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Estado de Minas Sa�de

Terapias alternativas s�o uma sa�da para lidar com as tens�es e emo��es geradas pela pandemia

Biodan�a, musicoterapia, medita��o, ioga, florais e tantas outras terapias s�o escolhas para cuidar do corpo f�sico, emocional, mental e espiritual


10/05/2020 04:00 - atualizado 12/05/2020 16:16

"A m�sica n�o cura, mas cuida. Traz conforto, � como um abra�o, que pode levar a um momento de cura"

Marina Horta Freire, musicoterapeuta e professora da Escola de M�sica da UFMG

 

O cuidar do corpo n�o � s� f�sico e org�nico, mas emocional, mental e espiritual. E como amar � cuidar, ainda que todos estejam amea�ados pela letalidade de um v�rus at� ent�o incontrol�vel, a COVID-19, lidando com a quarentena, o isolamento social e sob a press�o de uma carga sentimental desafiadora, � fundamental procurar manter o equil�brio global da sa�de. Mais ou menos afetados pela pandemia do novo coronav�rus, em maior ou menor grau de sofrimento, a busca de al�vio a partir das terapias alternativas, energ�ticas ou hol�sticas � compreender que o ser humano � um organismo interligado, um todo, e n�o fragmentado, subdividido, independente.

 

As terapias alternativas valorizam, respeitam, reconhecem a subjetividade interior, as emo��es e pensamentos que podem afetar a sa�de do corpo. Ali�s, est�o intimamente ligadas. Muitas vezes vistas com desconfian�a, alguns alegam falta de rigor em pesquisas que apontam sua efici�ncia, o certo � que como ferramenta complementar de cuidado com a sa�de � inquestion�vel. A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e o Minist�rio da Sa�de (MS) as recomendam e o Sistema �nico de Sa�de (SUS) as define como pr�ticas integrativas e complementares (PICs), que n�o substituem o tratamento tradicional, mas s�o indicadas como suplementares, funcionam como agregadoras.

 

Todo reconhecimento leva tempo. A homeopatia, por exemplo, � uma t�cnica que existe h� mais de 200 anos e se tornou especialidade m�dica no Brasil nos anos 1980. O SUS oferece as terapias de forma integral e gratuita. O Brasil � refer�ncia mundial na �rea, pr�tica que despontou no final da d�cada de 1970 e foi validada em meados dos anos 1980. As 29 PICs dispon�veis para os brasileiros s�o: apiterapia, aromaterapia, arteterapia, ayurveda, biodan�a, bioenerg�tica, constela��o familiar, cromoterapia, dan�a circular, geoterapia, hipnoterapia, homeopatia, imposi��o de m�os, medicina antropos�fica/antroposofia aplicada � sa�de, medicina tradicional chinesa – acupuntura, medita��o, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, ozonioterapia, plantas medicinais – fitoterapia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunit�ria integrativa, terapia de florais, termalismo social/crenoterapia e ioga.

 

Iniciativa do curso de gradua��o em m�sica com habilita��o em musicoterapia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a campanha “M�sica para quem cuida” � uma a��o em apoio aos profissionais da sa�de que est�o na linha de frente no combate � COVID-19, que nasceu do projeto de extens�o “Musicoterapia hospitalar, olhares emp�ticos”, tendo � frente Marina Horta Freire, musicoterapeuta e professora da Escola de M�sica da UFMG. M�dicos, enfermeiros, fisioterapeutas, recepcionistas, seguran�as, pessoal da faxina, enfim, todos que atuam no ambiente hospitalar enviam seu pedido com a m�sica preferida para os endere�os do Instagram (@musicoterapiaufmg), Facebook (https://pt-br.facebook.com/MusicoterapiaUFMG/) ou e-mail ([email protected]) e logo recebem o presente. O Hospital da Baleia e o Jo�o XXIII j� participam.

 

N�o � presencial. O projeto divide os pedidos, grava e publica nas redes sociais. Se a pessoa n�o tiver, vai por WhatsApp ou e-mail. O v�deo � uma forma de presen�a, de levar o poder da m�sica presente em qualquer momento da vida, na alegria e na tristeza, no nascimento e na morte. “� uma maneira de incentivar e cuidar de quem cuida e passa por momentos t�o dif�ceis com a falta de abra�os, longe da fam�lia (muitos n�o est�o voltando para casa) lidando com o mais alto grau da tens�o emocional. � uma dedicat�ria musical como forma de al�vio emocional enquanto trabalham. Um jeito de conectar, de serem transportados para o espa�o extraordin�rio da m�sica. Muitos n�o seguram as l�grimas, cantam juntos, � muito bonito porque eles retratam como instantes de esperan�a e paz”, destaca a professora.

