando completamente. E tudo isso n�o controlamos. Quem controla? Nosso SNA que comanda a casa. Press�o art�ria, �rg�os internos, batimentos card�acos e muito mais acontecem sem que tomemos conhecimento.

Nas horas em que nos encontramos em perigo, este sistema de defesa autom�tico � acionado – sistema nervoso simp�tico, ativado pelo nervo vago ventral – para luta e fuga produzindo noradrenalina, adrenalina e consequentemente cortisol.

Mas se a situa��o for a pior poss�vel, quem entra em a��o � um sistema de prote��o ainda mais primitivo, nosso sistema parassimp�tico dorsal primitivo – do ramo do nervo vago dorsal, que nos coloca como o polvo, fechamos e colapsados em “nossa caverna interior”.

Como reconhecer um estado e outro?

Ativa��o – sistema nervoso simp�tico – luta ou fuga quando reagimos ativamente diante de um perigo. Grito, choro, correr, perder as pernas, medo, taquicardia, agita��o, inquieta��o, nervosismo.

E congelamento diante da vida – quando a situa��o � t�o perigosa que est� colocando nossa vida em perigo. Nosso sistema nervoso parassimp�tico dorsal nos congela, colapsa as atividades e nos recolhemos no des�nimo, na desesperan�a, na falta de a��o, vontade, e adoecemos mais gravemente. Depress�o, fibromialgia, c�ncer, doen�as cr�nicas etc.

E como diz Gabor Mat�, h�ngaro e naturalizado canadense, psiquiatra famoso no trabalho com viciados e traumatizados: “O trauma traz uma desconex�o de si mesmo, pois o que se vive � muito doloroso para sermos n�s mesmos. N�o conseguindo lidar com a emo��o, busca-se situa��es de risco � sua pr�pria vida”.

Gabor tem um filme document�rio lindo e muito interessante. Recomendo. “The wisdom trauma – a sabedoria do trauma”. Ele mostra que quem consegue aceitar e sentir a si mesmo, tomar esta autoconsci�ncia de si mesmo e do que lhe falta, e buscar pelo acolhimento, seja atrav�s da terapia, do acolhimento em grupo e muito mais, poder� se recuperar e se reencontrar num bom caminho, curando suas doen�as f�sicas e seus v�cios tamb�m.

O engajamento social, o amor, os bons relacionamentos acontecem atrav�s de uma antena de WI-FI que todos temos, nossos neur�nios espelhos e nosso c�rtex pr�-frontal (CPF) funcionam para que possamos nos engajar e viver em bando e nos proteger dos perigos da selva da vida.

Mas quando h� trauma, h� desconex�o do CFP pois ele � bloqueado nestas horas de perigo. “Um c�rebro de uma crian�a traumatizada n�o � igual o de uma crian�a normal”, afirma Gabor Mat�.

Nesta pandemia s� aumenta o n�mero de pessoas deprimidas, com p�nico, com baixa imunidade. E por qu�? Porque estamos todo tempo com nosso sistema de alarme ligado em luta ou fuga... e isso s� traz mais doen�a e falta de seguran�a. Cada dia mais pessoas procuram o psiquiatra e o psic�logo pedindo ajuda. Temos que estar preparados para a infinitude de problemas se agravando...mas que bom que podemos contar com uma turma bem preparada pela ci�ncia para cuidar de todos.

Minha dica �:

Fa�a ioga – a melhor forma de combater trauma j� visto em muitas pesquisas, inclusive do m�dico Bessel van der Kolk, psiquiatra que estuda a fundo o trauma.

Fa�a ioga restaurativa no caso de j� estar com ins�nia, dores musculares, irritabilidade e sintomas de c�lon irrit�vel, alergias e enxaquecas. Entre outros sintomas f�sicos, a baixa de imunidade. A ioga restaurativa veio para ficar e mostrar que podemos entrar em autocura, em autoregula��o. Aqui em Belo Horizonte j� existem est�dios de ioga que oferecem esta modalidade, que mais � um descanso com acolhimento.

Por favor, medite todos os dias.

Exercite-se e durma mais cedo.

Se estiver pensando negativo demais e j� com irritabilidade, ins�nia, c�lon irrit�vel, dores nas costas, alergias infindas, enxaquecas, al�m da ioga, ioga restaurativa, deve procurar ajuda do psic�logo e do psiquiatra, para aprender a ser acolhido.

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