Ele destaca que o fator que mais entusiasma os produtores nas vendas para o mercado externo � a melhoria da remunera��o. “O valor obtido na exporta��o chega a ser 100% maior do que o pre�o que o produtor consegue pelo lim�o negociado no mercado interno”, assegura Rabelo, lembrando que a alta do d�lar, no ano passado, contribuiu para aumentar essa valoriza��o da fruta destinada aos clientes estrangeiros.
O consumo do lim�o entre os europeus est� em alta. Al�m de serem f�s da “caipirinha”, que tem a cacha�a e a fruta c�trica como principais componentes, eles a usam em outras receitas. Randolfo Diniz lembra que o produto tamb�m integra outros tipos de bebidas (coquet�is) de origem latina consumidas na Europa, como cuba libre (feita com rum, de Cuba) e a margarita (� base de tequila, t�pica do M�xico). No Oriente M�dio, a fruta c�trica � mais usada em temperos para as comidas tradicionais daquela parte do mundo, al�m da produ��o de suco. Um dos aspectos que favoreceram para aumentar as vendas do lim�o do Ja�ba � a produ��o da fruta sem semente, processo resultante de pesquisas.
No Projeto Ja�ba, existem cerca de 25 grandes produtores de lim�o. A principal variedade explorada na regi�o � a tahiti. O presidente da associa��o da categoria disse que n�o existe um levantamento sobre o tamanho real da �rea ocupada pelo cultivo de lim�o no Projeto Ja�ba, que est� em franca expans�o. Mas ele estima que h� entre 1 mil e 1,5 mil hectares de �rea plantada na regi�o. A produtividade m�dia no sistema irrigado � de 25 toneladas por hectare. “Mas existem produtores que alcan�am at� 40 toneladas por hectare”, observa Randolfo Rabelo.
ORGANIZA��O De olho no aumento dos lucros, os produtores de lim�o do Ja�ba decidiram se organizar para atender �s exig�ncias e vender para o mercado externo. Um galp�o, onde as frutas s�o selecionadas e embaladas para seguir rumo ao exterior, foi constru�do por um grupo de fruticultores. A estrutura conta com 60 funcion�rios, que atuam no processo de sele��o manual. A colheita da fruta ocorre o ano inteiro, com dois per�odos de pico de safra – entre dezembro/janeiro e junho/julho.
Os produtores tamb�m criaram uma estrutura de log�stica. No pr�prio galp�o do projeto de irriga��o a mercadoria � embalada e colocada em cont�ineres refrigerados, que s�o levados em caminh�es at� os portos de Santos (SP) e Salvador (BA). “Os cont�ineres j� saem selados e lacrados e somente s�o abertos no pa�s de destino”, explica Rabelo. Ele lembra que os plantadores da fruta c�trica brasileira t�m como principais concorrentes no mercado internacional os produtores do M�xico, da China e da �ndia.
De Santos saem as cargas enviadas para a Europa, que chegam primeiramente ao Porto de Roterd� (maior porto do Velho Continente), na Holanda. L�, um distribuidor faz a venda para a Inglaterra, Alemanha, Dinamarca e Espanha, al�m da propria Holanda, chegando a hot�is, restaurantes e supermercados.
Os carregamentos embarcados em navios no porto de Salvador viajam em dire��o ao Oriente M�dio, tendo como destino o porto de Dubai (Emirados �rabes). A fruta produzida no Norte de Minas chega ainda a outras na��es do Oriente M�dio, como o Catar e a Ar�bia Saudita. As cargas demoram de 15 a 20 dias para chegar aos mercados consumidores europeus e orientais.
enquanto isso...
...atra��o das Olimp�adas
As Olimp�adas de 2016 do Rio de Janeiro atra�ram muitos turistas da Europa. Como os europeus s�o grandes apreciadores da “caipirinha”, durante os Jogos na Cidade Maravilhosa houve um aumento do consumo lim�o, que deve ser misturado � cacha�a para o preparo da bebida. Dessa forma, as Olimp�adas acabaram contribuindo para elevar as vendas dos produtores da fruta do Projeto Ja�ba. “Durante os Jogos, encaminhamos para o Rio quatro cargas fechadas (quatro caminh�es)”, afirma Randolfo Diniz Rabelo, lembrando que a cidade-sede dos Jogos Ol�mpicos 2016, at� ent�o, n�o estava entre os mercados compradores do lim�o do Ja�ba.