 

Marina Horta afirma que a musicoterapia ajuda as pessoas a descobrirem a identidade sonora, que � cultural e individual (gosto, hist�ria, biografia). A consequ�ncia, dentro da teoria da musicoterapia da perspectiva de estudo, � que a m�sica “n�o cura, mas cuida. Traz conforto, � como um abra�o, que pode levar a um momento de cura”. Ela explica que a pr�tica � usada para estimular a fala e a coordena��o motora da crian�a, assim como sua intera��o com o outro. Nos adultos, � ferramenta para quest�es emocionais, ainda mais afloradas com a quarentena: “Ao escolher sua identidade sonora, � poss�vel trazer lembran�as, ajudar na conex�o com pessoas que est�o longe e, se for um idoso, estimular a mem�ria”.

 

N�o importa o espa�o f�sico, Marina Horta conta que o importante � escolher a m�sica que o leva para lugares bons, com mensagens bonitas, que lembrem a fam�lia, amigos, amores, sonhos: “A m�sica provoca ativa��o cerebral, do corpo e da mente. � uma forma de express�o, � poss�vel interagir com ela ao cantar e dan�ar. Nada mais especial do que tomar consci�ncia de como cada um ouve a m�sica. Ela pode lhe fazer companhia em tudo, como pano de fundo, mas recomendo a experi�ncia e a viv�ncia de reservar um tempo do dia para estar presente na escuta”. N�o h� como viver sem m�sica. Segundo ela, nossa musicalidade � extintiva, � quest�o de sobreviv�ncia, est� presente desde o homem da caverna, no canto da m�e para o beb� no �tero. “M�sica � puls�o, express�o emocional.”

 

ACALMA A ALMA Em vez de indicar uma m�sica, a presidente do Conselho Curador da Funda��o Benjamin Guimar�es/Hospital da Baleia e professora da Escola de Farm�cia da UFMG, Raquel Virg�nia Rocha Vilela, pediu que os participantes do projeto selecionassem uma can��o para presentear os profissionais da institui��o. A can��o escolhida foi Vai ser t�o bom, interpretada por Juliana Brito, graduanda em musicoterapia e extensionista do projeto, que fala do momento atual, tem melodia suave e leva uma mensagem positiva: “� nossa dedicat�ria diante de tudo que est�o enfrentando”, conta Marina Horta.

 

Vale registar uma particularidade: o Hospital da Baleia foi constru�do durante uma outra epidemia t�o mortal quanto a do novo coronav�rus, a tuberculose. Portanto, tem no DNA a entrega de cuidar de quem precisa. H� 75 anos, a institui��o conta com a destina��o de recursos e doa��es volunt�rias para cumprir a miss�o de prestar servi�os de sa�de aos mineiros. Todos os anos, s�o mais de 600 mil procedimentos m�dicos destinados aos cidad�os de 88% dos munic�pios, a maioria vinda pelo SUS.

 

Para Raquel Vilela, a iniciativa � louv�vel porque m�sica acalma a alma. “No hospital, j� temos a musicoterapia para as crian�as em tratamento de c�ncer, t�o eficiente que chega a minimizar a dor. A m�sica atua no sistema l�mbico, respons�vel pela reprodu��o de uma s�rie de subst�ncias neurotransmissoras de al�vio, como a serotonina. O efeito � um al�vio r�pido, a sensa��o de paz interior. Ent�o, para nossos profissionais, dos m�dicos ao grupo da limpeza, � sensacional diante de toda a tens�o. Escolheram uma m�sica linda, uma melodia emocionante que � um acolhimento espiritual, alivia a ang�stia da alma para que cada um continue exercendo sua expertise.”

 

A ideia � que a a��o seja perene e n�o ocorra s� neste momento desafiador. “Mas que, no futuro, possamos levar a todos dentro do hospital. A a��o da m�sica para pacientes da hemodi�lise, uma popula��o vulner�vel, que est� ainda mais tensa, por exemplo, � real.”

