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Estado de Minas Alerta

Mortes em domic�lio por doen�as cardiovasculares aumentam por medo do coronav�rus

Muitas pessoas n�o est�o buscando atendimento m�dico por receio de contrair a COVID-19 e ignoram os sinais de risco. Comum entre os homens, o infarto tamb�m � a doen�a que mais vitima as mulheres. Com foco na sa�de feminina, webinar discute esse e outros temas, al�m do limiar entre a preocupa��o normal com a est�tica e os preju�zos ao organismo


28/07/2020 10:45 - atualizado 28/07/2020 11:01

(foto: dolgachov/Getty Images/iStockphoto)
(foto: dolgachov/Getty Images/iStockphoto)

A pandemia muitas vezes tem consequ�ncias n�o t�o �bvias, e que influem em outros aspectos da sa�de. Entre 16 de mar�o, data que marca a primeira morte por COVID-19 no Brasil, at� o fim de junho, est� registrado crescimento de 31,82% no �ndice de �bitos em domic�lio devido a doen�as cardiovasculares no pa�s, incluindo Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto e enfermidades inespec�ficas.

Os dados s�o do Portal da Transpar�ncia, atualizado pela Associa��o dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil (Arpen-Brasil), em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e apoio de m�dicos e pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "As pessoas est�o com medo de ir ao hospital para n�o contrair o coronav�rus, e acabam morrendo em casa", alerta a cardiologista Marildes Luiza de Castro.

O estudo aponta a ocorr�ncia de 23.342 mortes por doen�as card�acas dentro de casa em 2020, considerando o intervalo de tempo analisado. Em 2019, na mesma �poca, esse n�mero era de 17.707 falecimentos. Para o presidente da SBC, Marcelo Queiroga, � poss�vel relacionar essa eleva��o a algumas quest�es evidentes ao longo da dissemina��o do coronav�rus. "Podemos explicar o aumento por tr�s fatores: acesso limitado a hospitais em locais onde houve sobrecarga do sistema de sa�de, redu��o da procura por cuidados m�dicos devido ao distanciamento social ou por preocupa��o de contrair a COVID-19, e o isolamento que prejudica a detec��o de sintomas gerados por patologias cardiovasculares", esclarece.

Segundo Marildes Luiza de Castro, o infarto e o AVC s�o as doen�as cardiovasculares que mais matam no mundo - cerca de 30% da popula��o do planeta morre por conta desses problemas. O tema d� o gancho para o webinar que ser� promovido nesta ter�a-feira, �s 19h, pelo canal no YouTube do Instituto de Pesquisa e Ensino M�dico (IPMED), dentro das atividades do IPMED Talks. A confer�ncia virtual tem a participa��o, al�m da cardiologista, da nutr�loga Marina Carvalho Rassbach e do psiquiatra Lucas Fantini. Dentro desse cen�rio mais generalizado, a conversa direciona o foco para a sa�de da mulher.

"Quando se fala em infarto, pensa-se mais nos homens, mas isso n�o � verdade. Pretendemos chamar aten��o para a incid�ncia das doen�as cardiovasculares entre as mulheres, um risco muitas vezes ignorado", alerta Marildes. Ela refor�a que esse � um quadro que vem se modificando ao longo do tempo - h� 60 anos, informa, de 10 pessoas que morriam de infarto no mundo, 1 era mulher e, agora, essa propor��o � de 5,3 homens para 4,7 mulheres, �ndice praticamente equiparado.

"As mulheres desconhecem esse perigo, e o conhecimento � essencial para a preven��o. � necess�rio identificar os fatores de risco, a fim de combat�-los", diz a m�dica. S�o eles: colesterol alto, hipertens�o arterial, diabetes, tabagismo, sedentarismo, obesidade, entre outros. Em rela��o a mulheres que apresentaram doen�as durante a gravidez, como pr�-ecl�mpsia e diabetes gestacional, tamb�m aumenta o risco de aparecimento de transtornos cardiovasculares no futuro.

