
A luta de 14 anos para a explora��o do coco da maca�ba renderam frutos. � o que conta o presidente da Cooperativa de Agricultores Familiares e Agroextrativista Ambiental do Vale do Riach�o (Cooper Riach�o), Agnaldo Fonseca. Ele foi um dos pioneiros na atividade. Inicialmente, a extra��o, ainda em 2003, se limitava a 25 caixas. Hoje, s�o extra�das e beneficiadas mais de 450 toneladas anuais.
Fonseca explica que do coco da maca�ba tudo � aproveitado, da casca � deliciosa castanha em seu interior. “N�s est�vamos lutando para retirada de piv�s colocados ao longo do Rio Riach�o por grandes agricultores, que estavam secando o rio. Assim, andando ao longo das margens percebemos a exist�ncia de in�meras palmeiras e passamos a buscar ajuda para explorar o coco. Fomos vitoriosos na luta em defesa do rio, hoje, sem piv�s e ainda descobrimos uma importante fonte de renda para as fam�lias locais”, diz o produtor.
O gerente financeiro e administrativo da Cooper Riach�o, Jo�o Elias Ribeiro, conta que do �leo da castanha e da popa do coco da maca�ba � retirada a mat�ria-prima para a fabrica��o de produtos como o sab�o em barra e em p�, al�m da pasta de brilho para alum�nio. Al�m disso, a polpa, depois de retirado o �leo, � triturada junto com a casca externa do fruto e se transforma em ra��o para bovinos e equinos. E mais. A casca da semente e os res�duos dela, depois de retirado o �leo, pode ser triturada para a produ��o uma ra��o de qualidade para aves.
A explora��o da maca�ba j� est� despertando o interesse de diversos compradores, de olho na qualidade e pre�o dos produtos. “N�s vendemos parte da nossa produ��o de �leo para a Petrobras e temos compradores importantes do estado de S�o Paulo, do Distrito Federal e de Bras�lia”, conta Ribeiro. Ele, que j� tinha deixado a cidade natal, retornou para realizar o sonho de dias melhores.
Segundo Ribeiro, no ano passado, a cooperativa faturou R$ 260 mil somente com a venda dos produtos do coco da maca�ba. “Hoje, o pequeno produtor rural do Vale do Rio Riach�o n�o � mais dependente de programas governamentais de transfer�ncia de renda”, atesta. Por sua vez, Agnaldo Fonseca diz que o mercado pode expandir muito e v� um horizonte de c�u azul pela frente. “N�o existe barreira de mercado, pois recentemente a Unidade de Beneficiamento do Coco Maca�ba conseguiu a certifica��o ambiental da Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB) com suporte do Programa Boeing de Cidadania Corporativa”, explica. A unidade fica no munic�pio de Montes Claros”, conta. Ele diz ainda que o sucesso da iniciativa e a compra de maquin�rio contou com o apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do S�o Francisco e do Parna�ba (Codevasf) e outros parceiros.
VIVEIRO Com o sucesso da extra��o, a Cooper Riach�o j� est� partindo para um novo desafio: a montagem de um viveiro de mudas. “O objetivo � fazer o plantio e ainda a reposi��o das matas ciliares do Riach�o”. Fonseca explica ainda que j� t�m 120 hectares destinado a essa finalidade, mas garante que o desafio ser� grande. “Nunca fizemos o plantio e, ent�o, n�o sabemos como elas v�o reagir, por exemplo, a pragas. Mas a palmeira � muito resistente”, diz. O zoologista Anderson Rabello, analista em desenvolvimento regional da Codevasf, explica que uma palmeira vive at� 100 anos e tem o auge de sua produ��o a partir de 30 anos. Al�m disso, de cerca de 100 frutos que caem da palmeira, apenas tr�s deles v�o germinar e, por isso, a import�ncia do viveiro. Segundo ele, se comparado ao plantio de soja, a maca�ba pode ser cinco vezes mais produtiva.
Para falar da import�ncia da atividade, a Codevasf est� promovendo o Semin�rio Regional do Coco Maca�ba, em parceria com a Associa��o Comunit�ria de Pequenos Produtores Rurais de Riacho D’antas e Adjac�ncias no audit�rio do C�mpus da Universidade Federal de Minas Gerais/ICA, em Montes Claros, no pr�ximo dia 1º. “Nosso objetivo � reunir para debater os diferentes atores dessa cadeia de produ��o e repassar a experi�ncia desenvolvida ao longo do Riach�o. J� s�o 350 inscritos e entre eles est�o associa��es de cidades como Dores do Inda�a e Patos de Minas, que j� tiveram experi�ncias semelhantes e querem avan�ar no processo, diz Rabello, que tamb�m coordena o semin�rio.