Se n�o pode pedir uma m�sica para Marina Horta e toda a equipe de musicistas da UFMG que abra�aram o projeto, pode fazer a sua playlist e, em casa, ter os mesmos benef�cios. Seja curtindo com os amigos por uma live, mandando a grava��o de uma preciosidade para seu pai e a preferida da sua m�e ou, quem sabe, tocando ou cantando aquela can��o que define seu encontro de amor? S� n�o vale, lembra Marina Horta, em tempos de isolamento, invadir o espa�o do vizinho. Cada um tem um gosto, � preciso respeitar e se lembrar do outro.

 

Hoje, o Bem Viver leva aos leitores um pouco dessas pr�ticas. Muitas podem ser feitas em casa, seja seguindo um v�deo ou com o atendimento de profissionais on-line. Basta descobrir qual � a ideal (e a poss�vel) para voc� neste momento. Lembre-se, sua miss�o � cuidar de voc�, por inteiro.

 

 

(foto: Geralt Altmann/Pixabay)
(foto: Geralt Altmann/Pixabay)

 

Terapia do riso no al�vio da tens�o 

 

Rea��o involunt�ria, o riso � provocado por um sentimento �ntimo de alegria, felicidade, de satisfa��o ou prazer. Sorrir faz bem. Voc� j� deve ter ouvido por a� que “rir desopila o f�gado”, portanto, cura, � preventivo e um rem�dio sem contraindica��es. O efeito colateral � maravilhoso, pode ser contagioso. Em dias em que essa palavra s� lembra medo e dor, ser tomado por essa rea��o � o que todos deveriam desfrutar e experimentar neste momento, ainda que por um instante, em tempos t�o dif�ceis.

 

Para que o riso, o sorriso e a gargalhada estejam cada dia mais presentes na vida de cada um, Isabela Capel�o, terapeuta ericksoniana e l�der do riso, indica a chamada ioga do riso. Antes de ensinar a pr�tica, ela explica que, na Antiguidade, Arist�teles j� enxergava o riso como um exerc�cio corporal de grande valor � sa�de. “Podemos dizer que o riso tem poder de cura, porque quando rimos e gargalhamos por um determinado tempo, produzimos ou estimulamos a produ��o de uma s�rie de neurotransmissores, que s�o horm�nios do prazer e do bem-estar, como a serotonina.”

 

A ioga do riso é indicada pela terapeuta ericksoniana e líder do riso, Isabela Capelão (foto: Meus Miolos/Divulgação)
A ioga do riso � indicada pela terapeuta ericksoniana e l�der do riso, Isabela Capel�o (foto: Meus Miolos/Divulga��o)
Uma boa gargalhada causa relaxamento, com a libera��o de endorfinas na corrente sangu�- nea. Al�m disso, a risada oxigena o corpo e a mente, ou seja, movimenta todo o corpo, iniciando pelo c�rebro, que proporciona mais energia e vigor. Segundo ela, o riso movimenta cerca de 40 m�sculos da face, cabe�a e pesco�o e auxilia no equil�brio interno do organismo, provendo tanto vitalidade quanto relaxa- mento. Quem ri n�o fica doente facilmente.

 

Isabela Capel�o destaca que h� v�rios estudos que comprovam os benef�cios da risada para a sa�de. “Pesquisas cl�nicas feitas em Bangalore, �ndia e EUA provaram que o riso diminui o n�vel de horm�nios do estresse no sangue, como o cortisol. Outras colhidas pela Universidade de Maryland, em Baltimore, tamb�m nos EUA, evidenciaram que a pr�tica do riso reduz em at� 20% o tempo de interna��o.”

 

Para a terapeuta ericksoniana, o riso � uma linguagem universal, ou seja, quando sorrimos ou rimos, as pessoas entendem a mensagem. Al�m de ser uma forma de comunica��o e express�o, ele � uma maneira de aliviar as tens�es, o estresse e as emo��es negativas. As risadas ou gargalhadas geram diversos benef�cios para a sa�de f�sica, mental, emocional e para vida pessoal, social e profissional. “Podemos citar o aumento do autoconhecimento, da autoestima, da motiva��o, do bom humor, da criatividade, da resili�ncia e da capacidade de tomar decis�es. O riso � poderoso. E, como aumenta a oxigena��o do c�rebro e do corpo, torna as pessoas mais alertas, focadas, produtivas, aumentando a autoefic�cia e a efici�ncia em qualquer trabalho que for realizado.”

