
O diabetes � uma doen�a metab�lica cr�nica, em que o portador n�o consegue degradar mol�culas de glicose corretamente ou na velocidade suficiente. A glicose � um tipo de a��car b�sico que ingerimos na alimenta��o, e � essencial para a vida. Se estiver em alta taxa circulante no sangue, entretanto, pode provocar danos em �rg�os como os rins, al�m de poder levar � amputa��o de membros inferiores e causar cegueira.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o Brasil tem 12 milh�es de diab�ticos. J� a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) acredita que uma em cada 11 pessoas no mundo tem diabetes.
H� dois tipos da doen�a, al�m do diabetes gestacional, como explica a nutricionista Marcela Fernandes. “O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) � uma doen�a autoimune, neste caso, a defici�ncia na produ��o de insulina � completa. Diabetes mellitus tipo 2 (DM2), segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (Diretrizes 2017-2018), corresponde a 90%, 95% de todos os casos de DM. � uma doen�a de contribui��o significativa de fatores ambientais: h�bitos alimentares e sedentarismo. Na maioria das vezes, a doen�a � assintom�tica por bastante tempo. E o Diabetes mellitus gestacional (DMG), neste caso, durante a gesta��o, a placenta produz horm�nios hiperglicemiantes e enzimas que degradam a insulina. A produ��o de insulina � aumentada para compensar tal degrada��o, evoluindo para uma resist�ncia a insulina e disfun��o de c�lulas”, exemplifica.
Como a doen�a n�o tem cura, o tratamento persiste no controle metab�lico para diminuir risco de complica��es. “As medidas n�o farmacol�gicas incluem modifica��es no plano alimentar e atividade f�sica, contribuindo para uma mudan�a do estilo de vida do paciente. As medidas farmacol�gicas devem ser prescritas pelo seu m�dico respons�vel”, revela a nutricionista.
A alimenta��o saud�vel torna-se aliada para que o diabetes fique controlado. “A mudan�a do estilo de vida, tanto para o tratamento quanto para a preven��o, � priorit�ria. Uma mudan�a alimentar evitando a��cares, diminuindo o consumo de industrializados (refrigerantes, biscoitos, congelados, doces, farinhas) e aumentando o consumo de alimentos in natura: legumes, folhas, verduras e frutas.” Para isso, o acompanhamento m�dico � indispens�vel. “O acompanhamento nutricional � muito importante para a individualidade e o h�bito alimentar do paciente. O comportamento alimentar precisa ser acompanhado e auxiliado por um nutricionista, para um melhor tratamento e controle metab�lico”, conclui a m�dica.
Cotidiano de um diab�tico
O estudante Rafael Silva Mariano descobriu que era diab�tico aos 3 anos. Segundo o pai do adolescente, Florismar Ferreira Mariano, ele estranhou o fato de o filho apresentar muita sede, falta de apetite e cansa�o. “Levamos ao hospital e foi internado com quadro de hiperglicemia. Sua primeira interna��o foi por mais de 20 dias. Recebemos as primeiras orienta��es e iniciamos a luta para controlar o �ndice glic�mico”, lembra.
Hoje, Rafael faz acompanhamento m�dico e segue uma rigorosa dieta. “O tratamento hoje se d� por meio de insulina Glargina e Asparte, atualmente fornecidas pelo SUS, mediante processo administrativo. S�o ministradas conforme orienta��o m�dica diariamente e tamb�m por meio de dieta, atividade f�sica e contagem de carboidratos. A dieta � basicamente com exclus�o do a��car, diminui��o dos carboidratos e ingest�o de muita fibra, aliada aos exerc�cios f�sicos. Al�m disso, realizamos acompanhamento com nutricionista a cada seis meses e endocrinologista a cada tr�s. As consultas s�o para monitorar as glicemias, reavaliar a dieta e conversarmos para buscar melhor qualidade de vida”, explica o pai.
J� o radialista Wilson Cardoso, de 46, descobriu ter diabetes tipo 2, aos 38. Ele conta que n�o preocupava com a sa�de, ingeria alimentos gordurosos e pesava 126 quilos. “Comia muita besteira, como coxinha, caldo de cana. At� que vieram os primeiros sintomas, a claridade fazia minhas vistas doerem, comecei a enxergar pouco, os graus do oscilavam muito, al�m da sede excessiva”, recorda.
Um dia, ele passou mal a caminho do trabalho e foi direto ao hospital, onde foi diagnosticado com diabetes tipo 2. “O doutor chegou a perguntar se algu�m na minha fam�lia era diab�tico, eu disse que meus pais, depois disso, desmaiei, minha glicose tinha chegado a 980”, lembra.
Hoje, o radialista segue � risca o tratamento. “Fa�o uso da insulina NPH e da insulina humana, al�m dos medicamentos.” Mas n�o para por a�, a alimenta��o tamb�m � grande respons�vel por manter a doen�a controlada. “Alimento de tr�s em tr�s horas, como tr�s frutas ao dia e fa�o acompanhamento com endocrinologista”, conclui.