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Estado de Minas ALIMENTAC�O

Alergia alimentar � rea��o do sistema imunol�gico

N�o h� estat�sticas oficiais no Brasil, mas a preval�ncia se assemelha com a literatura internacional ao mostrar que 8% das crian�as, at� 2 anos, e 2% dos adultos t�m algum tipo de alergia alimentar


02/08/2020 04:00 - atualizado 01/08/2020 00:02


Muitas vezes, ao se pensar em alimenta��o a preocupa��o gira em torno de alimentos saud�veis, comida de verdade e o fast food e o consumo do que � processado e ultraprocessado. O bem versus o mal. No entanto, h� outra quest�o que � importante levar em conta, prestar aten��o e se cuidar: o risco da alergia alimentar, seja qual for a escolha para nutrir seu corpo e o organismo.

Em tempos de isolamento social por causa da pandemia do novo coronav�rus, os h�bitos alimentares mudaram.

Muitos passaram a cozinhar em casa, quem n�o sabia pede socorro aos v�deos no Youtube, livros e cadernos de receitas e aos conhecidos, assim como a turma do delivery, com todo o universo de um menu dispon�vel. Assim, � preciso cuidado redobrado com o que se come, armazenamento, higieniza��o e conserva��o dos alimentos.

A m�dica Renata Cocco, coordenadora do Departamento Cient�fico de Alergia Alimentar da Associa��o Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), explica que alergia alimentar � uma resposta an�mala do sistema imunol�gico contra uma prote�na de determinado alimento.

Existe uma predisposi��o gen�tica para isso e nos �ltimos anos se reconhece a influ�ncia do meio ambiente neste processo – mudan�a de estilo de vida e alimenta��o s�o alguns dos fatores mais associados.

Ao reconhecer a prote�na como algo prejudicial, o sistema imunol�gico deflagra algumas respostas que acabam por se manifestar em forma de sintomas desagrad�veis e potencialmente graves.
 
 
 
(foto: Arquivo Pessoal)
(foto: Arquivo Pessoal)
 
 
 

Alguns alimentos ï¿½o ingeridos v�rias vezes antes do paciente apresentar rea��es, como frutos do mar. Outros, como o leite e ovo, geralmente n�o necessitam 
de um tempo prolongado de exposi��o antes  
de desencadear sintomas”


Renata Cocco, coordenadora do Departamento Cient�fico de Alergia Alimentar da Associa��o Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)

 
No Brasil, n�o h� estat�sticas oficiais, por�m, a preval�ncia parece se assemelhar com a literatura internacional, que mostra cerca de 8% das crian�as, com at� 2 anos, e 2% dos adultos com algum tipo de alergia alimentar.

Renata Cocco alerta sobre os sintomas, que s�o variados e podem se manifestar de vermelhid�es locais isoladas a um colapso cardiovascular. Quanto � anafilaxia, rea��o al�rgica grave e de r�pida progress�o, a m�dica destaca que sua defini��o n�o � apenas quando o paciente apresenta sintomas respirat�rios e/ou cardiovasculares.

“O acometimento de dois ou mais sistemas (cut�neo e gastrintestinal) caracterizam uma anafilaxia e devem ser tratados como tal (adrenalina intramuscular). Um exemplo: paciente com urtic�ria (sistema cut�neo) e v�mitos (gastrintestinal) j� deve ser classificado como anafil�tico.”
 
Renata Cocco lembra que h� uma lista de alimentos mais comuns na rea��o al�rgica. No entanto, ela avisa que h� v�rios outros que v�m paulatinamente ocupando espa�o na lista dos al�rgenos, caso das sementes (destaque para o gergelim) e algumas frutas. “O n�mero de casos de crian�as com alergia a amendoim e/ou castanhas quintuplicou em menos de uma d�cada em crian�as brasileiras.”

Renata Cocco destaca que para apresentar uma rea��o al�rgica, a pessoa dever� ter tido algum contato com o alimento previamente, o que leva � sensibiliza��o (forma��o de anticorpos sem rea��o cl�nica). Algumas vezes, esse contato n�o ocorre de maneira �bvia, por meio da ingest�o.

A sensibiliza��o pode ocorrer por meio de contato com a pele (exemplos: cremes, hidratantes e pomadas que contenham prote�nas de alimentos em sua composi��o, como leite e algumas castanhas) ou at� mesmo via leite materno.

“Alguns alimentos s�o ingeridos v�rias vezes antes do paciente apresentar rea��es, como os frutos do mar. Outros, como o leite e ovo, geralmente n�o necessitam de um tempo prolongado de exposi��o antes de desencadear sintomas.”
 
 
 
 
 
MORTE E CURA  

Alergia alimentar � grave e pode ser fatal. Renata Cocco avisa que a maior parte das anafilaxias em crian�as de at� 5 anos ocorre por alimentos, com chance de �bito se n�o prontamente atendidas.

