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Estado de Minas

Produ��o de mandioca cai e pre�o bate recorde

Produto encerrou o ano passado com valores em alta, principalmente no Paran�. Especialistas cobram das ind�strias nacionais maior uso de derivados da planta na fabrica��o de alimentos


postado em 29/01/2018 06:00 / atualizado em 30/01/2018 14:00

Safra nacional de mandioca em 2017 reduziu cerca de 15%, segundo estimativa do IBGE, que calculou em 20 milhões de toneladas a produção brasileira(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Safra nacional de mandioca em 2017 reduziu cerca de 15%, segundo estimativa do IBGE, que calculou em 20 milh�es de toneladas a produ��o brasileira (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
Consumida in natura das mais diversas formas – frita, cozida, em pur� ou caldos –, a mandioca, eleita o alimento do s�culo 21 pela Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), vem ganhando cada vez mais destaques nas mesas e nas ind�strias, ou na alimenta��o do gado. O Brasil � o maior exportador da f�cula, mas o subproduto � tamb�m utilizado nas ind�strias t�xtil, sider�rgica, farmac�utica, de explosivos, tintas, cal�ados e madeireira – transformado em cola. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a produ��o brasileira de raiz de mandioca atingiu 23,71 milh�es de toneladas em 2016, com uma �rea colhida de 1,55 milh�o de hectares. Em 2017, a previs�o � de que a safra tenha sido 15% inferior, sendo estimada em 20,02 milh�es de toneladas, devido � redu��o da �rea plantada observada na maioria dos estados brasileiros. No ano passado, com a produ��o em queda (cerca de 15%), o pre�o m�dio do produto no mercado atingiu o maior patamar em 15 ou 20 anos, dependendo do estado. Como ocorreu em outros anos de forte oscila��o de valor, a expectativa � de que a pr�xima safra tenha aumento na produ��o.

Em Minas Gerais, a fabrica��o de farinha se concentra nas regi�es Norte e Tri�ngulo, j� a f�cula (polvilho) � mais comum ao Sul, em Concei��o dos Ouros e Cachoeira de Minas, que tamb�m produz a mandioca industrial. J� na ind�stria de panifica��o, de acordo com S�rgio Br�s Regina, coordenador de Culturas da Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural do Estado Minas Gerais (Emater-MG), falta maior conhecimento das vantagens de utiliza��o do produto: “A ind�stria de panifica��o poderia aproveitar mais a mandioca em rela��o ao trigo. Cultivo barato, de alto valor alimentar, com excelentes propriedades nutricionais. E � uma planta estrat�gica uma vez que o trigo � cultura de inverno, exige muita tecnologia, em grande, parte � importado. O polvilho e as farinhas poderiam ser mais utilizados na panifica��o, melhorando a renda da agricultura familiar”.

O cultivo da raiz r�stica enfrenta diversidades clim�ticas em Minas, entre o frio do sul e o calor do Norte do estado, resiste bem � seca, uma vez que n�o necessita de muita �gua e n�o depende de mutos defensivos ou nutrientes qu�micos. Em sistemas de monocultura e em �reas mais extensas, h� a necessidade de controle de algumas pragas, como no caso do percevejo e do mandrov� (uma lagarta) origin�ria de mariposa que come as folhas. Grande parte da produ��o � org�nica, no caso da esp�cie de mesa, e por ser produto sem valor agregado, esses cultivos n�o s�o certificados.

Os produtores rurais mineiros cultivam cerca de 85 mil hectares da planta, o que rende mais de 840 mil toneladas de mandioca por ano(foto: Georgeton S. R. Silveira/Emater/Divulgação)
Os produtores rurais mineiros cultivam cerca de 85 mil hectares da planta, o que rende mais de 840 mil toneladas de mandioca por ano (foto: Georgeton S. R. Silveira/Emater/Divulga��o)
A agricultura familiar, principalmente, cultiva a planta praticamente sem uso de insumo qu�mico. Sua raspa e suas folhagens s�o utilizadas na alimenta��o do gado. “A mandioca industrial (tamb�m conhecida como mandioca brava) tem propriedades altamente proteicas, em suas folhas e raspas, mas cont�m �cido cian�drico. Deixamos no sol para ser volatizado e pode ser consumidos pelos animais”, explica S�rgio Br�s Regina.

