
Entre as principais deformidades da coluna, a escoliose � caracterizada por um desvio lateral acima de 10 graus, associada a rota��o vertebral – quando a extens�o de v�rtebras apresenta uma ou mais curvas para os lados (direito ou esquerdo). Em compara��o �s demais deformidades, � a que mais demanda tratamento conservador e at� mesmo corre��o cir�rgica. Quem explica � Enguer Beraldo Garcia, m�dico ortopedista h� mais de 40 anos, mestre e doutor, chefe do Grupo de Coluna da Santa Casa de Belo Horizonte e diretor do Instituto da Coluna Vertebral. “As principais deformidades da coluna s�o a cifose (curva para a frente), a lordose (para tr�s) e a escoliose, a mais incidente. Nesta, o tipo mais comum � a idiop�tica, de 60% a 80% dos casos. N�o h� causas espec�ficas para a escoliose idiop�tica, que atinge mais o sexo feminino e ocorre em faixas et�rias bem divididas: infantil, (at� os 3 anos); juvenil (dos 3 aos 9 anos); entre adolescentes (dos 10 aos 17 anos) e ap�s a fase de desenvolvimento e crescimento, sendo considerada adulta ou senil.”
Especialista no tratamento de escoliose, o m�dico afirma que, na maior parte dos casos, a corre��o � conservadora, por meio do uso de coletes e outros m�todos terap�uticos. Mas quando o �ngulo da curva � superior a 40, 50 graus, h� indica��o para a cirurgia. E � a� que o profissional vem lan�ando inova��es.

MATEM�TICA DA COLUNA
Enguer se vale da matem�tica para desenvolver as novas ferramentas que j� foram lan�adas em publica��es cient�ficas do pa�s e do exterior. Os avan�os v�m sendo empregados na pr�tica por ele desde 2014, com resultados de qualidade. Em setembro (de 26 a 28), o ortopedista mineiro apresentar� os “Novos princ�pios no tratamento da escoliose” em confer�ncia internacional, a Annual International Meeting of Orthopaedic Research (MOR-2019), em Vars�via, na Pol�nia.
Enguer se vale da matem�tica para desenvolver as novas ferramentas que j� foram lan�adas em publica��es cient�ficas do pa�s e do exterior. Os avan�os v�m sendo empregados na pr�tica por ele desde 2014, com resultados de qualidade. Em setembro (de 26 a 28), o ortopedista mineiro apresentar� os “Novos princ�pios no tratamento da escoliose” em confer�ncia internacional, a Annual International Meeting of Orthopaedic Research (MOR-2019), em Vars�via, na Pol�nia.
A primeira novidade proposta por ele � a cria��o do �ngulo que faltava para quantificar o equil�brio do tronco. “A nova ferramenta para mensurar globalmente o plano coronal da coluna vertebral escoli�tica, denominado �ngulo Sacro-clavicular, objetiva monitorar o real equil�brio da clav�cula (e dos ombros) durante o tratamento cir�rgico da escoliose. Ao possibilitar a mensura��o e quantifica��o matem�tica do equil�brio do tronco, o cirurgi�o passa a se certificar da qualidade de seu trabalho.”
No consult�rio, ele explica que, para que exista equil�brio do tronco, cada �ngulo da clav�cula deve estar em 90 graus. Logo, a soma � 180 graus. Com a ferramenta proposta por ele, o desenho da interven��o que ser� realizada na coluna passa a levar em considera��o esse equil�brio, o que aumenta a chance de sucesso da opera��o, e, consequentemente, reduz os riscos de sequela, de o paciente ficar com um ombro desalinhado em rela��o ao outro.
A nova ferramenta, revela, � inovadora no mundo. “Um pensamento simples, mas que at� hoje n�o havia sido desenvolvido nas cirurgias que objetivam tratar a escoliose”, ressalta.
