Rela��o com a comida em tempos de isolamento social piora

Para quem decidiu cuidar da alimenta��o, selecionar o que vai “presentear” o corpo e se importar com o consumo de alimentos nutritivos e saborosos, seja por conta pr�pria ou com ajuda de profissionais da sa�de, certo � que a quarentena imposta pela alta taxa de contamina��o da COVID-19 afetou muitas pessoas na maneira de se relacionar com a comida. Para a nutricionista comportamental e esportiva Ruth Egg, essa rela��o piorou durante a pandemia.

“Percebo isso durante as consultas. � a principal reclama��o dos clientes, tanto os que j� estavam em tratamento quanto os que come�aram recentemente. A maioria reclama que a roupa j� n�o est� servindo, que nitidamente ganharam mais peso, est�o ansiosos e, principalmente, com fome de doces e comidas que chamamos de finger foods, f�ceis para consumir diante da TV, com as m�os, como pipoca, chips, amendoim...”

Para quem sente que foi dominado pelo apetite, uma sa�da � apostar em uma alimenta��o com baixo valor cal�rico, j� que com a atividade f�sica comprometida (espa�os fechados e muitos sem se mexer em casa, vivendo um isolamento sedent�rio!), muito do que se consome n�o � gasto e nem todos t�m um metabolismo acelerado.

Ruth Egg explica que nenhuma atividade f�sica tem um gasto cal�rico ideal, mas todo gasto cal�rico � v�lido. Portanto, o importante � se movimentar, o que j� � �timo para acelerar o metabolismo.

 

Quanto aos alimentos, a nutricionista destaca que existem alguns que s�o considerados termog�nicos e, consequentemente, aumentam o metabolismo basal. “Mas o aumento � de apenas 10%, o que em vista de emagrecimento acaba sendo irris�rio. Contar com alimentos termog�nicos para acelerar o metabolismo � v�lido, desde que todo o restante da alimenta��o e os exerc�cios f�sicos estejam adequados."

Podemos acrescentar ao dia a dia aqueles que sejam fontes de prote�na, como carnes, leite e ovos, j� que s�o mais dif�ceis de ser digeridos do que os carboidratos. "Logo, a digest�o de prote�nas consome mais calorias e aumenta o metabolismo.”

Para quem fica ansioso e se sente pressionado a controlar o peso na quarentena, o caminho menos estressante � tomar as decis�es certas e com menor risco de desistir. “Tudo bem querer emagrecer agora, mas n�o � hora de restri��es. J� nos restringimos o suficiente em outras �reas da vida neste momento. Podemos comer de tudo, desde que seja com modera��o", afirma.

De forma equilibrada, um chocolate ou um peda�o daquilo de que mais gostamos n�o ir� prejudicar a sa�de ou a imunidade. "Podemos nos permitir, desde que a maior parte da alimenta��o seja rica em frutas, legumes e verduras variados para, assim, melhorar a gama de nutrientes. Tendo consci�ncia de que, �s vezes, a fome est� sendo guiada pelas emo��es, ajuda bastante nesse comer equilibrado”, ensina Ruth Egg.

Para isso, � importante que cada um preste aten��o e pesquise quando a fome � f�sica e emocional. A nutricionista assegura que � poss�vel, sim, diferenci�-las.

“A fome f�sica surge de forma gradual e cessa assim que comemos. Dependendo do grau da fome, qualquer comida basta. J� a emocional surge de repente e, normalmente, com vontade espec�fica por algum alimento. � comum ouvirmos, por exemplo, algo como 'fome de doce' ou 'fome de pizza'. Nesse caso, um prato de macarr�o n�o faria efeito algum sobre essa fome. � comum que a fome emocional leve a certos exageros alimentares, que ocorrem com frequ�ncia e geram culpa e frustra��o.”

Para a fome emocional, Ruth Egg prop�e a pr�tica de um exerc�cio, que pode parecer dif�cil, mas � poss�vel. “Cultivar o amor-pr�prio, trabalhar a autoestima e prestar aten��o naquilo que quer para que um alimento ou refei��o n�o o fa�a se sentir culpado. Deixar de querer controlar tudo ao redor tamb�m � um passo importante. O problema do comer emocional � que a solu��o n�o est� no comer.”

Por outro lado, h� um grupo que n�o deixou de treinar, mesmo confinado, e se estressa pela perda de massa magra, m�sculos e teme perder tudo que conquistou antes da pandemia.

“Mesmo com as academias fechadas e os espa�os abertos restritos, � poss�vel manter uma rotina de exerc�cios em casa. E a alimenta��o pode, sim, ajudar. � importante ingerir a quantidade adequada de calorias e ter uma dieta rica em prote�nas e carboidratos. Ovos, carnes, aveia, frutas, batata, arroz com feij�o e macarr�o, por exemplo, s�o �timos para manter o aporte de carboidratos adequados e ajudar na reconstru��o e recupera��o muscular.”