 

Isabela Capel�o lembra que qualquer pessoa tem a capacidade de rir, mesmo sem motivo. N�o tem segredo. Por�m, quando pratica a metodologia da ioga do riso, ela consegue manter a const�ncia e o est�mulo e rir por pelo menos 10 minutos por dia, a risada da barriga, mesmo sem vontade. Ela pode come�ar rindo tr�s minutos e vai aumentando o tempo. Pode rir em qualquer lugar: no banho, enquanto troca a roupa e se apronta ou quando est� fazendo atividades dom�sticas. Quando orientada, as pessoas come�am a praticar o riso como exerc�cio f�sico, simulando uma gargalhada at� que ela se torne real e seguem atividades estruturadas.

 

A terapeuta explica que a ioga do riso foi criada em 1995 pelo m�dico indiano Madan Kataria e est� presente em mais de 100 pa�ses: “� um conceito �nico, funciona com uma rotina de exerc�cios que combina a respira��o da ioga com o riso incondicional, ou seja, rir sem motivo, sem depender de piada ou com�dia. S�o t�cnicas de aquecimento, movimentos corporais, contato visual, exerc�cios do riso e de respira��o, sons, palmas, gargalhadas, brincadeiras e relaxamento. Combinam exerc�cios do riso abdominal com a respira��o da ioga. Baseia-se no fato cient�fico de que nosso c�rebro n�o diferencia imagina��o da realidade e dessa forma, os risos simulados dos reais. A atividade contempla exerc�cios simples e prazerosos que proporcionam risadas, desbloqueio de emo��es e das sensa��es que ficaram registradas no corpo”.

 

Em depoimento pessoal, Isabela Capel�o revela que vem da �rea de exatas, portanto, com perfil c�tico e sem disposi��o para m�todos alternativos e tera-p�uticos. Ela acreditava que a seriedade impunha respeito, mas descobriu que inibia a aproxima��o dos outros. No ambiente social, ela era sempre engra�ada e descontra�da, por�m no profissional nem sorria. “Depois de sofrer um AVC, comecei a me dedicar �s t�cnicas para aumentar a qualidade de vida, foi ent�o que passei a sorrir mais e me entregar de forma positiva e espont�nea � vida, sentindo na pele os benef�cios. E me encontrei na ioga do riso, terapia na qual sou certificada pela Laughter Yoga University, do dr. Madan Kataria.”

 

SOFRIMENTO � importante dizer que h� quem sorri de nervoso, uma rea��o do corpo diante do desespero de uma situa��o ou mesmo uma forma de aliviar a tens�o. “Embora o riso esteja atrelado ao bem-estar, pode se manifestar de diferentes maneiras, como prote��o de um sofrimento que o afeta. Ou seja, um artif�cio por meio do qual se torna toler�vel determinado sofrimento. Assim, � importante identificar o que esse riso est� tentando encobrir e o quanto isso impacta a vida. Os problemas s�o invertidos, ou seja, saem do tr�gico, que ocasiona o choro, para o c�mico, que leva ao riso.” A terapeuta lembra que quem nutre pensamentos negativos, reclama��es e mau humor costuma ser mais vulner�vel a doen�as f�sicas e emocionais.

 

Isabela Capel�o destaca que o fil�sofo Kant disse que apenas tr�s coisas podem realmente fortalecer o homem contra as atribula��es da vida: a esperan�a, o sono e o riso. A risada � indispens�vel para o bem-estar das pessoas. Enquanto elas conseguem rir, a situa��o deixa de se tornar uma amea�a iminente e passa a ser uma forma de enfrentar as adversidades e as dificuldades ocasionadas, por exemplo, pelo isolamento social. “O riso aumenta a resili�ncia e a criatividade, ou seja, ajuda a criar um estado mental positivo para lidar com situa��es adversas e negativas, proporcionando esperan�a e oti- mismo. Ele conecta as pessoas, � uma maneira de relacionar-se e tornar os la�os mais profundos e verdadeiros.”

 

Conforme a terapeuta, � poss�vel praticar a ioga do riso on-line diante da necessidade atual. O riso � contagioso. Estamos propensos a rir mais quando estamos em contato com outras pessoas, por�m nada impede praticar a medita��o do riso, que � feita sozinha. “� recomend�vel para todos da fam�lia, idosos e crian�as tamb�m. Salvo algumas exce��es, como gr�vidas, pessoas com problemas card�acos, epilepsia, incontin�ncia urin�ria, glaucoma, h�rnia, rec�m-operados ou com os sintomas da COVID-19.” 