FIXA��O M�LTIPLA
A outra ferramenta desenvolvida pelo m�dico � a fixa��o m�ltipla, quando a escoliose idiop�tica apresenta mais de uma curva. “Proponho o uso de fixa��es apicais, na alma da curvatura. O princ�pio inovador se difere dos mais comumente usados nas cirurgias, a fixa��o tradicional e a seletiva. O objetivo � realizar fixa��es curtas, apicais e m�ltiplas, o que torna a cirurgia menos invasiva. Al�m de n�o fixar v�rtebras neutras, preservar mobilidade vertebral, promover maior equil�brio dos ombros e melhor distribui��o da sobrecarga”, descreve.
A outra ferramenta desenvolvida pelo m�dico � a fixa��o m�ltipla, quando a escoliose idiop�tica apresenta mais de uma curva. “Proponho o uso de fixa��es apicais, na alma da curvatura. O princ�pio inovador se difere dos mais comumente usados nas cirurgias, a fixa��o tradicional e a seletiva. O objetivo � realizar fixa��es curtas, apicais e m�ltiplas, o que torna a cirurgia menos invasiva. Al�m de n�o fixar v�rtebras neutras, preservar mobilidade vertebral, promover maior equil�brio dos ombros e melhor distribui��o da sobrecarga”, descreve.
Na pr�tica, o ortopedista afirma que a corre��o cir�rgica da escoliose pode apresentar desequil�brio do tronco e a sobrecarga dos segmentos livres. Um resultado insatisfat�rio no p�s-cir�rgico e pass�vel de ser minimizado com a nova t�cnica.
A terceira proposta de Enguer Garcia amplia os crit�rios de an�lise da escoliose. Ele parte da Classifica��o Quantitativa da Deformidade, acrescentando mais quatro tipos aos seis existentes. “Trata-se de uma an�lise realmente tridimensional, mais abrangente, identificando, no total, 10 subtipos da deformidade. O objetivo � induzir a corre��o da escoliose com restri��o da fixa��o.”
O especialista lembra que a escoliose n�o tratada pode evoluir para deformidades graves, processos degenerativos da coluna, dor, instabilidade e o desenvolvimento de outros problemas de sa�de, como altera��es respirat�rias, cardiol�gicas e neurol�gicas. Enguer Garcia afirma, ainda, que os estudos propostos por ele s�o inovadores por cumprir objetivos como preservar a mobilidade da coluna ap�s uma cirurgia de escoliose e promover o maior equil�brio do tronco do paciente.
Antes mesmo de embarcar para o congresso em Vars�via (Pol�nia), o m�dico j� prop�e mais uma inova��o na cirurgia das deformidades da coluna vertebral em rela��o ao posicionamento dos parafusos, que, em breve, ser� apresentado.
Quatro perguntas para...
Enguer Beraldo Garcia, m�dico ortopedista
Enguer Beraldo Garcia, m�dico ortopedista
1) Qual � a preval�ncia da escoliose na popula��o?
Cerca de 1,5% a 3% exibem curvas menores que 10 graus. E, em m�dia, 0,15% apresentam curvas maiores que 30 graus.
2) Quais s�o os principais e mais frequentes tipos de escoliose?
Os tipos mais frequentes de escoliose estrutural:
• Idiop�tica (60% a 80%)
• Cong�nita (15%)
• Neuromuscular (10%)
• Neurofibromatose (5%)
• Doen�as do mes�nquima (cerca de 1%)
3) Por que a escoliose recebe mais indica��es cir�rgicas que a lordose ou a cifose?
O tratamento da cifose, quando realizado em fase de crescimento, traz resultados satisfat�rios com o uso do colete ortop�dico, num quadro melhor do que a escoliose. J� a lordose de grau relevante � menos frequente e quase sempre se apresenta como uma curva compensat�ria � cifose.
4) O senhor j� operou pacientes com as novas ferramentas que criou? Quais foram os resultados?
Desde o in�cio de 2014 venho usando esse m�todo, com muito sucesso.