BOAS PROPRIEDADES  A mandioca Manihot esculenta (g�nero), tem vari�veis, mas a que consumimos tem o centro de origem de diversidade na Am�rica do Sul, principalmente no Brasil, de onde na �poca das grandes navega��es foi distribu�da para todo o mundo, explica Georgeton Soares Ribeiro Silveira, coordenador de Olericultura da Emater-MG. Entre suas propriedades abriga dois tipos de carboidrato, a amilopectina e a amilose que fazem a glicose ser liberada mais lentamente para o corpo evitando aumento de a��car no sangue, e poupa o p�ncreas de trabalhos exaustivos, reduzindo o risco de diabetes tipo 2. Al�m do carboidrato, possui fibras, vitamina C e minerais como o pot�ssio, o magn�sio e o c�lcio. Pesquisadores utilizam o cruzamento de variedades real�ando a presen�a de carotenoides que protegem contra o envelhecimento.

Georgeton explica que a Embrapa Cerrados, com sede em Bras�lia-DF, por interm�dio do seu pesquisador, Josefino Fialho, trabalhou algumas cultivares de mandioca para mesa e ind�stria. “Entre as cultivares para mesa foram lan�adas aquelas denominadas biofortificadas. A cultivar biofortificada possui na sua composi��o algum tipo de enriquecimento nutricional, que no caso destas cultivares � rica em carotenoides, que denota a cor amarela na polpa, precursores de vitamina A. Em outra cultivar houve o enriquecimento com licopeno que previne o c�ncer de pr�stata”.

PREPARATIVOS Para o plantio, Georgeton Silveira recomenda avalia��o t�cnica de adapta��o para verificar o n�vel de produtividade e resist�ncia a pragas e doen�as. O terreno escolhido para o cultivo dever� ter uma declividade inferior a 5% para evitar o processo erosivo. Para que haja um bom desenvolvimento das ra�zes o solo dever� ser de textura m�dia facilitando a colheita. “Mesmo sendo uma planta r�stica, para que haja um maior aproveitamento da capacidade produtiva, � necess�rio avaliar a capacidade nutricional do solo por meio da an�lise de solo e assim fazer as corre��es necess�rias para o suporte da cultura.”

A propaga��o ou multiplica��o da planta � feita de forma vegetativa, atrav�s da divis�o do caule da planta, chamada de maniva (muda), seccionando em tamanhos de aproximadamente 20 cm e fazendo o plantio na cova ou sulco. Para mandioca de mesa o tempo de colheita dever� ser de 8 a 12 meses, j� a mandioca para ind�stria para que haja um maior ac�mulo de mat�ria seca, dever� ser de 14 a 16 meses.

O cultivo deve ocorrer, em regi�es onde n�o h� irriga��o, no in�cio do per�odo chuvoso. Caso haja possibilidade de irrigar, em regi�es onde as temperaturas estejam entre 20 graus Celsius a 27 graus, o plantio poder� ocorrer durante o ano todo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGER), o Par� � o maior produtor, seguidos do Paran� e Bahia. Minas Gerais cultiva 85 mil hectares entre mesa e industrial, uma m�dia de 844 mil toneladas de mandioca por ano. A produtividade m�dia � em torno 14 toneladas por hectare.

IDENTIFICA��O DE ANIMAIS O Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) publicou na sexta-feira instru��o normativa que cria o Banco Central de Dados de Identifica��o Animal para todas as esp�cies. Os dados ser�o padronizados conforme as normas internacionais e cada c�digo de identifica��o de animais ser� formado pelo n�mero 076 (c�digo ISO Brasil), seguido por uma sequ�ncia exclusiva de 12 d�gitos num�ricos. Com isso, quando um bovino, por exemplo, for exportado e estiver no novo sistema, o c�digo 076 ser� visualizado em elemento externo (brinco) ou pela leitura eletr�nica de dispositivo implantado (chip). O dispositivo de radiofrequ�ncia pode ser lido em qualquer pa�s do mundo, n�o havendo necessidade de reidentifica��o em outros sistemas existentes. O banco far� parte do m�dulo rastreabilidade da Plataforma de Gest�o Agropecu�ria (PGA). Segundo o secret�rio de Defesa Agropecu�ria, Luis Rangel, a ades�o ao banco de dados � opcional. O benef�cio para o produtor ser� a possibilidade de ter seus animais identificados conforme as exig�ncias internacionais, em uma plataforma p�blica.


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