
Nesta quinta-feira (27), Geraldo Magnani, primeiro inscrito do Conselho de Psicologia em Minas Gerais, ser� homenageado pelo Conselho Regional de Psicologia do estado (CRP-MG). O dia 27 foi escolhido em fun��o de ser a data de publica��o da Lei 4.119/62, que regulamentou a profiss�o de psic�logo no Brasil.
A homenagem inicialmente seria presencial, mas em raz�o da pandemia o evento ter� formato virtual. Mas isso n�o ser� problema para Magnani, visto que o psic�logo j� est� adaptado �s novas tecnologias. “� poss�vel fazer muitas coisas por esses meios tecnol�gicos. E sem o risco de contato direto e contamina��o.”
Magnani se diz feliz e honrado com a homenagem, uma vez que desde formado, e mesmo antes de receber o diploma de psic�logo, se dedica � profiss�o. Segundo relatos do psic�logo, s�o aproximadamente 50 anos de luta pela cria��o de conselhos de psicologia e, tamb�m, como presidente da Sociedade Mineira de Psicologia (SMP). Duas hist�rias que se mesclam e se confundem quase que em uma s�.
“A minha hist�ria foi muito ligada � constru��o da psicologia como profiss�o. Antes de me formar, eu j� me preocupava com a necessidade de criarmos os conselhos de psicologia e, por isso, recebi o n�mero um do Conselho Regional, porque eu instalei o conselho. Mas ter o n�mero um � uma casualidade, n�o tem nenhum m�rito nisso, � um n�mero coletivo.”
Isso porque, de acordo com o psic�logo, dezenas de pessoas lutaram, junto com ele, pela cria��o de conselhos e tamb�m pela profiss�o como um todo.
Magnani diz que ver o trabalho consolidado, ap�s per�odos de imensa dedica��o, � motivo de muita satisfa��o. “Me sinto com uma honrosa responsabilidade ao receber tal homenagem. A de representar mais do que nunca todo esse grupo que esteve comigo.”
Magnani diz que ver o trabalho consolidado, ap�s per�odos de imensa dedica��o, � motivo de muita satisfa��o. “Me sinto com uma honrosa responsabilidade ao receber tal homenagem. A de representar mais do que nunca todo esse grupo que esteve comigo.”
Na ativa
Aos 81 anos, Magnani segue trabalhando pela psicologia, muito em fun��o da paix�o que carrega pela psicoterapia, o que, segundo ele, muitas vezes j� foi motivo de espanto para outras pessoas. Mas o psic�logo relata que o trabalho psicoterap�utico � feito com certa leveza. “O que ela nos exige � muita aten��o ao cliente e uma boa capacidade de ouvir. E isso n�o desgasta tanto a gente. Por isso, atendo at� hoje”, diz.
Em meio � pandemia, o psic�logo n�o parou com o trabalho e se adaptou ao formato virtual. “Me adequei rapidamente ao atendimento on-line e, por meio dessas ferramentas virtuais, tenho feito as consultas, as pessoas t�m gostado e eu tamb�m. Me sinto bem. Al�m disso, � bem facilitador e, podendo ver a imagem dos meus clientes, ajuda, pois as express�es dos rostos dizem mais ou tanto quanto o que � proferido em palavras”, destaca.
"Este � um trabalho que a gente leva para a vida inteira, mas � um trabalho muito gratificante, que te permite crescer, crescer e crescer, sem limite. E isso � muito bonito"
Geraldo Magnani, psic�logo e primeiro inscrito do Conselho de Psicologia de Minas Gerais
Para al�m da facilidade e prote��o contra o novo coronav�rus, Maganani destaca que as consultas virtuais se fazem necess�rias neste momento para manter a assist�ncia psicol�gica, fator essencial em um momento como este.
“A pandemia escancarou conflitos familiares guardados a sete chaves. N�o temos alternativa sen�o convivermos 24 horas por dia com familiares. O conflito � natural entre pessoas que convivem em grande proximidade e, nessas horas, o suporte de um profissional � fundamental”, explica.
“A pandemia escancarou conflitos familiares guardados a sete chaves. N�o temos alternativa sen�o convivermos 24 horas por dia com familiares. O conflito � natural entre pessoas que convivem em grande proximidade e, nessas horas, o suporte de um profissional � fundamental”, explica.
A paix�o pela psicologia
“A psicologia na minha vida tem a ver com a minha pr�pria pessoa e at� mesmo com os meus problemas. O que que me levou a psicologia? Foi justamente os meus problemas, e l� descobri a psicoterapia. Fiz 18 anos de psican�lise, outras terapias, me submeti � terapia centrada e a uma dezena de formas de trabalho, que, evidentemente, me ajudaram e me permitiram continuar o processo psicoterap�utico", afirma.
"Se eu n�o resolvo as minhas coisas, como que eu posso ajudar a resolver a dos outros? E isso n�o tem sa�da. O psic�logo n�o pode ficar apenas com a teoria da escola, ele precisa passar pelo crivo da profiss�o, e fui bem-sucedido nisso”, conta Magnani.
"Se eu n�o resolvo as minhas coisas, como que eu posso ajudar a resolver a dos outros? E isso n�o tem sa�da. O psic�logo n�o pode ficar apenas com a teoria da escola, ele precisa passar pelo crivo da profiss�o, e fui bem-sucedido nisso”, conta Magnani.
O psic�logo relata, ainda, que foi baseado nisso que construiu a sua hist�ria e paix�o pela psicologia. Uma hist�ria que, segundo ele, � tamb�m uma busca cont�nua de si pr�prio, pelo fato de ainda n�o ter respostas concretas sobre quem se �.
“Quem sou eu? Eu n�o sei responder, porque isso tem um aspecto que n�o � mental, ele � intuitivo e vem direto do ser que n�s somos. E este ser que somos � silencioso e n�o tem palavras, ele pode ser acessado s� no sil�ncio, e n�o adianta voc� tentar busc�-lo, voc� tem que deixar que ele se manifeste."
Segundo ele, este � um trabalho que "a gente leva para a vida inteira, mas � um trabalho muito gratificante, que te permite crescer, crescer e crescer, sem limite. E isso � muito bonito.”
Segundo ele, este � um trabalho que "a gente leva para a vida inteira, mas � um trabalho muito gratificante, que te permite crescer, crescer e crescer, sem limite. E isso � muito bonito.”
* Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram