(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas COLUNA

O show de horrores da pol�tica brasileira nas rela��es exteriores

'Talvez seja melhor mesmo seguir o exemplo de Biden e focar na reconstru��o do Brasil. Se for para passar vergonha, melhor n�o falar nada'


07/03/2022 04:00 - atualizado 07/03/2022 14:41

Joe Biden
Joe Biden dificilmente proferiria despaut�rios no estilo dos pol�ticos brasileiros (foto: Jim WATSON / AFP)

Rela��es exteriores � uma mat�ria completamente estranha aos pol�ticos brasileiros. Isso se deve ao fato de que temas relacionados raramente s�o um chamariz de votos. O resultado dessa ignor�ncia � o show de horrores apresentado nos notici�rios sobre as a��es e falas de agentes p�blicos em rela��o � invas�o russa na Ucr�nia.

O presidente Bolsonaro, segundo noticiou o colunista do Globo Lauro Jardim, parece ter se aconselhado com Olavo de Carvalho por psicografia quando se manifestou a apoiadores no WhatsApp defendendo que somente R�ssia, China e a Liga de Pa�ses �rabes podem livrar o mundo de um arranjo para colocar os progressistas europeus e americanos – que, segundo ele, s�o os novos comunistas – no poder no mundo todo.

� dif�cil saber o quanto o presidente acredita mesmo nisso, mas � certo que o deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) tinha absoluta certeza de que a guerra era s� mais uma balada, na qual mulheres bonitas estariam em situa��o dif�cil o suficiente para o considerarem atraente.

Esse cidad�o, um dos expoentes do Movimento Brasil Livre (MBL), foi at� a fronteira do conflito na Eslov�quia com a justificativa de esclarecer ao Brasil as “informa��es falsas” divulgadas sobre a guerra. Voltou com a carreira pol�tica destru�da por causa de seus �udios vazados.

Em comum, Arthur do Val e Bolsonaro parecem viver em uma realidade paralela. � exatamente a mesma realidade na qual – segundo o ex-presidente Lula – o ditador da Nicar�gua Daniel Ortega � compar�vel � ex-chanceler alem� Angela Merkel. Ali�s, � muito interessante como a posi��o do Partido dos Trabalhadores e a do governo Bolsonaro se assemelham em rela��o � invas�o Russa: ambos colocam os Estados Unidos como um dos principais respons�veis pela agress�o.

No dia 25 de fevereiro, o Partido dos Trabalhadores no Senado emitiu carta assinada pelo l�der da sigla na casa, senador paraense Paulo Rocha, na qual condena a pol�tica de longo prazo dos EUA de agress�o � R�ssia e de cont�nua expans�o da Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan) em dire��o �s fronteiras russas.

Segundo a carta, “trata-se de pol�tica belicosa, que nunca se justificou, dentro dos princ�pios que regem o Direito Internacional P�blico”. A sigla dizia ainda que essa pol�tica norte-americana era o que explicaria o conflito com a Ucr�nia. Pegou mal e a nota foi retirada do ar.

Em contraste com o Brasil, temas de pol�tica externa nos Estados Unidos normalmente s�o centrais nas campanhas. Eleitores querem saber qual a chance de serem obrigados a irem para uma guerra em algum confim do mundo. Por isso mesmo, os pol�ticos americanos mostram desenvoltura maior por l�. O presidente Joe Biden, por exemplo, dirigiu por muito tempo a Comiss�o de Rela��es Exteriores do Senado e teve papel importante na defini��o da pol�tica de Obama para o Iraque e o Afeganist�o.

Joe Biden dificilmente proferiria despaut�rios no estilo dos pol�ticos brasileiros, mas foi muito revelador perceber a forma como a tem�tica externa foi tratada no seu discurso por ocasi�o do Estado da Uni�o na semana passada. Biden abriu falando da agress�o � Ucr�nia e da eleva��o das san��es contra a R�ssia e s�. O resto dos 45 minutos do discurso foi dedicado � pol�tica interna, com o foco claro de recuperar a economia americana – com um vi�s bem desenvolvimentista – da crise causada pela pandemia.

Demostrar solidariedade pelo povo agredido, condenar a agress�o russa e, se poss�vel, ajudar como puder os refugiados � b�sico. De resto, talvez seja melhor mesmo seguir o exemplo de Biden e focar na reconstru��o do Brasil. Se for para passar vergonha, melhor n�o falar nada.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)