 

Um pequeno guia da ioga do riso para iniciantes

 

  1. Os l�deres da ioga do riso utilizam o seguinte lema: “Finge, finge, at� que atinge!”. � o primeiro passo. Ou seja, estar dispon�vel para rir sem ter motivo. E, ent�o, o riso vai aumentando, virando uma gargalhada at� fluir naturalmente.
  2. Comece com uma gargalhada, ou seja, um sorriso largo, boca aberta, intenso, emitindo um som, olhando para cima e fazendo a risada da barriga, ou seja, usando o abd�men. Batendo palmas, dizendo e rindo ho-ho/ha-ha-h� repetidas vezes.
  3. Se tiver com a fam�lia em casa, fa�am isso todos juntos, com contato visual, simula��es simples, brincadeiras. Por exemplo, como se tivessem recebido um telefonema de algu�m falando algo muito engra�ado. Esse � o momento de usar a criatividade, deixar o esp�rito infantil vir � tona e n�o julgar.
  4. A princ�pio, pode parecer estranho, mas depois todos se acostumam, sobretudo quando come�am a usufruir dos benef�cios.
  5. Para continuar sua descoberta e se inspirar acesse: 
  6. https://www.meusmiolos.com.br/blog/tag/yoga-do-riso-isabela-capelao/
  7.  

     

 

Instrutora de ioga, Maria José Marinho diz que o momento atual deve servir para evoluirmos sem medo(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Instrutora de ioga, Maria Jos� Marinho diz que o momento atual deve servir para evoluirmos sem medo (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

 

Sempre h� algo a fazer

 

A pr�tica da ioga tem sido o norteador da caminhada de vida da professora Maria Jos� Marinho, yogueterapeuta e reiki m�ster h� 58 anos. Com generosidade, ela garante que, enquanto n�o � poss�vel mudar tudo o que est� ocorrendo por causa da COVID-19, todos podem usar t�cnicas para amenizar, suplantar e evoluir diante desta situa��o: “O momento atual deve servir para evoluirmos sem medo, mas com uma inabal�vel vontade de manter um esfor�o coletivo para a reconstru��o de um mundo melhor – com o ahimsa (a n�o viol�ncia) e o dharma, � a valoriza��o do trabalho para construir um grande celeiro para juntos edificarmos a paz mundial”.

 

Maria Jos� Marinho enfatiza que a pr�tica regular da ioga ou medita��o pode acalmar a ansiedade e reduzir o p�nico, permitindo-nos manter a mente clara e seguir as diretrizes descritas pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). As t�cnicas de respira��o tamb�m ajudam a manter o sistema respirat�rio forte e aumenta a imunidade. A ioga nos d� algo para fazer quando todo o resto � desligado. Pode ser praticada em qualquer lugar e cada um pode manter a pr�tica por conta pr�pria ou experimentar on-line.

 

Ela explica que a ioga, palavra que vem do s�nscrito e significa uni�o do Eu individual com o Eu universal, � a ci�ncia da sa�de perfeita, a uni�o da sa�de do corpo e da mente para uma maior expans�o do esp�rito, muito mais do que apenas uma forma de se exercitar. “A somatiza��o dos estados psicol�gicos ou emocionais alterados sobre o corpo f�sico � clara nos estudos de medicina atual, mas j� eram conhecidos h� 5 mil anos pelos praticantes da ioga, que buscaram a harmonia interior para ter sa�de. As pr�ticas s�o compostas de exerc�cios respirat�rios, f�sicos e de relaxamento.”

 

A professora destaca que a ioga ensina a pessoa a usar o pensamento: “O pensamento cria as emo��es, as emo��es influem poderosamente no sistema glandular; o sistema glandular rege nosso corpo e o fisiologismo, que por sua vez, influencia no psiquismo e aqui est� o que somos no momento: triste ou alegre, saud�vel ou doente. Ent�o, � importante saber usar o pensamento, ser positivo e n�o banal. Acreditar na for�a do bem, na capacidade criativa do ser, na mudan�a extraordin�ria da consci�ncia mundial voltada para o bem.” Ela conta que durante s�culos, a ioga tem sido modo de vida da �ndia. “O mix de pr�ticas, disciplinas f�sicas, mentais e espirituais mant�m as pessoas fortes em todos os sentidos. Com os casos de COVID-19 aumentando, o primeiro-ministro Narendra Modi compartilhou a rotina de exerc�cios f�sicos na TV e solicitou que todos pratiquem ioga para permanecer em forma durante a quarentena.”

