Ap�s anos de tratamentos em cl�nicas e hospitais, pacientes mineiros com doen�as graves recorrem aos transplantes, para, assim, conseguir viver normalmente. No entanto, para que esse procedimento seja realizado, � necess�rio entrar na fila de espera e, muitas vezes, o �rg�o pode demorar a ser recebido pelo paciente. Em Minas Gerais, mesmo com o aumento de doa��es, cerca de 4.000 pessoas ainda est�o � espera de um transplante, segundo relat�rio publicado, em 2019, pelo Registro Brasileiro de Transplantes (RBT).
Por isso, o “Projeto DONORS: Estrat�gias para otimizar a doa��o de �rg�os no Brasil”, do Minist�rio da Sa�de, visa o aumento da taxa de sucesso das doa��es, bem como das qualidades dos �rg�os disponibilizados aos seus receptores. Considerado omaior hospital transplantador do Estado, a Santa Casa BH faz parte desse projeto e, realizou, no ano passado, 350 transplantes, sendo 32 de f�gado, 111 de m�dula �ssea,59 de rim, 14 de cora��o, 24 de ossos e 110 de c�rnea.
'Eu espero que todas as pessoas que querem fazer essa doa��o de �rg�os, fa�a, porque � muito importante'
Jos� Valter Ferreira, transplantado
Al�m disso, em 2019, a equipe da Santa Casa, que presta servi�o ao Sistema �nico de Sa�de (SUS), realizou o primeiro transplante de cora��o. A cirurgia card�aca devolveu vida saud�vel a Jos� Valter Ferreira, de 64 anos, que lutava contra a doen�a de chagash� quatro anos. “Esse transplante para mim foi uma maravilha, porque eu sofria muito”, conta.
Ferreira revela, ainda, ser muito grato por todos que o ajudaram nesse processo. “Eu s� tenho a agradecer a fam�lia do doador, que p�de me doar esse cora��o que, hoje, � tudo na minha vida. Agrade�o muito a equipe do hospital tamb�m, sempre que vou l�, agrade�o”, relata. Al�m disso, o primeiro transplantado card�aco da Santa Casa menciona que leva uma vida normal ap�s a cirurgia. “Depois desse transplante, eu vivo muito bem, me alimento bem, durmo bem e n�o tenho canseira mais”, completa.
A superintendente de servi�os hospitalares, Mara Moura, descreve a sensa��o da equipe m�dica da Unidade de Transplantes como recompensadora e conta que tamb�m h� situa��es tristes, como quando n�o h� �rg�o dispon�vel. “O transplante � uma realiza��o, tanto para o paciente, quanto para o profissional de sa�de, porque os pacientes sofrem na fila de espera e ap�s conseguirem o �rg�o, conseguem viver normalmente. Aespera � muito emocionante”, relata.
Mara refor�a, ainda, que a fila de espera � din�mica, portanto depende do n�mero de doa��es. Em dezembro do ano passado, muitos �rg�os foram doados, o que fez com que algumas vidas fossem salvas e outras ficassem bem perto. Atualmente, na Santa Casa BH, existem cerca de 200 pessoas � espera de um rim, duas necessitando de um novo cora��o e tr�s de um f�gado. Para os procedimentos na c�rnea e o enxerto no osso, n�o h� pessoas na espera. J� para medula, a fila varia constantemente.
A superintendente ressalta que apesar de a morte ser um momento delicado para os familiares, � importante realizar a doa��o de �rg�os. “O momento do �bito � irracional, n�o se pensa muito, mas � importante doar, pois se tem a probabilidade de ajudar algu�m. Percebe-se no olhar da fam�lia que doa, uma paz de esp�rito”, afirma. Jos� Valter Ferreira tamb�m faz esse apelo: “Eu espero que todas as pessoas que querem fazer essa doa��o de �rg�os, fa�a, porque � muito importante”.
Para 2020, em parceria com o Minist�rio da Sa�de, o hospital buscar� investir ainda mais nos transplantes. A Santa Casa oferecer� transplante de f�gado intervivos para crian�as e adultos e, tamb�m, o de pulm�o, que ainda n�o � feito no Estado. Al�m disso, pela primeira vez, a institui��o ter� a reabilita��o intestinal, se tornando o quarto hospital do Brasil a realizar este m�todo. Essa iniciativa tem o intuito de recuperar pacientes com indica��o para transplantes de intestino e cuidar daqueles que possuem indica��o absoluta para a realiza��o do procedimento. A Unidade de Transplantes ter� a capacidade ampliada.
*Estagi�ria sob a supervis�o do subeditor Carlos Altman