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Estado de Minas OUTUBRO ROSA

C�ncer de mama: conhe�a os principais mitos e verdades

Doen�a que afeta milhares de mulheres e tamb�m homens no mundo � alvo de fake news, o que leva ao desconhecimento sobre cuidados e atitudes reais de preven��o. Fique atento


postado em 07/10/2019 12:40 / atualizado em 18/10/2019 18:19



Outubro chegou e, com ele, mais uma campanha mundial que objetiva alertar a popula��o sobre o c�ncer de mama, doen�a que afeta mais de 2 milh�es de mulheres (e tamb�m homens) em todo o mundo e que ainda tem alta taxa de mortalidade – em 2017, foram quase 17 mil �bitos s� no Brasil. No entanto, junto aos esfor�os para cuidados, preven��o e import�ncia do diagn�stico precoce, tamb�m surgem fake news. Not�cias falsas que trazem mitos sobre o c�ncer e confudem as pessoas a respeito do que � real e aquilo que n�o passa de mentira.

 
Campanha Outubro Rosa(foto: Maximasp/Divulgação)
Campanha Outubro Rosa (foto: Maximasp/Divulga��o)


A lista � enorme e compreende desde o uso de suti� preto ou de aros como causa para a doen�a (um mito sem o menor fundamento cient�fico) at� dados que realmente geram d�vida, a exemplo de que a mulher diagnosticada com a doen�a perde a fertilidade (o que tamb�m � mentira diante da possibilidade de congelamento de �vulos antes do in�cio de tratamentos como qu�mio e radioterapia).

Aqui, conversamos com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais, Waldeir Almeida J�nior, com outros profissionais e com mulheres que venceram o c�ncer de mama para explicar que a doen�a � perigosa e pode ser fatal. Mas tamb�m traz progn�stico positivo, principalmente quando � diagnosticada no in�cio, o que amplia a chance de sucesso do tratamento.

Estat�sticas 

“O c�ncer de mama � o tipo  mais comum entre as mulheres, excluindo o c�ncer de pele, em todo o mundo e no Brasil, representando quase 25% dos casos totais da doen�a. Dados da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) apontam 2,09 milh�es de novos casos de c�ncer de mama em 2018. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de C�ncer (Inca), a previs�o � de 59,7 mil novos casos neste ano e representa a principal causa de morte por c�ncer nas mulheres”, alerta o mastologista Waldeir Almeida J�nior.
 
O especialista destaca como boa not�cia o fato de que a mortalidade pela doen�a est� se reduzindo em pa�ses desenvolvidos. No entanto, o quadro n�o se repete no Brasil, “devido principalmente � aus�ncia de pol�ticas para um rastreamento organizado do c�ncer de mama, em que ter�amos a possibilidade do diagn�stico de les�es iniciais, com tratamentos menos agressivos e maior taxa de cura”.

Fatores de risco 

Em rela��o a fatores de risco – um dos temas que mais geram fake news na web –, o m�dico � taxativo. “O diagn�stico tardio pode ser relacionado com a principal causa de morte no c�ncer de mama. Isso porque, nos casos em que a descoberta das les�es se d� em per�odo inicial, as taxas de cura chegam a quase 100%.” Assim, importante definir o que �, de fato, fator de risco. Entre os comportamentais, o m�dico lista obesidade e sobrepeso, sedentarismo, consumo elevado de bebidas alco�licas.
 
As mulheres tamb�m devem estar atentas ao hist�rico do pr�prio sistema reprodutivo. “Ter a primeira menstrua��o precoce e a menopausa tardia, n�o ter filhos, usar horm�nios, como as p�lulas anticoncepcionais, al�m de reposi��o hormonal na p�s-menopausa por longos per�odos tamb�m s�o fatores de risco.”
 
J� entre os heredit�rios, o mastologista chama a aten��o para a hist�ria familiar de c�ncer de mama, (principalmente parentes de primeiro grau com c�ncer antes dos 50 anos ou bilateral; familiares com c�ncer de ov�rio; homens na fam�lia com c�ncer de mama. “Lembrando que somente de 5% a 10% dos c�nceres de mama s�o ligados a fator heredit�rio, e que a maioria das pacientes que t�m c�ncer de mama n�o apresentam fatores de risco.”

