
“O casamento � o momento mais importante da hist�ria do casal, um marco. Adiar este sonho, por tempo indeterminado e sem saber como ser� a vida p�s-pandemia � uma medida muito extrema e pode gerar sofrimento e frustra��o. O ideal � achar o equil�brio”, diz o celebrante de casamentos Diogo Gasparini Barbosa Heller, de 38 anos, ao comentar a escolha de muitos noivos por adaptar a cerim�nia matrimonial e celebrar o amor, mesmo em meio � pandemia.
No entanto, Gasparini destaca que, para alcan�ar o equil�brio necess�rio para que o casamento seja realizado, � necess�rio analisar as op��es no mercado, respeitar todas as medidas de isolamento e protocolos sanit�rios e utilizar a menor estrutura poss�vel, tanto no �mbito de decora��o e convidados, quanto do ponto de vista de profissionais.
“Neste contexto, h� alternativas que respeitam o que a situa��o exige e d�o a op��o de a cerim�nia ocorrer, mesmo com as restri��es, com toda a m�stica e sentimento que a envolve. Isso porque o mercado de casamento � muito ativo e novos formatos de celebra��o e rituais surgem constantemente. E, em meio � pandemia, o recomendado � que o matrim�nio seja realizado de forma intimista”, pontua.

Sendo assim, o celebrante de casamentos destaca que o modelo home wedding tende a ser uma tend�ncia. Assim como sugere sua tradu��o literal – casamento em casa –, esse tipo de evento � realizado em ambiente domiciliar, para poucas pessoas e com uma decora��o minimalista.
J� o micro wedding, traduzido para o portugu�s como casamento micro, segue o pressuposto de uma celebra��o pequena e com poucos convidados, mas se difere da cerim�nia realizada em casa por ser, normalmente, feita em local aberto, como s�tios e campos, ou pequenos sal�es. Nesse tipo de evento, h� toda a estrutura de um casamento convencional.
“H� tamb�m o elopment wedding, conhecido como fugir para casar. Esse termo tem origem em uma pr�tica do s�culo 13, na qual os amantes fugiam para que pudessem realizar o casamento, em decorr�ncia de desaven�as fami- liares.
Nesse tipo de cerim�nia, os noivos viajam para um lugar, onde se casam com a presen�a somente do celebrante e do fot�grafo, al�m do casal. Esse modelo tem sido adaptado, a fim de contar com a presen�a dos pais e padrinhos.”
Nesse tipo de cerim�nia, os noivos viajam para um lugar, onde se casam com a presen�a somente do celebrante e do fot�grafo, al�m do casal. Esse modelo tem sido adaptado, a fim de contar com a presen�a dos pais e padrinhos.”
� o que pretendem fazer a analista financeira Bruna Dayana de Souza Rocha, de 28, e o empres�rio Thiago Roquette Couto, de 35. Esse formato, segundo relatos dos noivos, vem ganhando espa�o nos cora��es de ambos, desde que a ideia de um casamento simples, mesmo diferente do casamento convencional, se tornou insegura por conta da COVID-19.

“Nos casaremos em novembro, mas ainda n�o temos data estabelecida e alguns detalhes ainda est�o sendo decididos, como o local onde ser� realizada a cerim�nia. Mas, � esse o modelo escolhido, intimista e com a adapta��o para a presen�a de nossos pais, pois n�o queremos adiar a cerim�nia para o pr�ximo ano”, conta o casal.
VALIDA��O CIVIL
O casamento com valida��o civil tamb�m sofreu algumas adapta��es. Nesse contexto, o casamento on-line ganhou espa�o. � feito por meio de uma plataforma de streaming, na qual o celebrante pode realizar a cerim�nia mesmo estando em outra localidade. � o que t�m feito alguns cart�rios do Brasil, a fim de conter as aglomera��es e realizar os pedidos de casamento dentro da data prevista.
Helo�sa Heleno Galeno Coutinho, de 40, e Welton Adriano de Souza, de 36, foram os primeiros a realizar esse tipo de celebra��o em Minas Gerais. Isso porque o casamento entre a cabeleireira e o cuidador de idosos seria realizado somente em car�ter civil, para futuramente ser celebrado no religioso.
“Ficamos 30 dias aguardando o contato do cart�rio. Tentamos, por algumas vezes, falar com eles, mas a resposta que obt�nhamos era de que ainda n�o havia previs�es de quando as atividades seriam retomadas normalmente. Em um belo dia, quando tentamos o contato, eles nos fizeram a oferta de nos casar on-line. E n�s topamos.”

