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Estado de Minas

A incr�vel jornada da Super Sofia na luta contra o c�ncer

Aos 8 anos, ela j� superou dois tratamentos contra a doen�a com garra e determina��o: 'Aprendi a sempre ser guerreira e nunca desistir'


postado em 02/02/2020 04:00 / atualizado em 01/02/2020 21:14

(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Vestida de joaninha, com uma m�scara devido ao tratamento oncol�gico, a pequena Sofia Medeiros Nunes, � �poca com 4 anos, brincava com o amiguinho Jonathan Arthur Prud�ncio de Jesus, tamb�m de 4, quando foram fotografados pelo Estado de Minas no carnaval de 2016. A cena publicada no Instagram do jornal chamou a aten��o de leitores e internautas pela delicadeza da imagem, que em poucas horas do dia da postagem recebeu cerca de 2,5 mil curtidas e mais de 600 compartilhamentos.

A euforia e os batuques do Bloco Angola Janga, na Rua da Bahia, no Centro de Belo Horizonte, serviram de palco para a cena que estampou a primeira p�gina do EM em pleno domingo de carnaval. “Minha m�e sempre me mostra a capa do jornal, apesar de n�o me lembrar muito bem do dia”, comenta. Na �poca, a vida da menina do sorriso cativante e fora do comum e a sua gana de viver se entrela�ou com o bloco de carnaval.

Sofia saiu do apartamento na Rua da Bahia, onde morava com a m�e, Ana Em�lia Martins Nunes, para curtir a festa. Afinal, o carnaval era uma oportunidade a mais para se divertir e desfilar com suas fantasias e aproveitar um momento longe de um quarto de hospital. O carnaval, para al�m de ser uma importante festividade no cen�rio cultural nacional, ocupa lugar diferenciado na estrutura emocional de todos.

Por causa do tratamento contra o c�ncer, a menina teve de se mudar para Belo Horizonte e acabou se afastando dos familiares. Segundo ela, essa foi a pior parte do tratamento. “Quando podia, eu dava uma voltinha em BH. Passeava no shopping e nos parquinhos. N�o tinha uma rotina, porque ou estava em casa ou internada”, conta.

Arma poderosa contra o c�ncer

“N�o me lembro direito de como foi porque s� tinha 3 anos, mas guardo que foi muito triste”, recorda a pequena Sofia, hoje com 8 anos, do dia em que foi diagnosticada com um neuroblastoma, tipo raro de c�ncer que acomete principalmente crian�as com menos de 5 anos e atinge regi�es do corpo como pesco�o, t�rax e abd�men. No caso de Sofia, o tumor se instalou na parte cervical do corpo. Apesar de n�o saber o que estava porvir, a garota carregava dentro si uma arma poderosa para enfrentar o c�ncer: a alegria de viver estampada em um sorriso que contagiava todos � sua volta.



Por�m, mesmo ap�s o tratamento e o retorno para a casa, em S�o Domingos do Prata, Regi�o Central de Minas, a doen�a retornou. E, novamente, a menina se viu em um quarto de hospital. “Fiquei muito triste. Mas, apesar disso, como j� sabia como era, fiquei mais relaxada”, conta. Na volta para o tratamento, Sofia teve de se submeter a um transplante de medula. Apesar de os m�dicos sempre explicarem para ela como seria o tratamento, o medo tomava conta dos pensamentos dela. “Mas, gra�as a Deus, deu tudo certo e agora � s� voltar a ter uma vida normal”, agradece.
 
Hoje, ela se diverte fazendo v�deos para plataformas de redes sociais, onde � conhecida como Super Sofia. Conta que est� animada para o retorno �s aulas e para a escola de bal�. “Estou muito alegre, apesar de ter umas regrinhas. S� de voltar para uma vida normal, j� fico muito feliz.” Para ela, foi preciso muita f� e for�a para superar os obst�culos impostos desde pequena.

Ao lado da mãe e da médica que acompanha seu caso, Sofia não deixa de manter seus seguidores atualizados(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Ao lado da m�e e da m�dica que acompanha seu caso, Sofia n�o deixa de manter seus seguidores atualizados (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Nesta edi��o do Bem Viver, celebraremos a vida no olhar de uma pequena menina – a verdadeira garota superpoderosa – que luta diariamente, apesar da pouca idade, e mant�m acesa a alegria de simplesmente viver. “Aprendi a sempre ser guerreira e nunca desistir. E para as crian�as que passam pela mesma situa��o que eu, pe�o para n�o desistirem e continuar fortes. Porque um dia todos vamos conseguir vencer.”

Momento de catarse

O momento de espera para saber o diagn�stico de um filho � sempre desesperador. E quando o resultado traz consigo uma carga negativa, essa situa��o envolve, al�m de enfrentamento, um momento de catarse. Ana Em�lia Martins, m�e da pequena Sofia, conta que a descoberta do neuroblastoma na filha foi um processo de reflex�es para ela e toda a fam�lia.

'Para as crianças que passam pela mesma situação que eu, peço para não desistirem e continuar fortes. Porque um dia todos vamos conseguir vencer'(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
'Para as crian�as que passam pela mesma situa��o que eu, pe�o para n�o desistirem e continuar fortes. Porque um dia todos vamos conseguir vencer' (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Em meio a tantas idas e vindas ao hospital, a fam�lia teve papel muito importante para o processo de tratamento da menina. “Eu trabalhava e n�o se consegue afastamento para cuidar de crian�as doentes. Mas aqui em casa todo mundo ajudou e tudo foi se encaixando”, conta.

