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Estado de Minas Sa�de mental

Crian�as podem sofrer com isolamento social

Em meio � pandemia do novo coronav�rus, os pequenos ficam muito mais vulner�veis ao agravamento ou aparecimento de dist�rbios psicol�gicos. Especialista explica como agir


07/06/2020 04:00


 
J�ssica Mayara*

De acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), cerca de 86% dos brasileiros sofrem com algum tipo de transtorno mental, como depress�o ou ansiedade. Ainda segundo a entidade, os dist�rbios psicol�gicos se desenvolvem, normalmente, na inf�ncia.

Em meio ao isolamento social, medida protetiva no combate � COVID-19, o medo e a incerteza tendem a provocar sensa��es diferentes das habituais, tendo em vista as mudan�as de rotina e a presen�a de um novo v�rus potencialmente letal.

Nesse contexto, o psiquiatra da Cl�nica Mangabeiras Renato Ferreira Ara�jo aponta que crian�as, independentemente da faixa et�ria, apresentam maior predisposi��o para desenvolver quadros de depress�o ou ansiedade. “As crian�as, muitas vezes, n�o verbalizam o que sentem. Dessa forma, acabamos negligenciando o que pode estar acontecendo em seu �ntimo.”
 
(foto: Adriana Porto/Divulgação)
(foto: Adriana Porto/Divulga��o)

"As crian�as, muitas vezes, n�o verbalizam o que sentem. Dessa forma, acabamos negligenciando o que pode estar acontecendo em seu �ntimo"

Renato Ferreira Ara�jo, psiquiatra da Cl�nica Mangabeiras

 
No entanto, Renato Ara�jo pontua que as consequ�ncias variam, a depender da idade. Isso porque, segundo o especialista, crian�as maiores tendem a sentir mais falta da rotina anterior ao isolamento social, visto que, provavelmente, j� frequentavam a escola e tinham atividades fora do �mbito familiar. A necessidade de aus�ncia de contato com outras crian�as tamb�m pode interferir nesse quesito. J� as mais novas, com menos de 3 anos, que ainda est�o no per�odo pr�-escolar, sofrem menos mudan�as no que diz respeito � rotina, pois normalmente j� ficam em casa com maior frequ�ncia.

O psiquiatra ressalta, ainda, que crian�as com hist�rico de quadros de ansiedade ou demais transtornos psicol�gicos podem ser mais suscet�veis a desenvolver problemas de sa�de mental, de forma geral. “Essas crian�as costumam ter na escola a imagem de ambiente seguro, ao ter contato com outras pessoas e atividades capazes de entret�-las. Al�m disso, um lar ca�tico pode ser crucial, de forma negativa, neste contexto, visto que o local tido como protegido anteriormente n�o ser� mais um ref�gio.”

SINAIS Ara�jo destaca que alguns ind�cios de tristeza ou demais emo��es podem ser percebidos, pelos pais ou respons�veis, no comportamento das crian�as. E afirma ser importante reconhecer as atitudes em excesso, que se diferenciam das tidas como costumeiras. “Ao ficar mais ansiosa, uma pessoa tende a ter uma conduta sem nenhuma semelhan�a com o habitual, podendo, assim, agir de forma mais opositora, irritada, triste e isolada. Al�m disso, o padr�o de sono se altera, gerando dificuldade em adormecer e provocando ins�nia. Com as crian�as n�o � diferente. � importante que esses fatores sejam levados em considera��o.”

Por isso, o psiquiatra indica o di�logo como um recurso para identificar e falar com as crian�as sobre o que sentem e o que pode vir a justificar o novo comportamento. “Ouvir � muito importante.”

A partir disso, Ara�jo ressalta que � preciso validar os sentimentos das crian�as, escut�-las e compreend�-las. “Se a crian�a est� triste ou chorando, as pessoas costumam dizer que � ‘bobeira’ e negligenciar o que ela de fato sente. � preciso procurar entender o que se passa pela cabe�a da crian�a e considerar v�lido todo sentimento que ela demonstrar.”

Outro aspecto importante na conversa, de acordo com o especialista, � a explica��o do ocorrido � crian�a, sem ocultar os fatos, mas com cautela. � necess�rio falar sobre o cen�rio atual. Por isso, � preciso falar sobre o v�rus, mesmo que este seja um ‘bichinho’, no caso daqueles que n�o entendem bem ainda sobre todos os assuntos. E mostrar a elas como se proteger. Al�m disso, a realiza��o de atividades em conjunto e a cria��o de uma rotina podem contribuir para amenizar as consequ�ncias geradas pelo isolamento social. “Uma crian�a sofre muito sem rotina.”

TERAPIA Ara�jo afirma que o acompanhamento psicol�gico tamb�m pode ajudar neste momento, mesmo que a dist�ncia, a considerar a necessidade de que essas crian�as permane�am em casa. “Um especialista sempre pode ajudar a lidar com os sentimentos. E as crian�as sentem menos vergonha e s�o muito mais flex�veis que os adultos. Portanto, elas falam sobre o que sentem e se adaptam rapidamente a mudan�as. Ent�o, atendimentos psicol�gicos, seja on-line ou por telefone, s�o superv�lidos para as crian�as nessa fase.”

*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram


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