(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas COMPORTAMENTO

Terapia floral � exerc�cio de paci�ncia e criatividade

A ikebana � uma arte tridimensional, que se assemelha a uma escultura viva e trabalha com galhos, folhas secas e o colorido das plantas e flores


07/10/2019 17:00 - atualizado 07/10/2019 12:51

Manuela Ferraz*
 
Troncos, galhos soltos e outros são ressignificados e passam a ser elementos indispensáveis às composições(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Troncos, galhos soltos e outros s�o ressignificados e passam a ser elementos indispens�veis �s composi��es (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
 

Com a chegada da primavera, muitas pessoas est�o levando o colorido das flores e a harmonia do campo para dentro de casa. Por�m, h� uma pr�tica ainda mais interessante para promover transforma��o pessoal, do ambiente e a troca de energias com a natureza: a arte de construir arranjos florais orientais, a ikebana. Segundo os praticantes, trata-se de uma representa��o do c�u, da Terra, da humanidade e uma oportunidade de aprender sobre as flores vivas.
 
Os arranjos s�o de origem indiana e eram utilizados como oferta religiosa e decora��o de altares, mas foi a cultura nip�nica a respons�vel por aprimorar a t�cnica gr�fica e difundir a pr�tica, que busca encontrar a harmonia nas linearidades dos galhos secos, das folhas e das flores. � um m�todo tridimensional, que se assemelha a uma escultura viva. Em um c�modo, a ikebana chama a aten��o pelas complexas disposi��es das plantas, que, juntas, criam um resultado geom�trico singular.

Em 1994, Zil� Costa Raymundo fundou um clube de ikebana em Bras�lia, com a miss�o de promover encontros dos praticantes e oferecer atividades permanentes. Ela conta, por�m, que sua paix�o pela arte japonesa come�ou de forma despretensiosa. “Em uma exposi��o de pintura, vi um arranjo feito em um recipiente raso. As flores pareciam flutuar sobre a �gua.”
 
Por curiosidade, e como sempre gostou de flores, ela procurou a pessoa que fez e pediu para aprender. “Pensei que fosse um curso r�pido, mas descobri que havia uma hist�ria fascinante sobre a cultura japonesa. Acredito que meu entusiasmo pela forma como a arte floral ikebana � ensinada contagiou n�o somente a mim, porque, desde ent�o, nunca mais parei de divulg�-la.”
 
O clube se transformou na institui��o Ikebana Sogetsu Bras�lia Branch, que, hoje, conta com um grupo de professores especializados e realiza workshops para transmitir a valiosa arte. Para Zil�, enquanto est� criando, o praticante aprende sobre caracter�sticas das plantas, exercita a paci�ncia, a perseveran�a, a transitoriedade. “As plantas s�o lindas, ef�meras, cumprem seu tempo de vida e passam. � gratificante ter a oportunidade de levar beleza e vida aos espa�os onde pessoas circulam e vivem. Isso � compartilhar, suavizar o dia a dia e propagar cor e natureza”, avalia.

Relax 


A praticante de ikebana Ines Rampon, tamb�m professora do instituto, esclarece que a arte oriental � democr�tica ao utilizar todos os tipos de “restos da natureza”, peda�os de plantas secas e tamb�m objetos reciclados para compor os arranjos. “Aprendemos a colher; depois, a adequar nossos materiais e flores para obter um resultado harm�nico. A ideia � organizar para criar um produto mais bonito do que estava quando encontramos. Estou trabalhando em um que vou reutilizar c�psulas de caf� na estrutura��o. Por isso falo que a Ikebana foge de um simples arranjo floral, � sempre uma obra, que nos fala alguma coisa.”
 
Para Zil�, o cerrado na primavera � uma inspira��o e fonte de criatividade. Suas flores exuberantes, os ip�s coloridos em meio �s folhas secas e os galhos tortuosos formam um grande cen�rio da atividade japonesa. Ela refor�a que o exerc�cio � uma verdadeira terapia e quem o pratica conseguir� relaxar, encontrar um olhar mais sens�vel do mundo e todas as belezas da natureza.

*Estagi�ria sob a supervis�o de 
Sibele Negromonte


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)