“Para mim, que sou m�e e pai da Sofia, quando voc� recebe uma not�cia dessas n�o d� para acreditar. Como uma menina indefesa, com 3 anos, sem maldade nenhuma no mundo, se torna ref�m disso? Voc� fica pensando o porqu�.” O momento de entender todo esse processo foi fundamental para vencer quaisquer obst�culos que pudessem impedir a felicidade da filha. “� uma reviravolta muito grande, mas Sofia sempre foi uma menina alegre e feliz. Hoje, acredito que tudo tem o seu prop�sito”, afirma.

O come�o do tratamento

Sofia come�ou a fazer o tratamento em maio de 2015 e at� a volta do c�ncer, antes do transplante, passou por 11 interna��es. O primeiro tratamento durou de maio de 2015 at� junho de 2017. “Ao todo foram 19 interna��es, sendo que s� a do transplante foram 56 dias dentro do hospital”, conta Ana Em�lia, que mant�m todas as informa��es da vida hospitalar de sua filha anotadas em um caderno. “As outras interna��es alternaram de quatro a 30 dias.”

Processo que resultou em um acompanhamento m�dico que envolveu todos os profissionais do hospital em que a crian�a estava internada. A oncologista pedi�trica Fernanda Rodrigues Tiburcio foi uma das m�dicas que participaram de todo o tratamento da pequena Sofia. “Ela � uma crian�a muito especial. Enfrentou com cabe�a erguida diferentes tipos de tratamentos pesados, como a quimioterapia e radioterapias, at� chegar ao transplante. � uma crian�a disposta a lutar”, ressalta a m�dica.

Sofia Medeiros e Jonathan Arthur, na época ambos com 4 anos, no carnaval de BH em 2016(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Sofia Medeiros e Jonathan Arthur, na �poca ambos com 4 anos, no carnaval de BH em 2016 (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Fernanda Tiburcio conta que Sofia era luz para as outras crian�as que passavam por traumas parecidos. “Ela conquistava as outras crian�as em tratamentos sempre com um astral pra cima. Elas viam nela um exemplo. A Sofia emanava luz em meio a tanto sofrimento”, relembra. A profissional ainda afirma que a gana para viver contagiava outras fam�lias que estavam passando pela mesma situa��o. “Sofia mostrava para os pais e familiares de outras crian�as que era poss�vel vencer e passar por aquela situa��o.”

A especialista explica que o c�ncer da pequena era muito agressivo e intenso e que n�o adiantava apenas um tipo de interven��o. “O neuroblastoma tem quatro n�veis diferentes e Sofia enfrentava o pior deles e o mais avan�ado.” A m�e da super Sofia lembra que todas as cirurgias feitas pela filha eram de risco. “O caso dela foi muito bem estudado”, complementa Ana Em�lia.

Nova luta contra a doen�a

Depois de resultados positivos com as retiradas da massa tumoral e da volta para uma vida longe de um quarto de hospital, a menina percebeu um novo caro�o na regi�o do pesco�o um ano depois do fim do primeiro tratamento. “Ela me disse: Mam�e, tem alguma coisa doendo no meu pesco�o durante o banho”. Coloquei a m�o e percebi o caro�o. Gelei toda na hora”, relembra a m�e. A fam�lia novamente se viu lutando com todas as for�as contra o c�ncer.

Apesar da recidiva, todos os familiares e a pr�pria Sofia se viram mais confiantes. “Em meio a isso tudo, o transplante era o que mais assustava. Porque sempre os m�dicos eram sinceros e diziam que era uma montanha-russa”, ressalta Ana Emilia. “Sofia foi a primeira crian�a na Santa Casa a fazer um transplante aut�logo”, informa Fernanda Tiburcio, processo em que as c�lulas-tronco s�o retiradas da pr�pria paciente.

A m�e conta que os dias ap�s os transplantes foram de muitas incertezas e sofrimento, devido � demora para “a medula pegar”. “Eu a via sem se alimentar e mesmo assim ela sorria para produzir os v�deos dela para as redes sociais. A gente tira for�as dela. Ela tem uma bagagem de vida enorme”, conta. Mesmo sem a doen�a estar ativa em seu corpo hoje, a oncologista pedi�trica afirma que Sofia est� em constante monitoramento. “Sofia hoje vive uma vida com certas restri��es, mas aos pouquinhos ela vai enxergando a vida com um novo olhar”, frisa a m�dica.
 

Show das Poderosinhas

A pequena Sofia conquistou a atenção da cantora Anitta, quando estava no primeiro tratamento contra o câncer(foto: Instagran/Reprodução da Internet)
A pequena Sofia conquistou a aten��o da cantora Anitta, quando estava no primeiro tratamento contra o c�ncer (foto: Instagran/Reprodu��o da Internet)
A pequena Sofia conquistou a aten��o da cantora Anitta, quando estava no primeiro tratamento contra o c�ncer. A cantora convidou a super Sofia para ir ao camarim e subir ao palco no Show das Poderosinhas, em 21 de agosto de 2016, em Belo Horizonte. A cantora registrou o momento em sua rede social. Por causa da doen�a, a garota n�o poderia ir ao show. “Ela n�o pode ficar no meio da multid�o, ent�o, pedi pra trazerem ela para o camarim e ela n�o sabe que vai me ver”, disse a artista na ocasi�o. Logo depois do transplante de medula, Anitta visitou Sofia no hospital.

* Estagi�rio sob supervis�o da editora Teresa Caram






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