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Estado de Minas

Valorizar as rela��es humanas


14/07/2019 04:06

O neurocientista Guilherme Cunha afirma que o problema da %u201Csobrecarga de informações%u201D é relativamente novo para o cérebro (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press %u2013 4/6/19 )
O neurocientista Guilherme Cunha afirma que o problema da %u201Csobrecarga de informa��es%u201D � relativamente novo para o c�rebro (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press %u2013 4/6/19 )


 
 
“Voc� j� teve dificuldade em gerenciar seus pensamentos, como se eles competissem uns com os outros? Aquela sensa��o de n�o conseguir processar cada um deles individualmente frente a avalanche de informa��es di�rias �s quais estamos expostos? Segundo especialistas da Universidade de Berna, na Su��a, um ser humano conseguiria ler at� 350 p�ginas por dia. Entretanto, o volume de informa��es geradas pela internet corresponderia a 7.355 gigabytes, o equivalente a bilh�es de livros produzidos diariamente”, afirma o mestre em neuroci�ncias pela UFMG Guilherme da Cunha M. Santos, neurologista do Hospital MaterDei Contorno e da Santa Casa de BH.

Para Guilherme, tamb�m editor do portal Neurocurso.com, o problema da “sobrecarga de informa��es” � relativamente novo para o c�rebro. “A automatiza��o das fun��es neurovegetativas (respira��o, digest�o, controle neural do sistema cardiovascular etc.) foi um ganho incr�vel na hist�ria evolutiva do sistema nervoso humano. Fazemos isso sem pensar a cada fra��o de segundo em um intrincado mecanismo integrativo com outros �rg�os e sistemas biol�gicos. Esse perfil multitarefa, no entanto, fica mais comprometido quando consideramos fun��es cognitivas superiores. Filtrar, processar e utilizar informa��es para um determinado fim tem um alto custo cognitivo. Earl Miller, neurocientista do Massachusetts Institute of Technology (MIT), especialista em aten��o dividida, afirma que o que fazemos na realidade � simplesmente mudar de uma tarefa para outra rapidamente, criando a falsa ilus�o de que somos multitarefa.”

DOPAMINA 

Assim, destaca Guilherme Cunha, fica f�cil entender o porqu� da chamada mente acelerada: “Uma face do transtorno de ansiedade generalizado, considerado um problema de sa�de p�blica atualmente. Segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), em um levantamento de 2018, 9,3% da popula��o brasileira sofre de transtorno de ansiedade, o pa�s campe�o na Am�rica Latina. Dor de cabe�a, palpita��es, formigamentos (parestesias cut�neas), ang�stia e medo inexplicados s�o apenas alguns dos sintomas”.

Guilherme Cunha explica que se descobriu que o comportamento multitarefa aumenta a produ��o do horm�nio do estresse, o cortisol, assim como a adrenalina, com repercuss�es negativas globais para o sistema nervoso. “A multitarefa cria um loop de depend�ncia de dopamina, uma necessidade reverberante de sensa��o de recompensa pela procura por est�mulo novo (nesse caso, informa��o). Para piorar a situa��o, o c�rtex pr�-frontal tem um vi�s de novidade, o que significa que sua aten��o pode ser facilmente sequestrada por algo novo, comprometendo a aten��o seletiva, o bot�o de REC para mem�ria. Ler um livro ou escanear o Instagram? A resposta est� na cria��o de filtros mentais, para que cada gigabyte consumido possa valer a pena.”

TRABALHO 

O pensamento acelerado est� no dia a dia e, portanto, faz parte do mercado de trabalho. Ali�s, os profissionais, cada vez mais cobrados e com a competi��o em alta, s�o “obrigados” a entrar nesse ritmo. F�tima Trindade, especialista em gest�o de carreiras e vice-presidente da Thomas Case & Associados, tra�a um perfil desse trabalhador do s�culo 21: “� tido como um mal do s�culo. O colaborador aparenta ansiedade doentia, tem menor controle de suas emo��es, fica ref�m de pensamentos perturbadores. � uma pessoa que sofre por antecipa��o, n�o trabalha bem suas frustra��es e se cobra em excesso. Muitos profissionais se tornam mais fechados, inseguros, com consci�ncia cr�tica baixa, prazer quase nulo e instabilidade das emo��es. S�o pouco participativos, angustiados e com certo humor depressivo. � bom ficar atento para evitar desconfortos, problemas na empresa, podendo vir a ser, inclusive, dispensado”.

A vida � feita de escolhas. F�tima Trindade afirma que, primeiro, o profissional deve ter uma mudan�a no mindset (atitude mental). “Valorizar mais as rela��es humanas e a troca de experi�ncias, buscar mais qualidade de vida, lazer e respeitar a sa�de. Tentar levar uma vida mais feliz e contemplativa. Importante n�o se deixar influenciar pelas pessoas que nutrem pensamentos negativos, sempre buscando o bom humor, trazendo a autoconfian�a e autovaloriza��o para o dia a dia, independentemente da opini�o dos colegas. Enfim, valorizar o que o dinheiro n�o compra.”

A especialista em carreira avisa que gestores, l�deres e colegas podem ajudar trazendo o profissional para mais perto do grupo, incentivando momentos de lazer entre os colaboradores, promovendo ambiente positivo e fazendo as cobran�as que forem necess�rias de forma mais humana. Al�m disso, tem sido comum convidar especialistas em mindfulness, coaching, treinamento de compet�ncias e lideran�as visando ao autoconhecimento e maior entrosamento do grupo. O gestor deve cultivar a ideia de que os funcion�rios representam o seu maior capital, sendo generoso, altru�sta e acolher todos, investindo na felicidade geral. “Empresas saud�veis t�m funcion�rios saud�veis. Todos devemos estar conscientes de que a vida tem ciclos. N�o h� sucesso e nem fracasso que sejam eternos.”


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