
Foi pelo que passou a cirurgi�-dentista Patr�cia Las Casas, de 34 anos, m�e de Rebeca, de 1 ano e um m�s. “Senti muita dor p�s-parto e meu leite n�o desceu.
Mesmo com todas as orienta��es, uso da bomba el�trica e consultoria de amamenta��o, tive que sair do hospital com minha filha tomando a f�rmula no copinho. Era desgastante e j� me sentia visivelmente abalada e cansada”, diz.
Mesmo com todas as orienta��es, uso da bomba el�trica e consultoria de amamenta��o, tive que sair do hospital com minha filha tomando a f�rmula no copinho. Era desgastante e j� me sentia visivelmente abalada e cansada”, diz.
A cirurgi�-dentista relata que a consulta com uma pediatra foi crucial para que o aleitamento materno fosse buscado e inserido, aos poucos, na vida de sua filha.
“Ela me perguntou como eu me sentia e desabei a chorar, e junto com as l�grimas descia o leite. Calmamente, ela levou Rebeca ao meu seio e disse para aconcheg�-la, e minha filha come�ou a mamar. Assim, entendi que, enquanto n�o me desligasse do mundo externo e me conectasse com a minha filha, n�o tinha elo. A m�gica n�o acontecia. Ela n�o mamava.”
“Ela me perguntou como eu me sentia e desabei a chorar, e junto com as l�grimas descia o leite. Calmamente, ela levou Rebeca ao meu seio e disse para aconcheg�-la, e minha filha come�ou a mamar. Assim, entendi que, enquanto n�o me desligasse do mundo externo e me conectasse com a minha filha, n�o tinha elo. A m�gica n�o acontecia. Ela n�o mamava.”
Rebeca passou a se alimentar do leite materno e assim foi por cinco meses, at� que Patr�cia precisou retornar ao trabalho e n�o conseguiu manter o m�todo de ordenha.
“Por enfrentar muita dificuldade em amamentar, fui me fragilizando e fiquei insegura. Senti-me menos m�e, menos mulher. Mas percebi que amamentar era uma tarefa que precisava de t�tica, de m�todo, de tempo, de tranquilidade, e que fiz o que podia. Perdoei-me, fiz as pazes comigo. Parei de me cobrar tanto e abandonei sem culpa a amamenta��o no peito quando j� n�o conseguia mais sustentar essa din�mica na minha vida.”
“Por enfrentar muita dificuldade em amamentar, fui me fragilizando e fiquei insegura. Senti-me menos m�e, menos mulher. Mas percebi que amamentar era uma tarefa que precisava de t�tica, de m�todo, de tempo, de tranquilidade, e que fiz o que podia. Perdoei-me, fiz as pazes comigo. Parei de me cobrar tanto e abandonei sem culpa a amamenta��o no peito quando j� n�o conseguia mais sustentar essa din�mica na minha vida.”
DOEN�AS MENTAIS
Em caso de doen�as j� preexistentes, a psiquiatra Christiane Carvalho Ribeiro, membro da Comiss�o de Estudos e Pesquisa em Sa�de Mental da Mulher da Associa��o Brasileira de Psiquiatria (ABP) e preceptora de resid�ncia m�dica do ambulat�rio de depress�o p�s-parto do Hospital das Cl�nicas da UFMG, explica que a interfer�ncia na amamenta��o pode ser ainda maior.

No caso de mulheres que j� apresentam sinais de doen�as mentais, h� uma chance maior de desmame precoce e mais dificuldades de amamenta��o, o que j� � comprovado cientificamente por alguns estudos.”
Sendo assim, Christiane Ribeiro destaca que o atendimento psicol�gico e psiqui�trico pode ser fundamental neste processo, visto que esse tipo de tratamento, segundo a psiquiatra, faz a diferen�a. Isso porque o especialista contribui para que a inseguran�a seja superada e a autoestima reequilibrada, resultando em uma amamenta��o mais prazerosa do ponto de vista mental.
