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Estado de Minas

A biodiversidade agradece

Uso de agentes biol�gicos na agricultura cresce. Canaviais de Minas Gerais que j� os adotavam para controle de pragas e doen�as, agora buscam melhor produtividade


postado em 27/01/2020 04:00

Uso de biológicos nos canaviais avança, como na soja, que já vinha trabalhando com a alternativa aos defensivos agrícolas, opção da agricultura moderna (foto: Márcio Barbosa/Divulgação %u2013 26/8/10)
Uso de biol�gicos nos canaviais avan�a, como na soja, que j� vinha trabalhando com a alternativa aos defensivos agr�colas, op��o da agricultura moderna (foto: M�rcio Barbosa/Divulga��o %u2013 26/8/10)

A produ��o de a��car e �lcool passa por processo inovador. O uso de agentes biol�gicos no lugar de fertilizantes qu�micos nas planta��es, agora, testa n�veis de produtividade. At� ent�o, esses produtos eram empregados no controle de pragas. A inten��o � que esses microrganismos possam ser utilizados com total controle nas planta��es e tamb�m sejam comercializados. � uma realidade que tamb�m tende a mudar o quadro de alta depend�ncia do Brasil em rela��o ao mercado de fertilizantes.
 
Uma das usinas que adotou os biol�gicos para aumento de produtividade na planta��o de cana-de-a��car � a Santo �ngelo, instalada em Pirajuba, no Tri�ngulo Mineiro. A empresa firmou parceria com a Faculdade de Ci�ncias Agr�rias e Veterin�rias (FCV) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), localizada em Jaboticabal, na Regi�o Metropolitana de Ribeir�o Preto, em S�o Paulo.
 
At� estudos recentes, os biol�gicos eram utilizados somente para o controle de pragas, principalmente na cana-de-a��car. Em outras planta��es, como os campos de soja, essa cultura j� era comum. Everlon Cid Rigobel, professor da Unesp, destaca os benef�cios do microrganismo para a planta��o.
 
“O microrganismo mineraliza, trata o f�sforo e a planta. Ele n�o mexe. A agricultura tem passado por transforma��o. O desafio � reduzir custo de produ��o, diminuir quantidade de defensivo agr�cola (fertilizante) e buscar mecanismos com esse potencial. N�o falamos de substitui��o, mas acredito que teremos benef�cios, ganhos. Talvez utilizando solubilizador de fosfato eu use menos f�sforo”, disse o especialista ao Estado de Minas.
 
O f�sforo � fundamental para a planta��o por uma s�rie de quest�es, envolvendo fotoss�ntese, respira��o e toda forma��o das plantas. J� � comprovado pelos testes que os biol�gicos n�o produzem f�sforo, mas atuam de outra maneira atuando sobre esse macronutriente.
 
“Temos microrganismos que t�m capacidade de fornecer nutrientes para plantas, mas eles n�o produzem nutrientes. Pode ser como um fixador de nitrog�nio, de forma que a planta consiga assimilar melhor. Isso facilita na produ��o de �cido org�nico ou enzimas, para que o biol�gico mineralize o f�sforo do solo. E outra, o que a planta n�o assimila, deixa dispon�vel no solo”, explicou o professor da Unesp.
 
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu�ria (Embrapa) e a empresa Bioma desenvolveram, em agosto do ano passado, trabalho semelhante ao realizado na Usina Santo �ngelo, mas n�o em escala experimental. Um produto, tamb�m baseado nas bact�rias, tornou capaz o aumento da absor��o de f�sforo em planta��es de milho.
 
“Nenhuma bact�ria produz f�sforo, como n�o produz pot�ssio, c�lcio, nada. Ela ajuda a processar um f�sforo que est� indispon�vel, porque a bact�ria vai produzir �cidos org�nicos, mecanismos que solubilizam esse f�sforo, e a raiz, ent�o, poder� se apoderar dele. O ganho de produtividade � de 10%, � o que est� preconizando” disse Ver�nica Reis, pesquisadora da Embrapa, sobre o uso dos biol�gicos no milho e no sorgo.
 
Por fim, Everlon Rigobel destacou a import�ncia dessa poss�vel luz no fim do t�nel em rela��o � depend�ncia da utiliza��o de fertilizantes. Os ganhos, segundo o professor da Funesp, s�o econ�micos, ambientais e at� relacionados � sa�de.
 