Sonho 

Antes de iniciar o tratamento, Mariana Hamacek decidiu congelar óvulos para garantir a realização do desejo de ser mãe(foto: Rômulo Brandão/Divulgação)
Antes de iniciar o tratamento, Mariana Hamacek decidiu congelar �vulos para garantir a realiza��o do desejo de ser m�e (foto: R�mulo Brand�o/Divulga��o)
O diagn�stico precoce para o c�ncer de mama, no ano passado, levou Mariana Hamacek a tamb�m pensar sobre o desejo de ser m�e. A alternativa para manter a fertilidade foi o congelamento de �vulos. Em idade f�rtil, ela procurou uma cl�nica especializada em reprodu��o assistida antes de come�ar o tratamento. “Decidi fazer o congelamento de �vulos. Ser m�e � o meu sonho. Ainda n�o sei quando tentarei a maternidade, mas n�o poderia correr o risco de nunca realizar meu sonho”, destaca. Ap�s a retirada de �vulos, ela foi submetida � cirurgia de mastectomia e, em junho deste ano, iniciou o tratamento de quimioterapia.

Autoexame x mamografia 

H�, ainda, um outro assunto que gera d�vidas: o autoexame das mamas por si s� � uma forma de preven��o 100% eficaz?
 
Almeida J�nior reconhece a import�ncia do autoexame (e afirma que toda mulher deve conhecer e apalpar as mamas), mas lembra que esse cuidado n�o deve ser um m�todo de rastreamento do c�ncer de mama, “pois detecta les�es j� palp�veis, e o ideal � que, quando diagnosticado, o c�ncer seja subcl�nico, ou seja, sem sintomas”.
 
Outro dado � relativo � natureza do tumor. “A descoberta de uma mudan�a nas mamas deve ser sempre comunicada ao mastologista e, na maioria dos casos, corresponde a les�es benignas.” A mamografia � “ferramenta ideal de rastreamento do c�ncer de mama” e, portanto, uma grande aliada na preven��o e na detec��o precoce da doen�a.
 
 
O raio-X do c�ncer de mama

Confira os principais mitos e verdades sobre o c�ncer de mama. Conhe�a os fatores de risco e m�todos mais eficazes de rastrear a doen�a. E lembre-se: o diagn�stico precoce aumenta as chances de cura em quase 100% dos casos





Uma em cada 12 mulheres receber� diagn�stico positivo para c�ncer de mama

VERDADE. Levantamento realizado pelo Instituto Nacional do C�ncer (Inca) revelou que o Brasil somar� cerca de 60 mil novos casos de c�ncer de mama em 2019, n�mero que corresponde a 28% de todos os diagn�sticos da doen�a registrados no pa�s – o que faz dele o tumor mais incidente entre as mulheres, depois do c�ncer de pele n�o melanoma.

A mulher deve estar sempre atenta � sa�de das mamas, mesmo antes dos 40 anos

VERDADE. Independentemente da idade, a mulher deve apalpar suas mamas como autoconhecimento. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, ap�s os 40 anos, a mulher deve realizar a mamografia de rastreamento anualmente.

O diagn�stico precoce aumenta as chances de cura

VERDADE. Quanto mais precoce o diagn�stico, mais inicial ser� o estadiamento da doen�a e maiores as chances de cura e da possibilidade de se utilizarem tratamentos conservadores e menos agressivos. Se o diagn�stico � feito com a doen�a avan�ada, com met�stases (quando o c�ncer se espalhou para outros �rg�os), o tratamento se baseia no controle da doen�a e melhora da qualidade de vida da (do) paciente.

Certos tipos de desodorante e ou o h�bito de usar suti� de aro provocam c�ncer de mama

MITO. Tais ideias, muitas vezes divulgadas na internet, n�o t�m o menor respaldo cient�fico.

Fazer mamografia ou a irradia��o do exame mamogr�fico provocam c�ncer

MITO. Os exames n�o provocam a doen�a e s�o importantes ferramentas para a detec��o precoce do c�ncer de mama.

Ultrassonografia tamb�m � um m�todo de rastreamento

MITO. N�o, � um exame complementar � mamografia.

Todo caro�o no seio indica c�ncer de mama

MITO. A maioria dos n�dulos que uma mulher apalpa � benigna.

Mulheres que s�o m�es e amamentam por longo per�odo t�m menos risco de c�ncer de mama

VERDADE. Quanto maior o n�mero de filhos e tempo de amamenta��o, menor o risco da doen�a.

