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Estado de Minas

Produ��o mineira de caf� em sach� e c�psulas avan�a no mercado interno e no exterior

Bebida avan�a sobre os segmentos sofisticados, atr�s de consumidores dispostos a pagar por sabor e aroma apurados, mas precisa de est�mulo


postado em 21/12/2015 06:00 / atualizado em 21/12/2015 07:50

Lavouras que atendem ao Villa Café serão mais demandadas pela empresa, que vai ampliar investimentos(foto: Villa Café/Divulgação)
Lavouras que atendem ao Villa Caf� ser�o mais demandadas pela empresa, que vai ampliar investimentos (foto: Villa Caf�/Divulga��o)
Com fama de commodity, produto b�sico cotado no mercado internacional, o caf� brasileiro avan�a sobre os segmentos sofisticados da bebida, atr�s de consumidores dispostos a pagar por sabor e aroma apurados. A produ��o dos gr�os especiais no pa�s cresce entre 10% e 15% ao ano, n�meros ainda modestos, mas que surpreendem. Segundo a Associa��o Brasileira da Ind�stria de Caf� (Abic), das 20 milh�es de sacas consumidas no mercado interno todo ano, 1 milh�o � de caf�s especiais, nicho que mais tem conquistado adeptos no mundo, o que explica a sua participa��o de 12% do com�rcio mundial do gr�o.

A expans�o do chamado caf� gourmet segue seu curso, a despeito dos pre�os 30% a 40% superiores aos da bebida tradicional. Com o refinamento da produ��o, surgem varia��es, entre elas, o caf� org�nico, o descafeinado e o aromatizado. Sabores antes impens�veis ganham destaque, incorporando uma dose forte de inova��o. A coordenadora da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline de Freitas Veloso, destaca que a agroind�stria de caf�s especiais precisa de mais investimentos e renova��es tecnol�gicas que proporcionem a diferencia��o e diversifica��o dos produtos nacionais.

“Antes, o cafezinho era consumido s� em casa, depois surgiu a demanda fora do lar, com abertura de muitas cafeterias. Al�m disso, as formas de preparo foram diversificadas, com as cafeteiras gourmets e os produtos prontos. O caf� monodose, por exemplo, em c�psulas ou sach�s, representa uma tend�ncia. A ind�stria e os produtores est�o sensibilizados com isso e buscam atender esse consumidor”, ressalta. N�o � outro o desafio dos produtores brasileiros de fincar os p�s nas exporta��es.

De acordo com a Associa��o Brasileira de Caf�s Especiais (Brazil Speciality Coffee Association, na sigla em ingl�s), cerca de 10% do caf� produzido no pa�s � especial, mas as vendas externas s�o, ainda, consideradas pontuais. O consultor de neg�cios internacionais da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, diz que � preciso subverter o hist�rico das exporta��es brasileiras e mineiras ancoradas na venda do caf� em gr�os. A experi�ncia bem-sucedida das empresas mineiras Caf� Fazenda Caet� e Villa Caf� mostra esse esfor�o.

Oferta de grãos selecionados cresce de 10% a 15% ao ano, conquistando consumidores com sabor e aroma (foto: Pedro Tostes/Divulgação 2/3/11)
Oferta de gr�os selecionados cresce de 10% a 15% ao ano, conquistando consumidores com sabor e aroma (foto: Pedro Tostes/Divulga��o 2/3/11)
Instalada em Campo Belo, Centro-Oeste de Minas, a Fazenda Caet� exporta caf� especial h� tr�s anos. O produto � vendido na forma de sach�s de cinco gramas para ser mergulhados em �gua quente. O diretor comercial da marca, Fernando Reis Costa, afirma que o mais dif�cil � o trabalho de consolidar o produto no mercado internacional. “Montar uma estrutura l� fora � muito caro, e isso inviabiliza uma exporta��o de grande volume. H� muitos pa�ses interessados e temos um portf�lio de clientes de grande envergadura, que nos possibilita ter credibilidade l� fora, mas � preciso firmar parcerias estruturadas, que queiram investir no produto e na marca”, explica.