 

Para quem nunca praticou, a professora recomenda come�ar com uma leitura sobre a ioga ou um curso on-line de forma��o EAD para iniciantes: “Temos uma literatura vasta sobre o assunto na internet, sobre a filosofia Yogue, sobre a vida dos grandes mestres e seus ensinamentos. E tamb�m assuntos relacionados, o que trar� imenso alento a todos, j� que ensina a viver o momento presente. J� ioga como exerc�cio f�sico deve ser praticada inicialmente com instrutores formados. Temos aulas on-line disponibilizadas para todos nos canais da Escola de Yoga Ponto de Equil�brio.”

 

Quanto � medita��o, Maria Jos� Marinho afirma que quem nunca praticou ioga pode come�ar a meditar por exigir t�cnicas mais simples que trar�o imensos benef�cios, como desenvolver a concentra��o e a intui��o: “A medita��o tem sido um instrumento maravilhoso at� para a medicina. E cinco minutos por dia j� � �timo”. Como meditar? Sente em um lugar tranquilo, janelas abertas, coluna ereta, olhos fechados suavemente e comece a respirar suavemente. Sente que o lugar � cheio de energia, de luz, inspira, expira, suavemente. “Quando a respira��o entra em voc� ela traz energia c�smica, Prana, uma forma de energia que vem do Sol. Uma onda de energia que abastece as atividades superiores mentais, emocionais e mentais.

 

Maria Jos� Marinho compartilha com os leitores do Bem Viver sua rotina desde que a quarentena e o isolamento social passaram a fazer parte da sua vida e de todos n�s. Voc� pode adotar todas as pr�ticas ou incluir algumas no seu dia a dia.

 

Come�ando o dia: abra os bra�os de modo bem amplo, abra seu cora��o e afirme: “’Estou aberto e receptivo, hoje tenho todo o bem e a abund�ncia do universo, na infinidade da vida em que estou, tudo � belo e harmonioso e hoje � um dia maravilhoso e escolho viv�-lo muito bem”. Isso cria na mente um programa para viver o dia com mais certeza e positividade.


A respira��o: minha principal indica��o � come�ar o dia com a pr�tica do “Pranayama”’, a s�rie de exerc�cios respirat�rios da ioga, pr�tica que oxigena o c�rebro, programando uma renova��o  celular e acalma a ansiedade que surge em situa��es de estresse que estamos vivendo. A narina direita est� ligada � mente e a esquerda �s emo��es. O exerc�cio respirat�rio vai equilibrando todo o sistema nervoso, os estados de ang�stia v�o se transformado em estados de paz, harmonia e amor. Uma dica importante � manter as vias a�reas e a garganta limpas.

 

As posturas (Asanas): as posturas, para quem j� conhece e pratica – mesmos os iniciantes –, devem vir na sequ�ncia exercitando cada m�sculo e tonificando os �rg�os. O que ser� muito bom para quem est� trabalhando on-line, em home office. Finaliza com um relaxamento total. Lembre-se de que quem tem problemas de coluna deve evitar as pr�ticas.

 

O conhecimento: t�o importante como respirar � o conhecimento, o que vai levar a pessoa � evolu��o, a errar menos, desenvolver mais, ter mais possibilidades de conduzir a vida de maneira tranquila e serena. 

 

 

Daniel Costa, especialista em bases de medicina integrativa pelo Albert Einstein, afirma que há ótimos resultados de tratamento a distância(foto: Arquivo Pessoal)
Daniel Costa, especialista em bases de medicina integrativa pelo Albert Einstein, afirma que h� �timos resultados de tratamento a dist�ncia (foto: Arquivo Pessoal)
 

 

Abrir espa�o para o bem-estar

 

Nem todas as terapias alternativas prescindem da presen�a de um terapeuta e mesmo da necessidade de equipamentos. Podemos pensar na acupuntura, a presen�a de um profissional � indispens�vel. No entanto, h� outras pr�ticas em que o atendimento on-line � poss�vel e efetivo, o que, neste momento de confinamento por causa da pandemia do novo coronav�rus, � uma maneira para colaborar com a manuten��o da qualidade de vida das pessoas, proporcionando a diminui��o da ansiedade, fortalecimento da imunidade, controle da depress�o e da ang�stia, abrindo espa�o para o bem-estar.

 

Daniel Alan Costa, especialista em bases de medicina integrativa pelo Albert Einstein, professor de fitoterapia na USP, naturopata e acupunturista, membro da World Federation Chinese Medicine Societies (WFCMS), destaca que h� �timos resultados de tratamento a dist�ncia: “Depois de uma avalia��o, tanto cromoterapia quanto a fitoterapia podem ser feitas em casa. O paciente consegue fazer o tratamento indicado e colocar em pr�tica no dia a dia. Ao tratamos remotamente � essencial receber a autoriza��o. A radiestesia tamb�m � poss�vel. Como cada gr�fico tem uma funcionalidade, basta a libera��o do paciente para que o terapeuta aja e ative o campo energ�tico”.

 

Para o naturopata, terapias como a cristaloterapia e os florais de Bach podem ser receitadas depois de uma sess�o de anamnese on-line. Mas ele alerta que, em todas as t�cnicas, � sempre importante consultar um especialista, fazer a avalia��o. “No consult�rio, � poss�vel verificar sintomas f�sicos como tom de voz, postura, express�es faciais e corporais e at� mesmo avaliar sinais no pulso e na l�ngua do paciente, segundo a Medicina Tradicional Chinesa. J� quando atendemos a dist�ncia, precisamos contar com a autoriza��o e com a disponibilidade da pessoa para receber as orienta��es e seguir o tratamento da forma correta.”

 

AROMAS Quem diria que o perfume exalado pelas plantas teria propriedades terap�uticas. A aromaterapia ganhou reconhecimento por meio do qu�mico franc�s Ren� Maurice Gattefosse em 1928, embora sua origem seja bem mais antiga. De um acidente em seu laborat�rio, com queimaduras nas m�os, ele tratou as feridas com �leo essencial de lavanda, depois que os rem�dios tradicionais n�o traziam resultado. Ele se curou por causa das propriedades antiss�pticas e cicatrizantes da lavanda. Foi a� que Ren� foi atra�do pelo poder dos �leos essenciais, das subst�ncias qu�micas produzidas pelos vegetais e, em 1937, publicou o livro Aromath�rapie com todas as suas descobertas, fruto da observa��o cl�nica. Por��es arom�ticas capazes de restabelecer o equil�brio das pessoas de forma integral.

 

Com diferentes prop�sitos, muitas pessoas s�o adeptas da aromaterapia. A farmac�utica industrial, perfumista e psic�loga Ana Volpe revela que o uso aromaterap�utico dos �leos essenciais e at� mesmo de ervas frescas pode ser grande aliado durante a quarentena. Pensando nisso, ela selecionou duas especiarias de f�cil acesso durante esse per�odo, que todos podem usar. “Nada mais familiar do que o cravo e a canela. Para melhor aproveitar a propriedade arom�tica, basta esfregar, macerar ou quebrar essas especiarias e mant�-las pr�ximas, de forma a sentir seu aroma e para obter seus benef�cios. Quem tem o �leo essencial, pingar 20 gotas dissolvidas em �gua em um difusor. Sugiro utilizar separadamente e de acordo com a necessidade.”

 

A farmacêutica e perfumista Ana Volpe diz que o óleo de cravo estimula a concentração, foco, energiza e desobstrui os sete chacras(foto: Marcus Leoni/Divulgação )
A farmac�utica e perfumista Ana Volpe diz que o �leo de cravo estimula a concentra��o, foco, energiza e desobstrui os sete chacras (foto: Marcus Leoni/Divulga��o )
Ana Volpe explica que o �leo de cravo estimula a concentra��o, foco, energiza e desobstrui os sete chacras. “Instiga quem o usa a fazer as coisas acontecerem, avan�ar e seguir em frente. Especial para quando estamos com medo de enfrentar ou aceitar uma situa��o. Pode ser �til quando precisamos de um toque de inspira��o para resolver um problema ou uma situa��o. Al�m disso, ele � �timo para usar em casa ou trabalho afastando toda a negatividade e protegendo o ambiente. Excelente para manter o foco.”

 

J� no aspecto emocional e vibracional, o �leo de canela � conhecido por aquecer os cora��es, trazendo aconchego, ado�ando a vida e protegendo o campo �urico. “� bastante utilizado nesta �poca do ano, por ter tamb�m em seu aspecto vibracional a caracter�stica de atratividade, sendo muito usado para atrair prosperidade, boa sorte, amor e sucesso.” Ela destaca que os �leos essenciais ajudam a tranquilizar, equilibrar, intensificar a serenidade e at� mesmo contribuem para uma sensa��o de melhor respira��o ao ser usados em difusores.

 

Daniel Alan Costa tamb�m destaca a aromaterapia, t�cnica que pode ser aplicada em casa pelo pr�prio paciente, atuando individualmente ou no ambiente todo, para tratar a fam�lia por completo. Pode ser usada para acalmar, estimular e at� para melhorar a imunidade do grupo. Ele explica que a lavanda (Lavandula angustif�lia) tem a��o calmante e uso comprovado para dor de cabe�a, agita��o, TPM, c�licas menstruais, ansiedade e depress�o, que tamb�m s�o causas da ins�nia. Para indiv�duos mais irritados, ou que vivem em ambientes estressores, ele indica os �leos de mandarina, bergamota e laranja doce.

 

H� tamb�m �leos com forte a��o calmante que auxiliam no tratamento da ins�nia: camomila romana, valeriana, manjerona, ylang-ylang e manjeric�o. “Temos o �leo de patchouli, cedro, menta arvensis, eucalipto, que, al�m de auxiliar na falta de concentra��o, alivia a ansiedade em condi��es relacionadas ao estresse.”

 

No entanto, Daniel Alan Costa faz um alerta: “As propriedades harmonizadoras dos �leos essenciais v�o oferecer um equil�brio f�sico, mental e emocional duradouros. Mas � importante lembrar que eles n�o podem ser usados diretamente na pele. Nesse caso, a sugest�o � inalar o aroma profundamente direto do vidro ou utilizar os colares aromatizadores individuais. Tamb�m podem ser usados em difusores para a casa estendendo o efeito para todos os integrantes da fam�lia, incluindo os animais”.

 

 

Fique por dentro

 

Se voc� n�o est� familiarizado com muitas dessas terapias, Daniel Alan Costa, diretor da Escola Brasileira de Naturopatia, explica resumidamente as t�cnicas e os benef�cios de algumas delas

 

 

  1. Cromoterapia: tratamento complementar que utiliza ondas emitidas pelas cores que, atuando nas c�lulas, melhoram o equil�brio entre o corpo e a mente, sendo que cada cor apresenta uma fun��o terap�utica diferente.

  2.  Fitoterapia: estuda as plantas medicinais e suas aplica��es na cura das doen�as. Com propriedades calmantes, para ajudar a diminuir a ansiedade e a dormir bem, alguns ch�s s�o recomendados: erva-cidreira, erva-doce, macela, passiflora, camomila, mulungu e valeriana. O mulungu (Erythrina velutina), tamb�m conhecido como canivete, bico-de-papagaio e corticeira, � uma planta medicinal eficaz no tratamento de problemas psicol�gicos relacionados ao estresse. Na Alemanha, na Gr�-Bretanha e em outros pa�ses europeus, a valeriana � aprovada por autoridades m�dicas como uma planta que auxilia o sono. J� a passiflora � mais conhecida por seu fruto, o maracuj�. A Passiflora edulis (maracuj� roxo), a Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg. (maracuj� amarelo) e o Passiflora alata (maracuj� doce) estimulam a libera��o de horm�nios que levam ao relaxamento e sensa��o de bem-estar. Por isso, a planta � ben�fica em casos de ins�nia e ajuda a evitar a depress�o devido � sensa��o de bem-estar.

  3. Cristaloterapia: a terapia com os cristais consiste em equilibrar os corpos energ�ticos sutis e, em consequ�ncia disso, o corpo f�sico tamb�m entra em equil�brio, j� que um influencia o outro. Existem diversas formas de trabalhar terapeuticamente com os cristais. A mais comum � por meio da disposi��o de cristais sobre o corpo, que pode ser sobre a �rea a ser tratada ou sobre chacras, importantes centros de energia que regulam em n�veis mais sutis a nossa sa�de. Podemos ainda ter o uso de elixir de cristais, que � a prepara��o de �gua potencializada com a energia dos cristais. Exemplos: a ametista, pedra b�sica do s�timo chacra, � a pedra da medita��o e transmuta��o, do autodom�nio e do relaxamento. Proporciona estabilidade e clareza de pensamento. Atua como calmante e integra os sistemas do corpo. A pirita ajuda no tratamento de depress�o, liberta de medos e frustra��es, reduz a ansiedade.

  4. Florais de Bach: os florais de Bach promovem al�vio por meio de f�rmulas naturais. Trazem melhoras em tratamentos no �mbito emocional, ajudando quem passa por problemas como a ansiedade. Consultar um terapeuta � importante para ter uma f�rmula personalizada que atenda da melhor maneira � situa��o atual do paciente. A combina��o de florais chamada rescue tem a fun��o de agir r�pido para al�vio emocional e pode ser usada em situa��es nas quais a pessoa precisa restabelecer o equil�brio emergencialmente.   

 


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