De acordo com Christiane Ribeiro, o isolamento social decorrente da pandemia causada pelo novo coronav�rus tamb�m pode interferir psicologicamente no processo de amamenta��o. Isso porque a necessidade de uma adapta��o na rotina, sem qualquer rede de apoio e/ou ajuda com os filhos, pode propiciar sintomas ansiosos e/ou depressivos, principalmente em fun��o do medo pela infec��o por COVID-19.
“O medo de contamina��o e de prejudicar as crian�as pode ser frequente, gerando sintomas de ansiedade e ins�nia. A falta de suporte e a necessidade do isolamento s�o fatores de risco para a piora de sintomas depressivos no per�odo perinatal. Por isso, � importante que a m�e entenda que ela n�o � perfeita, e se cobre menos. As dificuldades n�o a fazem menos m�e e nem diminuem a conex�o com o filho”, destaca.
A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), o Minist�rio da Sa�de, a Febrasgo e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam, inclusive, que o aleitamento materno seja mantido por lactantes assintom�ticas, suspeitas ou comprovadamente diagnosticadas com COVID-19, confirmadas por meio de exames, na sala de parto, nos alojamentos conjuntos, nas unidades de interna��o e em casa.
“Caso a m�e n�o se sinta confort�vel, n�o deseje ou n�o esteja em condi��es de amamentar, ela pode extrair o leite, seguindo as recomenda��es de seguran�a e pedir para outra pessoa saud�vel, devidamente orientada, oferecer o leite materno ao beb�”, elucida Paula.
Ainda de acordo com as institui��es, independentemente da situa��o sorol�gica da m�e, indica-se lavar as m�os por 20 segundos antes e depois do processo de amamenta��o ou extra��o do leite, usar m�scaras do in�cio ao fim do processo e evitar tocar nas m�os do beb�, que pode lev�-las � boca.
As m�es com suspeita ou confirma��o da infec��o por COVID-19 podem solicitar que outra pessoa complete os cuidados com o beb�, como troca de fraldas, banho e colocar para dormir.
As m�es com suspeita ou confirma��o da infec��o por COVID-19 podem solicitar que outra pessoa complete os cuidados com o beb�, como troca de fraldas, banho e colocar para dormir.
Agosto dourado
O m�s de agosto � conhecido como agosto dourado por simbolizar a luta pelo incentivo � amamenta��o. A cor est� relacionada ao padr�o ouro de qualidade do leite materno. Curiosidade: a primeira hora de amamenta��o da crian�a, ainda no hospital, � chamada de hora de ouro, justamente pela qualidade e benef�cios do leite materno.
O que voc� precisa saber sobre amamentar:
» A amamenta��o deve ser em livre demanda. A m�e deve oferecer o peito todas as vezes que o beb� desejar. N�o est� indicado marcar hora e tempo de mamada. Ao longo do processo de adapta��o, a m�e conseguir� perceber se sua mama est� cheia ou vazia e o beb� poder� assumir um padr�o de intervalo entre as mamadas.
» A amamenta��o deve ser iniciada ainda na sala de parto, na primeira hora de vida, ser exclusiva e em livre demanda at� o sexto m�s, e ser mantida, juntamente a uma alimenta��o saud�vel, at� 2 anos ou mais.
» Durante o aleitamento materno exclusivo, nos primeiros seis meses de vida, o beb� n�o necessita tomar �gua e n�o deve ingerir o famoso “chazinho”. A subst�ncia tanino, presente no ch�, prejudica a absor��o do ferro, podendo causar anemia.
» De acordo com a Lei Municipal 10.940/2016, o aleitamento em locais p�blicos e privados deve ser livre e permitido, na capital mineira, sob pena de multa ao estabelecimento que impedir ou constranger a lactante. Em dezembro de 2016, foi a vez de o estado de Minas Gerais regulamentar esse direito pela Lei 22.439/2016.
Fonte: Paula Cristina Martins Soares, m�dica ginecologista, obstetra e mastologista e membro do Comit� de Aleitamento Materno da Sogimig
* Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram
* Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram