
A Nanox, empresa-filha da Universidade Federal de S�o Carlos, ir� ceder materiais bactericidas para a produ��o de m�scaras reutiliz�veis a serem usadas como prote��o ao novo coronav�rus. Em parceria, a f�brica de brinquedos Elka ser� a respons�vel pela montagem do produto. Cerca de 10% dos equipamentos produzidos ser�o doados.
Luiz Gustavo Pagotto Sim�es, diretor da Nanox, explica que pelo padr�o de classifica��o de filtragem de ar, do Instituto Nacional de Seguran�a e Sa�de Ocupacional, dos Estado Unidos, essas m�scaras s�o consideradas como N95, mas com algumas vantagens para al�m deste grupo de especifica��o. “O que a difere das demais � a sua propriedade lav�vel. A pessoa descarta somente o filtro e higieniza o equipamento. Esse � um grande benef�cio.”
Al�m disso, Sim�es destaca que o pol�mero, material utilizado na produ��o da m�scara, � outro diferencial. “O material usado � bactericida. Ent�o, na superf�cie do pl�stico, n�o v�o se desenvolver bact�rias ou fungos. A caracter�stica antiviral tamb�m est� presente.”
As propriedades antimicrobianas s�o resultantes da adi��o de micropart�culas de prata aos pol�meros. E, embora ainda n�o haja comprova��o da efic�cia deste recurso contra o novo coronav�rus, Sim�es alerta que o material j� tem a��o comprovada contra outros v�rus. “A efic�cia bactericida � comprovada por uma norma ISO, que destaca a capacidade do produto de elimina��o de 99,99% das bact�rias presentes na superf�cie do pl�stico”, diz.
Mesmo com propriedade bactericida, as m�scaras produzidas pela Nanox, em parceria com a Elka, exigem cuidados como todas as outras. “O produto vem em uma embalagem lacrada. Ap�s o uso, � preciso higienizar a m�scara com �gua e sab�o ou �lcool 70% e descartar os filtros, que ser�o trocados por novos”, pontua Sim�es.
O diretor da spin-off da UFSCar enfatiza, ainda, o benef�cio socioambiental presente na produ��o dessas m�scaras. “O filtro, que � a parte principal do equipamento, � descart�vel. Ao comparar com as m�scaras tradicionais N95, inteiramente feitas de filtro, � poss�vel constatar uma diminui��o do uso deste material, reduzindo, assim, o impacto ambiental.”
Parceria
Sim�es conta como se deu o processo criativo das m�scaras. “As m�scaras foram lan�adas em Boston, onde a Nanox tamb�m atua. O modelo ent�o foi recomendado a todos os parques de impress�o 3D, utilizando um material antibacteriano como o que a empresa produz. Ent�o, fizemos uma parceria com a Elka, que tem uma grande extens�o fabril de injetores, recurso necess�rio para a produ��o do equipamento de prote��o.”
O diretor da Nanox explica que a Elka precisou fazer mudan�as em sua produ��o para atender algumas regulamenta��es, visto que, tradicionalmente, a empresa produzia brinquedos. “Foi necess�rio se adaptar a algumas normas, que no caso de brinquedos s�o diferentes. No entanto, o processo fabril em si � bem parecido, o que muda � o formato da pe�a. Ent�o, pequenas adapta��es foram feitas para atender a demanda de fabrica��o da m�scara.”
A produ��o come�ar� em maio, quando todas as etapas pr�-processamento estar�o conclu�das. “Estamos ainda no est�gio de finaliza��o do molde. J� temos um prot�tipo e estamos recebendo pedidos e encomendas, mas a produ��o, de fato, come�a a partir do dia 12 de maio.”
A princ�pio, a m�scara ser� comercializada em todo o Brasil, sem previs�es de exporta��o. “Estamos em uma fase que a curva de contamina��o est� se elevando cada vez mais, ent�o a demanda interna tende a ser grande nos pr�ximos vezes. Por isso, a ideia � que seja vendida para todo o Brasil, com foco nas �reas mais afetadas.”
Sim�es destaca que, cerca de 10% das m�scaras produzidas devem ser doadas. “A Elka ainda est� viabilizando, de forma, jur�dica essa doa��o, mas a ideia � que parte da produ��o seja doada para institui��es que estejam em risco iminente de contamina��o.”
* Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram