Drenagem, crioterapia, eletroestimula��o e os mais variados exerc�cios espec�ficos para o rosto. A fonoaudi�loga Valesca Resende, especialista em motricidade orofacial, acaba de lan�ar o livro Fono: fun��o e est�tica (Benvinda Editora), no qual compartilha com o p�blico um protocolo pr�prio de t�cnicas e exerc�cios. “A fonoaudiologia est�tica � uma nova �rea da fonoaudiologia, que trata altera��es musculares da face por meio de exerc�cios faciais e outras t�cnicas espec�ficas, com o objetivo de modificar posturas, aprimorar fun��es e alcan�ar equil�brio miofuncional mais satisfat�rio, buscando, como resultado, uma face mais harmoniosa”, explica a profissional.
Valesca Resende enfatiza que a musculatura facial pode ser alterada em virtude da idade (devido ao processo de envelhecimento), pela falta de movimenta��o adequada e quando a forma, fun��o e/ou posturas est�o alteradas. “Os m�sculos faciais enrijecem por meio de exerc�cios espec�ficos, desde que sejam trabalhados de uma forma preventiva ou logo ap�s o aparecimento dos primeiros sinais de flacidez. A face � o local onde se encontram m�sculos com diferentes fun��es, favorecendo o enrugamento prematuro. Portanto, a flacidez facial n�o est� relacionada, exclusivamente, � perda de t�nus muscular durante o processo natural de envelhecimento. Ela pode estar presente em pessoas jovens. Quando as fun��es da musculatura est�o em equil�brio, a repeti��o de movimentos pode ser inofensiva, por determinado tempo, gerando apenas rugas transit�rias. Por�m, quando feitos de maneira inadequada, por muito tempo e com uso abusivo da musculatura, esses movimentos podem esculpir precocemente os vincos e as rugas de express�o.”
O tratamento, destaca Valesca Resende, � aplicado em consult�rio, com sess�o de 50 minutos de dura��o, em que, em parte da sess�o, o paciente fica deitado para aplica��o de determinadas t�cnicas, como drenagem linf�tica facial, eletroestimula��o, crioterapia e manipula��es faciais, para, posteriormente, sentar-se em frente ao espelho e executar os exerc�cios faciais, conhecidos popularmente como gin�stica facial. “Os exerc�cios s�o fundamentais para a adequa��o dos h�bitos, posturas e fun��es faciais. Eles possibilitam levantar a express�o facial, prevenir e tratar flacidez e volume com o fortalecimento muscular. Reequilibrar as fun��es, com consequente suaviza��o no uso da musculatura orofacial, colabora para o controle do aparecimento e aprofundamento dessas rugas de express�o indesej�veis.” O resultado, garante a fonoaudi�loga, � o fortalecimento da musculatura facial, com redu��o consider�vel da flacidez. “Al�m de proporcionar modelagem, com ganho de volume, definindo melhor o contorno facial. E, se trabalhada de forma preventiva ou quando as marcas de express�o se iniciam, h� importante equil�brio, permitindo uma harmonia facial com aspecto rejuvenescedor.”
PARALISIA FACIAL
Valesca Resende indica a fonoaudiologia est�tica para casos variados. No entanto, a flacidez e a paralisia facial s�o as maiores demandas. “H� importantes indica��es para assimetrias faciais, como a perda de t�nus por emagrecimento r�pido, como ocorre no p�s-cirurgia bari�trica, altera��es funcionais, como mastiga��o e busca de defini��o muscular da face e pesco�o, que favorecem o contorno facial. Mas foi o tratamento de paralisia facial, inclusive, que me levou a estudar, pesquisar e a desenvolver t�cnicas voltadas para a est�tica. O tratamento, quanto antes melhor, para evitar sequelas. Mas tenho excelentes resultados de pacientes que tiveram a paralisia h� muitos anos.” Ela afirma que o tratamento precisa de acompanhamento. “Ele envolve uma minuciosa avalia��o, como, por exemplo, acompanhamento de fotos em v�rias fases da vida do paciente, para, posteriormente, planejar a reabilita��o, com escolha das t�cnicas e exerc�cios faciais, que s�o individuais, respeitando as devidas altera��es apresentadas e as condi��es de execu��o.”
A fonoaudi�loga ensina que a harmonia facial depende das estruturas �sseas, musculares e da pele. “Portanto, se o indiv�duo apresenta h�bitos que modificam a forma, a face apresentar� um desequil�brio consider�vel, que afetar� n�o s� a fun��o, mas a est�tica tamb�m. Altera��es, como a maneira de mastigar, por exemplo, podem potencializar a forma��o de sulcos e marcas de express�o, bem como piorar a flacidez das bochechas.” Ela lembra que de acordo com cada tipo de altera��o � definida a aplica��o das t�cnicas, considerando sempre a execu��o dos exerc�cios faciais.