Fatores de risco s�o certeiros para determinar o desenvolvimento de c�ncer de mama

MITO. A maioria das pessoas que tem c�ncer de mama n�o tem nenhum fator de risco da doen�a e 1% dos casos s�o em homens.

O c�ncer de mama afeta somente mulheres

MITO. Em 2017, houve 16.927 mortes por c�ncer de mama no Brasil, sendo 16.724 mulheres e 203 homens; o n�mero representa 16,1% das mortes por c�ncer em mulheres.

Sobrepeso, sedentarismo e consumo de �lcool est�o entre fatores de rico

VERDADE. A obesidade e o sobrepeso (pessoas com IMC superior a 28 t�m tr�s vezes mais o risco de c�ncer de mama). O sedentarismo e o consumo elevado de bebidas alco�licas tamb�m s�o fatores de risco comportamentais.

Atividade f�sica, peso adequado e dieta balanceada reduzEM o risco de c�ncer de mama

VERDADE. A pr�tica regular de atividade f�sica (com 150 minutos semanais de atividade aer�bica), manter o peso adequado, alimenta��o saud�vel e evitar o consumo exagerado de bebidas alco�licas pode reduzir em at� 30% o risco de c�ncer de mama. 
 
 
Avan�os no tratamento oferecem v�rias possibilidades 
 
Entre motivos para comemorar, o m�dico aponta os v�rios avan�os no tratamento do c�ncer de mama. “O principal � o descalonamento das terapias, isto �, uma diminui��o do tratamento mantendo a efic�cia oncol�gica.” Ele lista, entre os avan�os, a possibilidade de conserva��o da mama e de g�nglios, al�m da oncoplastia, “uma cirurgia pl�stica associada ao tratamento do c�ncer de mama”.
O especialista tamb�m cita a redu��o no n�mero de sess�es de radioterapia (de 33 para 15 ou at� mesmo uma �nica dose aplicada durante a cirurgia), o que “garante efeito terap�utico id�ntico, com menor efeito colateral”. E, ainda, a possibilidade do uso de testes oncogen�ticos, que podem definir se a paciente dever� ou n�o receber quimioterapia.
 
Por fim, o m�dico cita o maior problema enfrentado pelas mulheres em rela��o ao c�ncer de mama no Brasil. “A maioria n�o tem conv�nio de sa�de ou n�o tem condi��es de receber atendimento particular, o que dificulta o acesso ao diagn�stico precoce e ao tratamento adequado. Apesar da Lei dos 60 dias (Lei 12.732, de 22 de novembro 2012), que indica que, ap�s o diagn�stico de um c�ncer de mama, o tratamento deve ser realizado dentro desse prazo, muitas mulheres t�m atraso em seu tratamento, o que pode comprometer a cura. Para tentar minimizar isso, a campanha da Sociedade Brasileira de Mastologia para o Outubro Rosa de 2019 �: Mais acesso, mais respeito!”, finaliza. 
 
 
Palavra de especialista
 
Selmo Gerber, professor titular do departamento de ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor da cl�nica Origen
 
O c�ncer de mama provoca infertilidade?
 
Entre mulheres em idade reprodutiva, � poss�vel preservar a fertilidade diante do diagn�stico positivo para c�ncer de mama. Apesar de a maioria ser advertida pelo oncologista sobre o risco de infertilidade, a medicina reprodutiva ajuda na preserva��o de �vulos saud�veis. Inclusive, estudos revelam que as mulheres que receberam aconselhamento especializado sobre quest�es referentes � preserva��o da fertilidade relataram menos pesar, maior qualidade de vida e maior esperan�a na realiza��o dos sonhos diante da doen�a.
 
Se � verdade que tratamentos, como a quimioterapia, trazem o risco de 60% de perda de todos os �vulos da mulher (o que pode terminar com a reserva de �vulos nos ov�rios, levar � infertilidade e at� � menopausa antecipada), o congelamento de �vulos pode ser alternativa para preserva��o da fertilidade. Lembrando que a coleta deve ser realizada antes do in�cio do tratamento contra o c�ncer, pois � necess�rio induzir a ovula��o para coletar �vulos maduros e, ent�o, armazen�-los em condi��es ideais. 
 
 
No Brasil, segundo o Inca, a previs�o � de 59,7 mil novos casos de c�ncer de mama neste ano e representa a principal causa de morte por c�ncer nas mulheres

Waldeir Jos� de Almeida J�nior, presidente 
da Sociedade Brasileira de Mastologia/MG 


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