
A planta��o de azeitonas na Serra da Mantiqueira foi pioneira no pa�s. E Luiz Fernando acredita que a regi�o � a maior produtora de azeites do Brasil. Al�m das lavouras existentes no relevo montanhoso entre Minas e S�o Paulo, h� iniciativas no Rio Grande do Sul. “Mas eles produzem um pouco menos que a gente e come�aram depois”, observa o pesquisador. No total, Luiz Fernando calcula que o processamento de azeite nacional fique em cerca dos 50 mil litros. Al�m de Minas, S�o Paulo e Rio Grande do Sul, h� algumas regi�es com microclimas adequados, como em serras do Esp�rito Santo. “Tem que ter altitude e frio na medida certa.”
No ano passado, estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que o Brasil importou algo em torno de 72 milh�es de litros de azeite. “� a prova de que temos um mercado enorme para explorar”, destaca o pesquisador. Ele observa que os brasileiros ocupam a segunda coloca��o no ranking de consumo do valorizado �leo extra�do da azeitona: perde s� para os Estados Unidos, que importam perto de 229 milh�es de litros.

A associa��o conta com 41 olivicultores – 30 de Minas e 11 de S�o Paulo. Segundo Diniz, a colheita deste ano deve ser conclu�da nos pr�ximos 30 dias e tende a ser igual ou um pouco menor que a registrada em 2015. “Quest�es clim�ticas afetaram a florada e a frutifica��o”, afirma. “Vai ser a primeira vez que n�o teremos expans�o frente ao ano anterior”, observa o pesquisador Luiz Fernando de Oliveira. Ele explica que houve menos frio e chuva na �poca errada.
Hoje, quase a totalidade da produ��o de azeitonas da Serra da Mantiqueira � voltada para o processamento de azeite, tendo em vista a valoriza��o do produto. O litro � vendido pela m�dia de R$ 140. Mas j� h� iniciativas para a produ��o de conservas. Diniz explica que o azeite extravirgem � valorizado por causa da produ��o limitada e de suas caracter�sticas diferenciadas: “O frescor dele � muito maior”. Segundo Luiz Fernando, enquanto os produtos europeus costumam chegar ao mercado nacional pelo menos um ano ap�s o processamento, o feito no estado pode estar nas m�os do consumidor em poucos dias. A acidez tamb�m � das menores, ou seja, das melhores – abaixo de 0,2%. “A baixa acidez tem a ver com o frio, com os cuidados na colheita e com a rapidez para o processamento. S�o as boas pr�ticas que contam. Aqui, colhemos e em 24 horas j� levamos as azeitonas para extra��o do azeite”, conta Diniz.
PAIX�O A dentista Zilda Maria Maciel, que cultiva oliveiras junto com sua irm�, Edna, no S�tio Paiol Velho, em Cristina, Sul de Minas, � outra apaixonada com a produ��o de azeites. Elas deram in�cio � lavoura em 2007. Hoje, t�m 750 p�s em produ��o. “E estamos plantando mais 200 p�s este ano”, conta. Da colheita de 500kg da atual safra, o processamento rendeu 58 litros de azeite, sendo a maior produtividade das oliveiras da variedade arbequina. “O bom � que tudo o que sai, vende”, afirma.
Zilda est� extremamente satisfeita com a atividade e com a qualidade obtida. No ano passado, uma amostra de seu azeite foi enviada para a Espanha e ficou classificada entre as 10 melhores brasileiras, na Feira Internacional do Azeite Extravirgem. Neste ano, a edi��o da mostra ser� na Gr�cia. E a produtora j� separou os azeites para enviar. “A experi�ncia � muito boa”, garante.

VALORIZA��O Entre os associados da Assoolive h� os que investem no cultivo das oliveiras sem agrot�xicos, para a obten��o da certifica��o de org�nicos. Dos 41, dois j� t�m o certificado e mais tr�s est�o no processo para conquist�-lo. “� mais uma forma de agregar valor”, observa Diniz. Entre os desafios, ele acredita que os maiores est�o na implanta��o das lavouras. “Lidar com as formigas cortadeiras, por exemplo, � muito dif�cil”, diz. Mas aqueles que conseguem superar os obst�culos podem conseguir sobrepre�o de at� 30%.
Zilda Maciel diz que est� fazendo o azeite da forma mais natural poss�vel, mas ainda n�o tem o certificado org�nico. “As lavouras s�o muito novas. Vamos aprendendo a cada safra”, observa. No manejo normal, ela conta com dois funcion�rios. Na colheita, toda manual, ela contrata mais 10. “� delicada. Tem que ser feita com cuidado, para n�o magoar os frutos”, explica. A extra��o do azeite, ela faz na Epamig. Mas pretende adquirir um espremedor artesanal italiano. “Mas t� caro, perto dos R$ 150 mil. O pre�o praticamente triplicou no �ltimo ano. Devemos esperar mais”, conta.
Tamb�m j� h� iniciativas para o aproveitamento dos subprodutos do processamento do azeite. “J� fazemos sabonetes artesanais”, conta Diniz. Ele acredita que � uma cadeia que come�a a ser desenvolvida e que tem um potencial muito grande para “gerar novos neg�cios em seu entorno”.
Lavouras de montanhas
» Custo da muda = de R$ 6 a R$ 12
» Forma��o da lavoura = um hectare = 416 oliveiras
» In�cio da produ��o em escala comercial = 4 anos
» Produtividade = 1kg por �rvore (em in�cio de produ��o) at� mais de 25kg por �rvore (com mais de 12 anos)
» Variedades mais plantadas = arbequina, koroneiki, arbosana, gr�ppolo e maria da f�
» Custo para extra��o do azeite = de 15% a 20% do que � obtido em �leo
Fontes: Epamig e produtores