Imprevis�vel

A Argentina pode n�o estar num bom momento. Mas possui um elenco formado por jogadores que podem acordar, podem jogar muito mais. E tem aquela hist�ria do cl�ssico Brasil e Argentina... Como advers�rios hist�ricos, podem fazer um jogo imprevis�vel. O time do Tite est� melhor equilibrado em sua defesa, ao passo que a equipe argentina se complica do meio-campo pra tr�s. � a� que aquele velhinho, que v�, escuta e discute futebol h� muitos anos, repete aquela m�xima: “O jogo ser� decidido nos detalhes”.

 

Agora, imaginem se o Messi resolver jogar tudo que sabe, se o Ag�ero se acertar, se o Gabriel Jesus achar o caminho do gol, se o Richarlison se livrar da caxumba e puder ser aquele atacante eficiente... Teremos o jogo do s�culo!

Mais uma vez teremos o VAR como figura de destaque. Num jogo t�o pegado, t�o disputado, certamente a turma da telinha ter� trabalho. Pena que o tal VAR esteja ainda se adaptando ao futebol. No caso dos gols, ele deixa quase sempre um grito parado no ar. A impress�o que tenho � a de que o cara faz o gol, pula em comemora��o, mas n�o volta ao gramado. Fica flutuando com a emo��o contida at� a defini��o dos �rbitros. A�, sim, ele volta ao normal e grita – de alegria ou de raiva. Mas grita.

Se o VAR avisa que est� revendo um lance, porque ser� que o �rbitro fica no meio do gramado, com uma m�o no ouvido e outra em riste, pedindo para os jogadores se afastarem.? A cada jogo � a mesma coisa. Ora, se existe uma d�vida, que ele v� logo � cabine e confira o que ocorreu. � muito teatro.

�rbitro n�o � bab�. � hora de acabar com aqueles avisos aos jogadores que ficam se engalfinhando dentro da �rea na hora da cobran�a do escanteio. Eles sabem a regra do jogo, se querem segurar o advers�rio, que sejam punidos. A cada partida � sempre a mesma coisa. Os caras lutando sum� dentro da �rea e o apitador fazendo discurso. Rid�culo.

Na Copa Am�rica, a arbitragem deveria adotar um padr�o mais s�brio, deveria exigir mais dos profissionais que est�o em campo. Mas o que estamos vendo � uma postura amadora. Ent�o, o VAR est� pagando pelos erros e pela omiss�o dos �rbitros e bandeirinhas.

Parecia que o Uruguai passaria pelo Peru de maneira f�cil. Mas, de uma certa forma, o time cometeu aquele erro que complica a equipe brasileira. Onde j� se viu jogar com Cavani e Su�rez e n�o conseguir fazer um gol? Claro, na disputa de p�naltis tudo ficou igual. Ali pesou a compet�ncia, mas tamb�m o azar...

Quanto mais eu ou�o os debates entre brasileiros e argentinos, mais eu chego � conclus�o de que existe uma admira��o m�tua, claro, despistada, oculta nas entrelinhas, mas Brasil e Argentina se admiram. Mas outro dia estava conversando com o Orozimbo e lhe falei da minha admira��o pela m�sica argentina. Aprendi a ouvir tango numa vitrola que tocava discos em 78 rota��es. Entre discos de Luiz Gonzaga, Nelson Gon�alves e outros tantos havia aquele com um tango t�o bonito chamado La Cumparsita. Or� me corrigiu e disse que o autor da m�sica era o uruguaio Geraldo Matos Rodriguez. Ent�o argumentei: “Gosto muito dos tangos de Gardel. E tive que ouvir do meu amigo que Carlos Gardel era franc�s. Encerrei conversa. Orozimbo estava muito chato.

Agora o papo � de que n�o temos centroavantes. Temos sim! Ocorre que eles ainda n�o s�o queridinhos da m�dia. Ocorre que no Brasil ainda impera aquele pensamento limitador de que para jogar na Sele��o tem que ter sido vendido para o exterior.

N�o adianta pensar no futebol feminino apenas tendo como objetivo a Sele��o Brasileira. � preciso investir no esporte, � preciso dar �s meninas a chance de uma boa inicia��o. E isso vale para todas as modalidades esportivas.