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Estado de Minas

Ovos de codorna ganham mercado cada vez maior

Crescimento do n�mero de aves chega a 745,83% em 20 anos. Diferen�a frente ao plantel de galinhas fica menor


postado em 09/11/2015 06:00 / atualizado em 09/11/2015 07:58

Clientela da Granja Loureiro aprovou o prazo maior de conservação do produto(foto: Granja Loureiro/Divulgação)
Clientela da Granja Loureiro aprovou o prazo maior de conserva��o do produto (foto: Granja Loureiro/Divulga��o)
De produto ex�tico a ingrediente popular no prato dos brasileiros, a trajet�ria do ovo de codorna na culin�ria nacional � exemplo da quebra de barreiras de um item que antes sofria resist�ncia. Nas �ltimas d�cadas, o ovinho conquistou de vez a cozinha dos quatro cantos do pa�s. Prova disso � a multiplica��o do volume produzido. O aumento est� diretamente associado ao empreendedorismo da ind�stria, que, ao contr�rio de entregar d�zias e d�zias de ovos in natura, for�ando a contrata��o de pessoal para descascar cada unidade, passou a process�-los e distribu�-los para restaurantes e supermercados tamb�m em conserva.

Atualmente, o produto processado j� corresponde a mais da metade do total vendido no pa�s, dizem os empres�rios. Granjas antes focadas na produ��o de ovos passaram por adapta��es para tamb�m process�-los. “� uma tend�ncia de consumo. O mercado se inverteu, o de processados � muito melhor. Nenhum restaurante vai comprar para descascar. S� coloca na ilha de alimenta��o e pronto”, afirma o propriet�rio da Granja Naju, em Itanhandu, no Sul de Minas, Evandro Carvalho.

Apesar do aumento da demanda, o empres�rio reclama do baixo retorno do produto. Com a queda nas vendas por causa da crise econ�mica, o item acaba sendo vendido pelo pre�o aproximado do ovinho in natura.

Na maior unidade de processamento do pa�s, Granja Loureiro, em Perd�es, no Centro-Oeste do estado, com 160 toneladas ao ano, 90% dos ovos em conserva s�o refrigerados. Trata-se de um produto com sabor mais parecido ao do natural, com validade curta. O outro produto, refrigerado, � um tipo de picles, com oito meses de dura��o. O primeiro � distribu�do principalmente no Sudeste, enquanto a conserva segue para a Regi�o Sul do pa�s. “O ovo de codorna deixou de ser um alimento de fundo. As pessoas foram criando h�bito de consumo”, afirma o veterin�rio da empresa, Paulo Ren�.

Ao observar a s�rie hist�rica do rebanho de codornas no pa�s percebe-se incremento significativo nas duas �ltimas d�cadas. Em 1995, eram 2,4 milh�es de animais. No ano passado, o total subiu para 20,3 milh�es, crescimento de 745,83%. Enquanto isso, o plantel de galinhas cresceu 20,33%. Com isso, a propor��o de codornas para galinhas, que, antes era de uma para 64,9, passou para uma codorna frente a 11,1 galinhas.

Os ovinhos da Granja Naju são selecionados e vendidos para restaurantes do estado(foto: Granja Naju/Divulgação)
Os ovinhos da Granja Naju s�o selecionados e vendidos para restaurantes do estado (foto: Granja Naju/Divulga��o)
A maior parte do efetivo concentra-se na Regi�o Sudeste (78,2%). S�o Paulo representa mais da metade do total produzido no pa�s. Juntos, tr�s munic�pios respondem por quase metade do rebanho nacional – Bastos e Lacri, em S�o Paulo, e Santa Maria de Jetib�, no Esp�rito Santo. Al�m de ter o maior rebanho, os produtores paulistas tamb�m respondem pela maior produ��o de ovos de codorna do pa�s (59,3% do total). Esp�rito Santo (11,5%) e Minas Gerais (9,6%) v�m logo em seguida.

Em meio � crise econ�mica, o pre�o m�dio da d�zia do produto ficou em R$ 0,80, igual ao registrado h� um ano. O problema, segundo os produtores, � que em igual per�odo o custo de produ��o sofreu forte aumento, com reajustes de energia e de outros insumos. Neste ano, a varia��o cambial � um complicador. O d�lar mais caro, segundo Ren�, impacta no valor da soja e do milho. “A ra��o corresponde a 70% do custo da produ��o”, afirma.

DESPERD�CIO Sem abatedouros especializados em codornas, as aves criadas em granjas da Regi�o Sudeste s�o descartadas depois de aproximadamente um ano de produ��o. A situa��o releva o descaso com a carne ex�tica e valorizada, que acaba desperdi�ada.

O propriet�rio da Granja Naju, Evando Carvalho, afirma que a fiscaliza��o dos �rg�os sanit�rios impede a venda dos animais para abatedouros sem o selo do Servi�o de Inspe��o Federal (SIF). Hoje, n�o h� unidade de abate certificada na regi�o. O uso de um local para frangos, compartilhado com codornas, exigiria a aquisi��o de equipamentos espec�ficos. No mais, segundo Carvalho, as aves produzidas em Minas Gerais deveriam ser abatidas no estado, segundo normas do Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa).

Apesar de toda a dificuldade, ele diz ter conversas em andamento para a constru��o de uma unidade em Minas. Inicialmente, as aves seriam repassadas por um ano para o abatedouro sem custo para o empres�rio. Mas a crise na economia dificulta este e outros projetos para ampliar a capacidade de produ��o das granjas.

Segundo o veterin�rio da Granja Loureiro, Paulo Ren�, no caso da carne, o desafio, al�m da quest�o do abate, � criar o mesmo h�bito de consumo que se deu com os ovos, o que contribuiria para “dar um destino mais nobre [�s aves], evitando o desperd�cio”. Uma ressalva importante � que, apesar de a codorna de postura poder ser aproveitada como prote�na, o animal pr�prio para corte tem outras caracter�sticas, sendo maior e mais rico em carne.

Outra dificuldade para o setor � a exporta��o de ovos. Nesse caso, segundo Carvalho, os empres�rios esbarram em burocracias e na libera��o de conservantes e rotula��o no Mapa. A empresa chegou a ter proposta para vender para a It�lia, enviou exemplares para degusta��o, mas n�o conseguiu dar f�lego ao fluxo. Ren� destaca que o consumo da carne de codorna � mais comum na Europa, enquanto Jap�o e China s�o grandes consumidores dos ovos. “No Jap�o, o ovo � servido at� mesmo na merenda escolar”, afirma.


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