
No in�cio do novo ano, nada melhor que ter entre as resolu��es para 2020 o cuidar da sa�de. Fazer um checape m�dico � a melhor forma de prevenir doen�as e, se for detectado qualquer altera��o, poder tratar de imediato. L�zaro Fernandes de Miranda, cardiologista do Hospital Santa L�cia e conselheiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explica que, de acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e com as diretrizes orientadoras criadas pelas sociedades m�dicas nacionais e internacionais, os checapes s�o indicados para as pessoas aparentemente saud�veis como forma de preven��o e avalia��o.
E consiste no que � chamado de exame cl�nico, feito pelo m�dico durante a consulta de rotina, que analisa press�o arterial, ausculta card�aca e pulmonar, avalia��o ponderal de peso e altura. Al�m disso, podem ser solicitados exames b�sicos de sangue, urina e fezes, a depender das particularidades de cada paciente. “Caso sejam encontradas altera��es ou vari�veis, � feito um encaminhamento para uma investiga��o mais completa e direcionada”, explica L�zaro.
O m�dico ressalta a import�ncia da preserva��o da sa�de, que significa qualidade de vida, de trabalho, de relacionamento e permite a perspectiva de uma vida mais longa. “Se � feito o exame e est� tudo normal, �timo, repetimos no ano seguinte. E se houver altera��o, � poss�vel reverter e tratar antes que comprometa a sa�de do paciente.”
FAIXA ET�RIA
Os exames de checape t�m protocolos determinados por um recorte de idade. Durante a inf�ncia, o acompanhamento � feito pelo pediatra, que, por meio dos sinais apresentados e de avalia��es cl�nicas, pode pedir exames complementares para identificar poss�veis doen�as.
A partir da primeira menstrua��o, as mulheres come�am a visitar tamb�m o ginecologista, que, muitas vezes, assume o papel do pediatra e passa a fazer o acompanhamento geral da paciente, al�m dos exames ginecol�gicos e mam�rios.
Entre os 18 e os 35 anos, os protocolos indicam que investiga��es mais detalhadas devem ser feitas a partir de sintomas, evitando que os pacientes sejam submetidos a exames sem necessidade.
Por�m, existem os exames gerais, que podem ser feitos com uma periodicidade anual ou bienal, no caso de pessoas saud�veis que n�o apresentam queixas ou doen�as cr�nicas e comorbidades. Esses exames s�o considerados investiga��es simples e t�m por objetivo antecipar e prevenir.
Eles incluem o hemograma completo, que mostra marcadores de anemia, infec��es e dist�rbios de coagula��o, por exemplo. O checape simples pode incluir exames de urina, que avaliam a sa�de de todo o sistema urin�rio, al�m dos rins. Os exames b�sicos, caso exista hist�rico na fam�lia ou indica��es como sobrepeso e sedentarismo, tamb�m podem incluir an�lises de fun��o renal e hep�tica, de glicemia para verificar sinais de diabetes, al�m do lipidograma, que avalia as taxas de colesterol e triglic�rides.
Caso os exames b�sicos demonstrem algum tipo de altera��o, s�o solicitadas an�lises mais detalhadas e pode ser feito o encaminhamento para especialistas, que conduzir�o a investiga��o com mais propriedade.
Dos 35 anos em diante, alguns exames adicionais, como eletrocardiogramas, que avaliam a sa�de do cora��o, podem ser acrescentados. Em pacientes fumantes, radiografias do t�rax tamb�m podem ser solicitadas, para checar a sa�de dos pulm�es.
A partir dos 40, tanto nos homens quanto nas mulheres, essa investiga��o b�sica pode se tornar mais robusta, segundo os especialistas. Exames de imagem, como ecografias, endoscopias e colonoscopias se tornam parte dos processos mais rotineiros. No caso dos homens, ap�s os 40 se torna necess�rio um olhar mais atento � sa�de da pr�stata. Ecografias e exames sangu�neos espec�ficos analisam altera��es - caso elas se apresentem, � recomendado o exame de toque. Se tudo estiver na normalidade, o exame de toque deve ser feito com regularidade ap�s os 45 anos.
Tr�s perguntas para... Luciano Louren�o, cl�nico geral e coordenador da Emerg�ncia do Hospital Santa L�cia
1) A quais sintomas mais comuns as pessoas devem ficar atentas e informar os m�dicos nos checapes e consultas de rotina?
Sintomas que podem passar despercebidos, mas que podem inspirar uma investiga��o mais apurada s�o o cansa�o excessivo, dores abdominais, cefaleia cr�nica, diarreia de repeti��o. Nesses casos, os exames podem ser mais direcionados aos sintomas. Se a avalia��o m�dica mediante os sintomas e o exame b�sico mostrar altera��es, podemos, e devemos, aumentar o n�vel da investiga��o.
2) Como deve ser a periodicidade dos exames?
Se o paciente n�o tiver nenhuma comorbidade, como hipertens�o ou diabetes, e n�o estiver fora dos padr�es de peso e de �ndice de massa corporal e estiver sem sintomas, pode ser de dois em dois anos. Caso j� tenha algum diagn�stico, � importante manter uma frequ�ncia maior, que ser� determinada pelo m�dico, de forma personalizada.
3) Quais s�o os m�dicos que devem ser visitados com mais frequ�ncia para o checape?
� importante fazer a diferencia��o entre a consulta de rotina e o exame. Fazer muitos exames n�o � sin�nimo de cuidar bem da sa�de, n�o existe por que se submeter a exames desnecess�rios se a avalia��o cl�nica for bem-feita. No caso das consultas preventivas, se o paciente tiver condi��o e acesso, o ideal seria ter acompanhamento anual com cardiologista, endocrinologista, gastroenterologista, ginecologista, para as mulheres, e o urologista, para o homens. A avalia��o bem-feita por esses m�dicos exclui at� mesmo a necessidade de exames invasivos, se n�o houver indica��o. Essas especialidades conseguem identificar patologias que precisem de encaminhamento e, caso a pessoa n�o consiga ou queira visitar todos esses m�dicos, pode fazer a avalia��o com um cl�nico geral, que far�, se necess�rio, os encaminhamentos.