Desde os primeiros embarques, a empresa atendeu pedidos para Dubai, Jap�o e Turquia. Neste ano, as vendas cresceram 30% frente ao ano passado, informa Fernando Costa. “N�o existe um mercado consolidado ou uma demanda j� criada. Vejo as exporta��es como testes, mas estamos evoluindo”, diz. Apesar da crise da economia brasileira, o executivo aposta em expans�o no ano que vem. Ele v� os caf�s italiano e africano com os maiores concorrentes da marca. “Temos um longo caminho a percorrer diante das fortes marcas que reinam l� fora. H� grande oferta de caf� no mundo e a guerra de pre�os no mercado externo � complicada”, observa.

O Villa Caf� exporta caf� gourmet torrado e mo�do h� dois anos, al�m de c�psulas da bebida, que come�aram a ser exportadas neste ano. O diretor comercial da empresa, Rafael Duarte, conta que os principais clientes s�o chineses e norte-americanos. “Neste ano, fizemos o primeiro neg�cio na Am�rica Central. Nossas exporta��es de caf� especial mais que triplicaram em 2015”, afirma. Cerca de 40% dos neg�cios est�o sendo feitos no mercado externo, quando a previs�o era faturar 20% al�m da fronteira brasileira.

Para Rafael Duarte, faltam acordos bilaterais alfandeg�rios, tribut�rios e sanit�rios com capacidade de alavancar as exporta��es de caf� processado. “O caf� brasileiro � base para blends no mundo inteiro. Temos caf� em abund�ncia e � preciso vencer essas barreiras para dar visibilidade ao nosso produto no exterior”, destaca. O executivo entende que s�o necess�rios investimentos em treinamentos e, principalmente, na qualidade do produto.

NOVA F�BRICA
Inaugurada na semana passada em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, a primeira unidade fora da Europa da multinacional Nestl� com tecnologia de produ��o de c�psulas Nescaf� Dolce Gusto � um investimento estrat�gico da companhia. De acordo com o presidente da Nestl� S.A., Paul Bulcke, a constru��o da f�brica refor�a a confian�a da Nestl� na Am�rica Latina e no Brasil.

A f�brica conta com duas linhas de produ��o e vai oferecer quatro variedades de c�psulas: os caf�s Buongiorno, Espresso e Espresso Intenso e o Caf� Au Lait. Para 2016, j� est� prevista a expans�o da oferta de produtos da unidade, que atender� Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Nestl� investiu R$ 220 milh�es na planta industrial, que vai trabalhar com caf� nacional.

Custo e barreiras de mercado desafiam

As exporta��es de caf� de Minas Gerais alcan�aram US$ 3,348 bilh�es de janeiro a novembro deste ano, num total de 1,116 milh�o de toneladas. O resultado foi bem inferior ao do mesmo per�odo de 2014, quando a receita somou US$3,690 bilh�es para um volume de 1,156 milh�o de toneladas vendidas, o que d� indica��es das dificuldades do setor. J� as exporta��es mineiras de caf� especial, gourmet ou descafeinado chegaram a US$ 3,386 milh�es neste ano.

Boa not�cia foi o aumento de 20,3% da receita dos embarques do caf� torrado no acumulado de 2015, que somaram US$ 3,348 milh�es, ante US$ 2,784 milh�es de janeiro a novembro de 2014. Dados da Fiemg mostram que o Brasil exportou nesse mesmo per�odo US$9,352 milh�es de caf� especial ou gourmet, o equivalente a 13 toneladas. Trata-se de um resultado bem modesto para o potencial da produ��o, observa Alexandre Brito, analista de com�rcio exterior da federa��o mineira. “As barreiras para exporta��o do caf� processado n�o s�o tarif�rias nem t�cnicas, mas sim de mercado. Grandes empresas internacionais, em especial as alem�s, controlam o mercado de caf� especial no mundo. � preciso criar um caf� espec�fico, com valor agregado para competir nessa guerra de mercado”, destaca.

Minas responde por 65,4% das exporta��es brasileiras de caf�. Segundo Alexandre Brito, a Fiemg vem trabalhando no sentido de auxiliar as empresas para estimular as cifras da exporta��o de caf� processado, que ainda s�o baixas. Os principais pa�ses importadores do caf� processado mineiro s�o, nesta ordem, It�lia, Argentina, Estados Unidos, Fran�a, Chile e China. O caf� torrado representou 0,1% do total exportado de caf� em 2015.


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