Para Valesca Resende, que � mestre em sa�de pela Universidade Jos� do Ros�rio Vellano (Unifenas), em Alfenas (MG), todos podem buscar equil�brio e harmonia da face. “Adequar a fun��o mastigat�ria � indispens�vel, assim como outras fun��es tamb�m, j� que fortalece a musculatura mastigat�ria, suaviza os sulcos labiais, fortalece as bochechas, corrigindo assimetrias de l�bios, principalmente, no sorriso, e equilibrando o volume das bochechas.”
. Fique por dentro de cada t�cnica:
1 – Drenagem linf�tica manual
� uma t�cnica espec�fica de massagem, com o objetivo de direcionar e aumentar o fluxo linf�tico, removendo o excesso de l�quido. A drenagem � indicada em quase todos os atendimentos, devido � sua import�ncia na solu��o de edemas.
2 – Crioterapia
� o uso do frio com fins terap�uticos. � conhecida tamb�m como terapia por frio, indicada nos casos de controle de inflama��o, dor e edema, diminui��o do espasmo muscular e, especialmente, na sess�o de fonoaudiologia est�tica, com o objetivo de estimular a contra��o muscular. Ela permite aumentar o tempo de sustenta��o dos exerc�cios faciais. Portanto, h� melhor aproveitamento de aumento de contra��o muscular, o que ajuda muito nos casos de fortalecimento muscular para combater a flacidez.
3 – Eletroestimula��o
T�cnica que usa correntes de baixa intensidade e baixa frequ�ncia, podendo ser cont�nua ou alternada. A microcorrente aumenta o metabolismo das c�lulas em at� 500%, incluindo a produ��o de energia, s�ntese de prote�nas, oxigena��o e elimina��o de res�duos. Eletrodos de diferentes formatos s�o usados em regi�es espec�ficas, respeitando o objetivo terap�utico, como fortalecimento muscular, contra��o muscular, defini��o do contorno e bochechas. Ela � associada � execu��o dos exerc�cios faciais para potencializar seus efeitos.
. Conhe�a os exerc�cios, sabendo que cada um precisa ter acompanhamento profissional:
» Suc��o
Os exerc�cios que trabalham a suc��o s�o, inicialmente, funcionais. Contudo, posteriormente, exibem resultados est�ticos. Podem ser adaptados ao canudo, a alimentos e � seringa. A suc��o � um instinto primitivo, pr�prio dos mam�feros e, de forma fluida e natural, � feita pelos rec�m-nascidos. Durante sua execu��o, observam-se varia��es de isometria e isotonia que favorecem o fortalecimento da musculatura do pesco�o, aumento de t�nus e volume labial, fortalecimento de bochechas, com a possibilidade de aumentar ou mesmo diminuir volume, de acordo com o objetivo e a adequa��o do exerc�cio, contra��o e melhor defini��o da regi�o do zigom�tico (ma��s do rosto), quando esse movimento � associado a um sorriso com eleva��o das bochechas.
» Sorriso for�ado
(com press�o da l�ngua no l�bio inferior)
� um exerc�cio que trabalha a eleva��o das bochechas e propicia melhor defini��o da regi�o do zigom�tico (ma��s do rosto), fortalecimento da regi�o dos l�bios e melhora da for�a da ponta da l�ngua.
» Mastiga��o
O lado preferencial para mastigar influencia na contra��o da musculatura periorbicular, provocando assimetria de bochechas, com a acentua��o do sulco nasolabial. No consult�rio, s�o trabalhados exerc�cios para adequar a fun��o mastigat�ria, que s�o essenciais no trabalho funcional e est�tico porque fortalecem a musculatura mastigat�ria, suavizam sulcos labiais, fortalecem bochechas, corrigem assimetrias de bochechas e l�bios e equilibram volumes de bochechas.
» Boca de �
Um dos exerc�cios mais conhecidos, a boca de � apresenta uma complexidade de estruturas musculares que podem ser modificadas e ajustadas conforme cada caso. H� varia��es de isometria e isotonia durante sua execu��o, que permitem o fortalecimento da regi�o dos l�bios, defini��o e aumento de volume labial, suaviza��o de sulcos nasolabiais, diminui��o do volume de bochechas e maior ganho de t�nus, com a contra��o do pesco�o.