“Ainda que a adrenalina intramuscular (medicamentos de emerg�ncia) tenha sido administrada adequadamente no momento da rea��o, o paciente dever� ser observado por algumas horas, uma vez que h� chance de apresentar a mesma rea��o horas depois (rea��o bif�sica, registrada em 25% dos pacientes). No caso de ser a primeira rea��o, ainda que n�o anafil�tica, e o paciente/fam�lia n�o estiverem cientes do tratamento, a procura por atendimento m�dico tamb�m � recomendada.”

Renata Cocco afirma que � poss�vel que algumas alergias regridam e as pessoas se curam, outras n�o: “Alimentos como leite, ovo, trigo e soja, tipicamente iniciados na inf�ncia, causam alergias mais ef�meras e grande maioria perde a alergia at� a segunda d�cada de vida. Amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar, pass�veis de iniciar em qualquer idade, s�o tipicamente persistentes por toda a vida. As caracter�sticas das respectivas prote�nas parecem estar relacionadas com a hist�ria natural da doen�a”, explica.
 
 
 



Todo cuidado � pouco


Ana Paula Moschione Castro, membro do Departamento Cient�fico de Alergia Alimentar da Associa��o Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) alerta sobre a aten��o que tamb�m deve ocorrer, mesmo com as pessoas preparando a comida em casa, influenciadas pela quarentena. Principalmente para quem n�o frequentava a cozinha ou dispensou quem cozinhava.

Ainda que cozinhar em casa pare�a criar um ambiente de maior seguran�a, porque h� um dom�nio dos ingredientes, todo este tempo de quarentena pode levar a prepara��es diferentes e, consequentemente, o uso de ingredientes diferentes que podem surpreender.

"Para quem n�o entende muito sobre cozinha, �s vezes, alguns molhos s�o um conjunto de ingredientes. Exemplo mais cl�ssico � o curry, que n�o � nenhuma planta, mas um conjunto de temperos. A� � poss�vel que a pessoa entre em uma cilada. O que aumenta a possibilidade dela ter rea��es al�rgicas a ingredientes que n�o domina bem e que pode esconder al�rgenos que v�o lhe dar sintomas”, avisa a m�dica.
 
 
Ana Paula Moschione Castro, membro do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Asbai, enfatiza que o processo de educação é fundamental para prever crises alérgicas (foto: Arquivo Pessoal)
Ana Paula Moschione Castro, membro do Departamento Cient�fico de Alergia Alimentar da Asbai, enfatiza que o processo de educa��o � fundamental para prever crises al�rgicas (foto: Arquivo Pessoal)
 
 
Para os amantes de fast food e para quem a cozinha n�o faz mesmo parte da rotina e o delivery se tornou a sa�da diante do isolamento social por causa da pandemia do novo coronav�rus, Ana Paula Moschione Castro chama a aten��o para os ricos que pessoas al�rgicas est�o correndo.

O maior problema � a dificuldade da identifica��o dos al�rgicos. A quest�o dos r�tulos, da rotulagem. O que faz com que algumas pessoas que comam o fast food sofram certo risco.

Isso porque, como explica a especialista, n�o � s� observar se essa alimenta��o n�o cont�m isso ou aquilo, mas como nos restaurantes os alimentos que d�o alergia s�o presentes, se quem est� cozinhando mexe um alimento que cont�m ovo e depois vai, com a mesma colher, mexer um que n�o cont�m, isso pode causar uma contamina��o e trazer para o paciente uma rea��o. Por isso, a import�ncia de alertar a todos sobre a alergia alimentar n�o s� quem tem, mas quem trabalha com comida.

DIAGN�STICO 

A m�dica da Asbai  enfatiza que o processo de educa��o � fundamental. “O paciente que tem alergia, na maior parte das vezes, os acidentes ocorrem quando ele j� sabe que tem esta alergia. Ter este diagn�stico, mapear os sintomas e construir um plano de emerg�ncia � fundamental. Ent�o, procure um m�dico para estabelecer riscos das contamina��es e, com isso, � poss�vel conseguir, caso haja uma rea��o inesperada, fazer o melhor socorro poss�vel.”

Para Ana Paula Moschione Castro, os testes muito comuns e oferecidos em laborat�rios, de intoler�ncia alimentar, com centenas de alimentos, que muitas vezes as pessoas fazem por conta pr�pria, precisam ter acompanhamento m�dico.

“Eles ajudam em tipos espec�ficos de alergia, uma alergia que chamamos de IGM. Portanto, contribuem, n�o fazem o diagn�stico, que � feito pelo m�dico mais o teste. E n�o s�o testes screening, que voc� rastreia a popula��o como um todo. S�o testes que s� t�m validade diante de uma hist�ria sugestiva.”


 



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