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Estado de Minas

Vai usar bioglitter na folia? Tome cuidado, o produto pode causar danos aos olhos

Brilho comumente usado nas festas carnavalescas necessita da mesma aten��o que o glitter comum. Evite: compartilhar pincel de pintura, contato direto com a muscosa ocular e o uso de lentes de contato


21/02/2020 17:47 - atualizado 21/02/2020 19:01

O contato do brilho, seja ele convencional ou natural, com a mucosa ocular pode gerar uma série de problemas à saúde dos olhos(foto: Irina Gromovataya/Pixabay)
O contato do brilho, seja ele convencional ou natural, com a mucosa ocular pode gerar uma s�rie de problemas � sa�de dos olhos (foto: Irina Gromovataya/Pixabay)
 
Substituto imediato do glitter comum, o bioglitter tem se tornado cada vez mais comum nas maquiagens, principalmente durante o carnaval. No entanto, os cuidados com os olhos e pele devem ser mantidos. Isso, porque, segundo especialistas, apesar da redu��o dos impactos ambientais, o produto pode causar danos � mucosa ocular e a epiderme humana, como inflama��es e irrita��es. Por isso, deve se manter certa cautela quanto ao uso e substitui��o do cosm�tico na maquiagem usada nos dias de folia.
 
A oftalmologista Mariana Amaranto explica que, independentemente da composi��o, o contato do brilho, seja ele convencional ou natural, com a mucosa ocular pode gerar uma s�rie de problemas � sa�de dos olhos. “� comum que o foli�o queira co�ar os olhos ap�s o contato por conta da irrita��o, a partir disso, essas pequenas part�culas podem gerar arranh�es nas c�rneas e, assim, facilitar a entrada de v�rus e bact�rias. Al�m disso, podem ocorrer alergias e at� mesmo um quadro mais grave de hipersensibilidade ao redor dos olhos”, elucida.
 
Por isso, alguns cuidados em torno do uso do bioglitter, bem como do glitter comum, devem ser tomados, como n�o permitir o contato entre o brilho e a camada interna do olho. “� preciso tomar cuidado com a transpira��o tamb�m, pois o suor pode levar as subst�ncias ao contato da mucosa ocular”, adverte o oftalmologista Le�ncio Queiroz. Al�m disso, o especialista alerta que pessoas que fazem uso de lente de contato precisam se atentar as implica��es que podem ser causadas pelo uso do produto, visto que, momentaneamente, os sintomas de irritabilidade dos olhos podem ser minimizados pela pr�pria lente, ocasionando problemas futuros.
 
Precau��o, de acordo com Mariana, � um bom aliado para evitar incid�ncias. “A higieniza��o das m�os antes de come�ar qualquer maquiagem � muito importante, assim como lavar bem os pinc�is e esponjas que ser�o usados e verificar a validade do produto a ser aplicado nas p�lpebras. Evitar o contato dos olhos com o bioglitter e n�o compartilhar maquiagens s�o �timas formas de prevenir inflama��es e irrita��es oculares”, recomenda.
 
Caso o contato aconte�a, � preciso lavar abundantemente os olhos, com �gua ou soro fisiol�gico, se este estiver ao alcance, e evitar levar as m�os aos �rg�os. “Se o desconforto persistir, a vermelhid�o n�o melhorar e/ou a vis�o ficar turva, � recomend�vel procurar um oftalmologista para descartar problemas mais s�rios”, pontua Mariana.
 
Dermatologicamente, o uso do bioglitter, bem como do brilho convencional tamb�m pode ser nocivo. De acordo com o dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Lucas Miranda, o contato de ambos os tipos de glitteres com a pele pode provocar vermelhid�o, les�es e alergias em pessoas que tenham sensibilidade ligada aos materiais presentes no cosm�tico. 
Al�m disso, Miranda alerta que a maquiagem, de forma geral, pode ser prejudicial a epiderme, pois obstrui os poros, aumentando a chance de acne, alergia e outros problemas de pele. Por isso, alguns cuidados devem ser tomados tanto a respeito do uso dos glitteres, quanto dos produtos usados na pele como um todo. “O ideal � que a maquiagem seja avaliada por um dermatologista caso a caso”, recomenda o especialista.


Substitui��o


A maquiadora Maira Elisa Martins conta que para evitar irrita��es e alergias, o uso do glitter comum ou biodegrad�vel pode ser substitu�do por sombras que possuem part�culas de brilho em sua composi��o e dermatologicamente indicadas para o uso espec�fico nos olhos. “Caso o foli�o insista em brilhar de qualquer forma, outra op��o � o uso de pigmentos finos, pois devido as pequenas part�culas de brilho, sua aplicabilidade � mais f�cil, evitando o contato do produto com a parte interna dos olhos e tamb�m facilitando a remo��o em caso de irritabilidade da pele”, completa. Al�m disso, Maira alerta que os glitteres comprados em lojas n�o especializadas e em papelarias devem ser evitados, pois al�m de n�o serem adequados para este tipo de uso, podem acarretar problemas s�rios a sa�de. “Esse tipo de glitter n�o � o mais indicado para o uso facial, pois, na maioria das vezes, peda�os de vidros s�o usados em sua produ��o, o que pode ser um problema real para a sa�de das pessoas, podendo afetar a vis�o, provocar arranh�es no rosto e, at� mesmo, danos mais s�rios”, explica. 


Composi��o


O bacharel em ci�ncias biol�gicas e mestrando em ecologia e manejo de vida silvestre, Vin�cius Abreu Baggio, explica que o bioglitter � basicamente composto por subst�ncias metaboliz�veis, como goma vegetal, amido de milho, a��car, algas, sal, eucalipto, celulose, minerais e corantes naturais. Mas, Baggio alerta que, � preciso ficar atento, pois nem todas as marcas de fato produzem o glitter biodegrad�vel, dando este nome ao produto apenas por possu�rem parte de sua composi��o semelhante a este tipo de brilho. “Uma concep��o errada, bem difundida, � pensar que o glitter � biodegrad�vel apenas por ter uma composi��o natural, por�m nem sempre um produto natural � biodegrad�vel, tendo em vista que ele n�o pode ser metabolizado por organismos vivos”, completa. Enquanto isso, os glitteres b�sicos s�o produzidos a base de pl�sticos, PVC e PET. “Geralmente � recoberto de alum�nios e alguns outros aditivos que podem ser naturais”, explica o bi�logo.


Meio ambiente


A substitui��o do uso do glitter tradicional se deu por fatores ambientais, visto que o produto pode ser facilmente ingerido por peixes e outros animais filtradores. “Isso acontece porque o glitter chega aos oceanos com relativa facilidade e, tamb�m, por ser um micropl�stico, que pode ser passado de um animal a outro at� chegar ao peixe consumido por muitos”, elucida Baggio. Al�m disso, todo material n�o-biodegrad�vel que chega ao ambiente natural � acumulado e, assim, capaz de gerar s�rias consequ�ncias. Ainda, os glitteres comuns demoram muito tempo para se degradarem. Dessa forma, o bioglitter surgiu como forma de diminuir esses impactos, visto que sua decomposi��o leva menos tempo para ocorrer, j� que sua capacidade biodegrad�vel possibilita o seu consumo por organismos vivos como fonte de carbono e energia.
 
*Estagi�ria sob a supervis�o do subeditor Carlos Altman 


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