"Na cana, os custos s�o altos. Se investe cada vez mais e n�o h� um retorno nessa utiliza��o. Com os biol�gicos, vimos uma alternativa. Ainda h� desconhecimento e a agricultura ainda tenta entender isso, mas estamos avan�ando. Esse movimento � sem volta, o agricultor n�o aguenta mais aumentar a carga de fertilizante, de veneno, para conseguir aumento de produtividade”, afirma. O controle biol�gico passou a ser entendido como op��o que permite sustentabilidade.

Safra Segundo levantamento feito pela Uni�o da Ind�stria de Cana de A��car (Unica), pelo menos 34,29% da cana processada na safra 2019/2020 ser�o destinados para a produ��o de a��car, ante os 35,21% registrados no ciclo anterior. A produ��o de a��car esperada para o final do ciclo � de 26,70 milh�es de toneladas, aumento de 0,72% na compara��o com a oferta da safra 2018/2019.

Utilza��o cresceu na agricultura moderna 


Estima-se que a ind�stria brasileira tenha registrado aumento de 77%, entre 2017 e 2018, os dados mais recentes dispon�veis, na comercializa��o de insumos biol�gicos. As vendas teriam ultrapassado a marca de R$ 464 milh�es. Entre os agentes biol�gicos, est�o v�rus, bact�rias, fungos, nematoides, insetos, �caros, algas e plantas.
 
� tamb�m crescente o uso de agentes biol�gicos na agricultura moderna, segundo a Associa��o Brasileira das Empresas de Controle Biol�gico (ABCBio). Com as chamadas tecnologias digitais adotadas no agroneg�cio, por meio de softwares, sistemas e equipamentos, o uso de agentes biol�gicos de controle � beneficiado, segundo a associa��o.
 
A ABCBio estima que existam no Brasil mais de 194 produtos registrados no Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) que apresentam algum organismo ben�fico em sua formula��o. A maioria deles � composta por fungos. Ainda assim, � considerada baixa a diversidade das esp�cies distribu�das em bact�rias, fungos, nematoides, insetos, �caros e algumas cepas de v�rus. “Isso evidencia a necessidade de mais investimentos em pesquisa nessa �rea”, afirma a associa��o.

Inimigos naturais Uma das mais recentes publica��es especializadas sobre controle biol�gico e biodiversidade funcional nas Am�ricas Central e do Sul foi lan�ado pelos professores Br�gida Souza e Ros�ngela Marucci, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), e Luis V�zquez, da Central Universyty os Las Villas, de Cuba. O livro “Natural enemiesofinsectpests in Neotropical agorecosystems” (Inimigos naturais de pragas de insetos em agroecossistemas neotropicais, na tradu��o para o portugu�s) descreve uma s�rie de aspectos relacionados � conserva��o e aumento de inimigos naturais de pragas.
 
A publica��o re�ne 42 cap�tulos distribu�dos em 500 p�ginas. Num dos trabalhados, a pesquisadora Madelaine Venzon escreveu sobre o uso de plantas espont�neas para controle biol�gico conservativo. Ela discute como usar plantar n�o cultivadas para atrair e manter inimigos naturais nas planta��es.

Refer�ncia do Tri�ngulo


Criado recentemente no c�mpus da Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba), no Tri�ngulo Mineiro, o Centro de Refer�ncia em Controle Biol�gico do Tri�ngulo Mineiro (CRCBio) tem como meta elevar o uso de controle biol�gico, agregando conhecimentos de universidades, institui��es de pesquisa, empresas e produtores rurais. O empreendimento resultou de parceira entre a Fazu e a empresa focada no setor de biotecnologia Biota Innovations. Em nota, a Fazu informa que “o CRCBio deve atuar como uma vitrine tecnol�gica para difus�o do controle biol�gico em culturas de import�ncia agr�cola, al�m de preparar m�o de obra especializada para aturar com as ferramentas do controle biol�gico”. A iniciativa � conduzida pelos professores Diego Fraga e luan Odorizzi, doutores em entomologia agr�cola, e pelos fundadores da Biota, Alexandre Guimar�es e Isabel Paz.



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