Clareamento dental de forma segura

A proposta de ter dentes brancos de forma r�pida, indolor e sem custos muito altos fez o clareamento � base de carv�o ativado se tornar um dos m�todos mais utilizados. No entanto, a Associa��o Brasileira de Odontologia (ABO) repudia o uso desse produto, visto que n�o h� comprova��es cient�ficas ou protocolos publicados que mostrem benef�cios ou resultados satisfat�rios associados a tal. Al�m disso, alguns riscos quanto ao uso do clareador j� s�o comprovados, como a perda de prote��o dos dentes e a sensibilidade.

O carv�o ativado � comercializado em c�psula, ingerido diariamente em torno de dois comprimidos, e em p�, usado na escova��o duas a tr�s vezes ao longo do dia. O dentista Adriano Rafael explica que o produto � altamente corrosivo e capaz de desgastar a superf�cie com a qual tem contato, propiciando a deteriora��o do esmalte do dente e aumentando a probabilidade de dor e sensibilidade. “Se a pessoa tiver restaura��es, elas podem ficar pigmentadas, deixando a colora��o em tons diferentes. E esses malef�cios podem ser percebidos em pouco tempo de uso”, completa. A aplica��o desse tipo de clareamento n�o � feito em consult�rios, apenas de forma caseira.

O jornalista Shandiney Miranda, de 24 anos, relata que o p� de carv�o foi indica��o de familiares e que, por curiosidade, fez uso. Seguindo as recomenda��es recebidas, Miranda aplicava o produto nos dentes uma vez por semana, antes de dormir. Os resultados n�o apareceram. “Os meus dentes sempre foram claros, mas n�o extremamente brancos. E, com esse carv�o, a �nica diferen�a mesmo que eu percebi � que a boca fica preta durante a escova��o, mas aquela promessa inicial de deixar o dente branquinho, nada”, conta.

Apesar de o jornalista n�o ter tido danos mais graves na arcada dent�ria, isso pode acontecer e, em casos como esses, � necess�rio realizar um tratamento para recuperar a sa�de dos dentes. As formas de revers�o do malef�cio causado pelo uso do carv�o ativado dependem da gravidade do dano. “Caso o paciente tenha feito uso do carv�o por pouco tempo, � prov�vel que o dentista receite um tratamento caseiro com indica��o de creme dental com fluoreto ou, com a prescri��o devida, de antiss�ptico bucal e gel de fluoreto”, afirma.

Ainda, para a remineraliza��o natural dos dentes � indicado, tamb�m, o consumo de alimentos ricos em vitamina D, como couves, escarola e espinafre, e suplementos de c�lcio. Quando o dano � mais profundo, Adriano explica que o procedimento � feito atrav�s da aplica��o de uma concentra��o maior de fl�or, al�m do uso de resinas e lentes de contato. “As lentes, conhecidas como facetas de porcelana, s�o coladas na parte frontal dos dentes, cobrindo falhas, lascas e desgastes, evitando uma eros�o maior”, elucida. Em situa��es nas quais n�o � poss�vel reverter os danos, � necess�rio recorrer � reconstru��o dent�ria por meio da coloca��o de coroas.

 

 

dentista

 

Para fazer o clareamento de forma segura, o dentista explica que h� duas formas. Uma delas � realizada em consult�rio, � base de per�xido de hidrog�nio. “Essa � uma t�cnica mais r�pida. Em duas ou tr�s sess�es j� � finalizada”, pontua. H� ainda uma op��o caseira feita com carbamida. “O produto � colocado em um molde, produzido por um cirurgi�o-dentista, mas � utilizado e aplicado pelo paciente, em casa, ap�s a escova��o, durante um per�odo indicado para cada pessoa”, explica. Todos esses m�todos necessitam de acompanhamento odontol�gico.

Al�m disso, para manter os resultados, uma boa escova��o, uso do fio dental e enxaguante bucal s�o grandes aliados. Adriano Rafael alerta que a limpeza ap�s as refei��es � fundamental, bem como evitar dietas com alta concentra��o de alimentos e bebidas pigmentadas, como energ�ticos, refrigerantes, caf�s, ch�s, chocolates, vinhos, molho de tomate e molho shoyo. Ao ingerir alimentos como esses, a limpeza deve ser feita logo em seguida. Evitar o tabagismo e dar prefer�ncia a vegetais crus tamb�m � essencial.

A necessidade de repeti��o do procedimento de clareamento dental varia de paciente para pa- ciente. “O que recomendamos,  enquanto especialistas em sa�de bucal, � que o tratamento n�o seja feito mais de duas vezes ao longo do ano, para evitar problemas com sensibilidade.”