Os sinais de um princ�pio de infarto, por sua vez, s�o dor no peito, falta de ar, dor no est�mago, dor nas costas, e muitas vezes ainda desequil�brios emocionais. "Muitas priorizam a apar�ncia, direcionam os cuidados com a sa�de pela est�tica, e n�o fazem, por exemplo, consultas peri�dicas de avalia��o cardiol�gica. � comum a ideia de que o que mais mata a mulher � o c�ncer de mama, mas � o infarto", acrescenta Marildes.

A nutr�loga Marina Carvalho Rassbach refor�a que, ao passo da preocupa��o crescente com a COVID-19, � ignorado o fato de que o infarto entre as mulheres mata sete vezes mais que o coronav�rus. "A discuss�o � importante porque muitas mulheres n�o est�o cientes sobre o que fazer para melhorar a sa�de cardiovascular", salienta. Sob a �tica da nutri��o, Marina leva para o webinar considera��es sobre o papel da alimenta��o saud�vel durante a vida da mulher, desde quando beb�, em amamenta��o, a adolesc�ncia at� a vida adulta, abordando cuidados espec�ficos em cada faixa et�ria. Ela lembra que a literatura m�dica � un�nime em considerar os benef�cios de uma dieta equilibrada para o cora��o, e tamb�m para evitar excesso de peso e males como c�ncer de mama e de intestino.

A nutr�loga cita pesquisa de 2019 que d� conta de que a maioria das mulheres est� disposta a aumentar os gastos com a est�tica, sem se preocupar com a sa�de do cora��o. "Na era do photoshop e dos padr�es impostos pela m�dia e nas redes sociais, o corpo perfeito se torna um desejo comumente inating�vel, uma cobran�a, e h� muito sofrimento nessa busca. Podem surgir inclusive deformidades. Queremos incitar a reflex�o sobre esse limite entre uma preocupa��o saud�vel com a est�tica, at� o ponto em que isso prejudica a sa�de. � um limite particular para cada pessoa, muitas vezes n�o raciocinado. No Brasil ainda mais, onde os corpos femininos s�o cada vez mais expostos", orienta.

Est� a� o motivo para a apresenta��o do psiquiatra Lucas Fantini. A inten��o � demonstrar como a ditadura da est�tica interfere na sa�de ps�quica e desencadeia outras doen�as. Ao perseguir os modelos de beleza, no exagero a mulher pode incorrer no risco de desenvolver dist�rbios alimentares, que s�o variados, como anorexia, bulimia e compuls�o alimentar, entre outros desajustes ps�quicos - esses s�o problemas graves, e h� maneiras de identific�-los. O psiquiatra ir� mirar em sua explica��o principalmente a anorexia. Lucas elucida que, nesse caso, o sinal de alerta acende com um emagrecimento intenso e a hesita��o em se alimentar na presen�a de outras pessoas.

"O contato com os meios eletr�nicos est� intensificado, e a imposi��o de padr�es aumenta. O brasileiro valoriza muito a est�tica, assim como os norte-americanos. S�o praticamente leis pregadas pela m�dia. Na internet todos t�m uma vida maravilhosa, mas essas n�o s�o imagens reais", pondera. Um ind�cio de que algo n�o vai bem � a frequ�ncia e a perman�ncia desse quadro de desarmonia no organismo e no comportamento. "O problema � o tamanho que isso toma na vida da pessoa, quando prejudica outras quest�es, que se tornam secund�rias. Um perigo quando isso � perene, permanente, constante e de uma dimens�o gigantesca - quando, por exemplo, se estende para o trabalho e a vida social", identifica o psiquiatra.

Webinar - O foco da mulher nos dias atuais - est�tica ou sa�de?
Nesta ter�a-feira, �s 19h, no canal do IPMED no YouTube:
https://especiais.ipemed.com.br/ipemed-talks-saude-da-mulher


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