Os preparativos come�aram a ser pensados, pois a cerim�nia n�o poderia ser realizada na casa de Helo�sa, onde a princ�pio seria. A escolha se deu pela igreja na qual a noiva congrega.
“Os pastores abriram a igreja para n�s, a fim de que nos cas�ssemos l�, sem a presen�a de ningu�m. Apenas n�s dois e eles, que foram nossas testemunhas. Na hora do casamento, tivemos um pequeno contratempo, pois o computador que seria a fonte para o contato com o juiz n�o funcionou. Ent�o, com a orienta��o do cart�rio, baixamos um aplicativo e nos casamos pelo celular”, relata.
“Os pastores abriram a igreja para n�s, a fim de que nos cas�ssemos l�, sem a presen�a de ningu�m. Apenas n�s dois e eles, que foram nossas testemunhas. Na hora do casamento, tivemos um pequeno contratempo, pois o computador que seria a fonte para o contato com o juiz n�o funcionou. Ent�o, com a orienta��o do cart�rio, baixamos um aplicativo e nos casamos pelo celular”, relata.
Helo�sa e Welton destacam que, apesar de ser esse um formato diferente e inovador, eles puderam trocar o sim e as alian�as relembrando a forma como se conheceram: virtualmente. “Nos conhecemos por meio das redes sociais e nos casamos assim. E, foi lindo. Estamos muito felizes e bem realizados com tudo o que tem acontecido em nossa vida.”
Momento eternizado pela internet
Ma�li de Assis Magalh�es Andrade, de 23 anos, e Cau� Araujo de Andrade, tamb�m de 23, contam que ao comunicar ao fot�grafo que realizaria as fotos de seu casamento que a data do casamento seria adiada, este lhes contou sobre um casamento on-line que ele realizaria, junto com um grupo de outros fornecedores. No entanto, para a iniciativa dar certo, eles ainda precisavam de um aspecto muito importante: os noivos.
“No primeiro momento, sentimos medo. Para que isso funcionasse, precisar�amos adiantar a data inicial do nosso casamento, que seria em setembro deste ano. Mas quando conversamos sobre a ideia em quest�o, percebemos que faria sim, muito sentido para n�s. E, ent�o, aceitamos a proposta.”

"O mercado de casamento � muito ativo e novos formatos de celebra��o e rituais surgem constantemente. E, em meio � pandemia, o recomendado � que o matrim�nio seja realizado de forma intimista”
Diogo Gasparini Barbosa Heller, celebrante de casamentos
Neste novo cen�rio, os noivos relatam que todos os elementos a serem escolhidos e or�ados ficaram por conta da assessoria dos fornecedores, restando para eles, apenas, a miss�o de escolher aquilo que mais lhes agradava, como cores e modelos. E ent�o, em 20 de junho deste ano, mais precisamente �s 15h, os noivos celebraram o amor, em uma transmiss�o ao vivo, realizada no YouTube.
“Apesar de no dia ter somente oito convidados, pois eram somente nossas fam�lias e o celebrante, nos sentimos muito amados pelos colegas, amigos e at� mesmo familiares que n�o puderam estar no dia. Com certeza, � um novo normal e nos adaptamos superbem a tudo isso. Fomos muito parceiros e flex�veis em cada escolha e decis�o. Foi emocionante e vai ficar eternizado.”
CUIDADOS
Gasparini pontua que, independentemente do formato escolhido e/ou adaptado para que o casamento ocorra, � necess�rio manter os protocolos de seguran�a, a fim de evitar a propaga��o do v�rus. Portanto, o celebrante de casamentos destaca ser essencial que na maior parte do tempo todos fa�am uso de m�scaras de prote��o, incluindo noivos e celebrante.
“Por mais dif�cil que seja, pela emo��o do momento e tudo mais, � recomendado que n�o haja muitos abra�os e beijos entre convidados e casal. Todos os profissionais envolvidos no evento, como buf�, cerimonial, fot�grafo e DJ, devem seguir as mesmas regras”, afirma.
*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram